domingo, 20 de dezembro de 2020

Filmes para Assistir nas Férias 8

Olá pessoal, fiz uma seleção dos melhores filmes para assistir nesse fimzinho de ano e sugestões também para 2021, que ao que parece promete no quesito superprodução. Veja!












Podera também conferir: Filmes para Assistir nas Férias 7

domingo, 6 de dezembro de 2020

O Que Rolou na CCXP Worlds

 
Sejam bemvindos a CCXPWorls, que este ano foi totalmente online, (porque né essa tal de pandemia), esse festival geek/nerd onde voçê fica sabendo dos projetos de e bastidores do mundo do entretenimento. O evento acontece nos dias 4, 5 e 6 de dezembro.

No primeiro dia o destaque foi Neil Gaiman


Neil Gaiman tem uma bela relação com o Brasil. Embora tenha um público fiel e seja o principal personagem de uma curiosa lenda urbana no país, o relacionamento do escritor com seus leitores brasileiros começou pouco depois de Sandman ser publicado pela primeira vez, em 1989. “Naquela época, a DC Comics me enviava as edições estrangeiras dos meus quadrinhos à medida que eles eram lançados”, lembra o autor, que se mostrou impressionado com a versão lançada no Brasil. “As edições brasileiras eram melhores que as norte-americanas, elas tinham versões mais detalhadas das artes ao invés de anúncios na contracapa, artigos explicando e expandindo [a história] no interior”.

Homenageado durante a CCXP Worlds, Gaiman não escondeu seu desejo de poder comparecer à versão física da convenção e lembrou de suas visitas ao país. “A primeira vez que fui para o Brasil, acho que era 1998, eu fui muito bem recebido. Eu estava em um lugar que eu queria estar, eu estava animado de estar aí. Eu fui, conheci pessoas e voltei em 2002, para bienal".

A longa jornada de Sandman para a TV

Apesar de estar perto de completar 32 anos e já ter tido um de seus derivados – Lucifer – adaptado para a televisão, Sandman precisou percorrer um longo caminho antes de chegar à Netflix - com estreia esperada para 2021. Falando sobre essa trajetória, Gaiman lembrou de uma reunião no começo dos anos 2000, em que tentou convencer produtores da Warner a adaptar a obra. Ao fim da apresentação, um dos executivos de alto escalão que ouvia o autor e sua equipe afirmou que as franquias de maior sucesso na época, Harry Potter e Senhor dos Anéis, tinham “vilões bem definidos”. “[Ele perguntou] ‘Sandman tem um vilão bem definido?’ E eu disse ‘não mesmo’. E me responderam ‘bom, foi ótimo te ver, muito obrigado por vir’”. Ao longo dos anos, outras adaptações do quadrinho seriam idealizadas e abandonadas pelo caminho.

A inexperiência de Gaiman nos bastidores de produção também afetou a chegada de Sonho às telas. Segundo o autor, ele costumava apenas aceitar quando produtores e executivos afirmavam que determinadas cenas não poderiam ser gravadas por causa de orçamento. As coisas mudaram, no entanto, após receber um conselho de Steven Moffat, de Doctor Who e Sherlock. “Ele disse que quando precisa cortar uma cena e escrever uma nova por problemas orçamentais, ele tenta escrever uma cena ainda melhor. ‘Tento fazer uma tão boa que agora aparecerá nas coletâneas de YouTube”.

Gaiman pôde colocar a dica do amigo em prática quando assumiu o posto de showrunner de Belas Maldições, série do Amazon Studios que adaptou o livro homônimo que escreveu com Terry Pratchett. Em determinado momento, os personagens de Michael Sheen e David Tennant presenciariam a estreia de Hamlet, clássico de William Shakespeare. O alto número de figurantes com trajes vitorianos elevou o preço da cena, que precisou ser substituída. “Minha reação foi ‘ótimo, transformo [a peça] em um ensaio ou em um desastre’ e Douglas [Mackinnon], o diretor, disse ‘faça ser um desastre’ (...) Então eu escrevi uma cena melhor”.

Por enquanto, a série de Sandman não precisou passar por cortes. Ainda no processo de gravar o piloto para a Netflix, a produção teve mais “problemas relacionados à Covid” do que empecilhos causados pelo orçamento. Além disso, a plataforma de streaming parece estar dando a liberdade que Gaiman não encontrou em outros estúdios para levar Sonho, Morte e os outros Perpétuos para as telas. “Nós estamos fazendo a série de Sandman. Não é ‘tipo Sandman’, não é ‘parecido com Sandman’, não é ‘quase Sandman’, não é nada disso. É Sandman. Estamos mesmo fazendo isso”.

32 ano depois de se tornar um ídolo no Brasil e no mundo, Neil Gaiman mantém Sandman firme e forte no imaginário popular. Com a promessa de uma adaptação fiel de sua obra prima, o escritor deixou a CCXP Worlds encantada com seu já conhecido charme e o otimismo de uma série que pode entrar para a história, junto com os gibis lançados pela Vertigo há mais de três décadas.

Já no segundo dia o destaque ficou com Kate Sackhoff de Battlestar Galactica e representatividade.


O tema da representatividade é altamente discutido em 2020, mas não era uma realidade tão grande em 2004, ano de lançamento da primeira temporada de Battlestar Galactica. Katee Sackhoff, intérprete da Tenente Starbuck na série, esteve em um painel na CCXP Worlds e falou sobre o tema:

“Eu acho que se o programa fosse feito hoje, o público ia perguntar por que não tem mais mulheres! Eu acho que avançamos muito no cinema pra ter representação para todos e isso é algo que se tornou mais comum. Eu acho que vamos ver mais disso no futuro e é algo muito bom”, afirmou a atriz, que faz uma personagem interpretada originalmente por um homem na série clássica.

Sackhoff falou também da importância de ter referências femininas no cinema e na TV, algo que não era tão comum há algumas décadas: “Um dos motivos pro Bruce Willis ser tão influente na minha infância, é porque não haviam muitas mulheres fortes e atléticas em diferentes gêneros enquanto eu crescia. Nós tínhamos Sigourney Weaver, Linda Hamilton e Lucy Lawless, mas nós não tínhamos um grande número dessas mulheres na televisão e essa representação é algo tão importante, por tantos motivos diferentes”, disse a atriz, completando ainda que, nos bastidores de Battlestar Galactica, nunca houve realmente uma discussão sobre a mudança de gênero da personagem. “Nós nunca validamos as escolhas ou existência da Starbuck e nem as falhas dela por ela ser mulher. Era simplesmente quem ela era e eu acho que esse é o motivo pra personagem ser tão importante e continuar sendo importante para mulheres e garotas”.

Presente atualmente na série da Netflix Outra Vida (Another Life), a atriz deu uma prévia do que os fãs podem esperar: “Essa temporada é tão louca quanto a anterior. É uma viagem louca a partir do momento que você começa a ver o episódio 1. Haverão várias mudanças. No final da temporada anterior, minha personagem Niko tomou uma decisão que ela achou que seria a melhor, mas o resultado não foi exatamente o que ela imaginou. Então a encontramos nesta temporada realmente em conflito sobre como ser uma boa líder, mas também completar sua missão e o que ela está disposta a sacrificar”.

No terceiro e último dia

Neste domingo (6), a Warner traz um painel imperdível, com filmes como Mulher-Maravilha 1984 e Esquadrão Suicida, e séries como His Dark Materials, Flash e Euphoria, com direito à presença de Zendaya. O line-up dos quadrinhos não está menos estrelado, com nomes como Dave Gibbons, Tom King, Gail Simone e Art Spiegelman. E por ultimo não menos importante o um bate papo muito interessante com o elenco de "Verdades Secretas 2", a série será exibida pela Globoplay em 2021.

Fonte: Omelete.

domingo, 29 de novembro de 2020

Uma Terra Prometida - Barack Obama

 


No comovente e aguardado primeiro volume de suas memórias presidenciais, Barack Obama narra, nas próprias palavras, a história de sua odisseia improvável, desde quando era um jovem em busca de sua identidade até se tornar líder da maior democracia do mundo. Com detalhes surpreendentes, ele descreve sua formação política e os momentos marcantes do primeiro mandato de sua presidência histórica ― época de turbulências e transformações drásticas.
Obama conduz os leitores através de uma jornada cativante, que inclui suas primeiras aspirações políticas, a vitória crucial nas primárias de Iowa, na qual se demonstrou a força do ativismo popular, e a noite decisiva de 4 de novembro de 2008, quando foi eleito 44º presidente dos Estados Unidos, o primeiro afro-americano a ocupar o cargo mais alto do país.
Ao refletir sobre a presidência, ele faz uma análise singular e cuidadosa do alcance e das limitações do Poder Executivo, além de oferecer pontos de vista surpreendentes sobre a dinâmica da política partidária dos Estados Unidos e da diplomacia internacional. Obama leva os leitores para dentro do Salão Oval e da Sala de Situação da Casa Branca, e também em viagens a Moscou, Cairo e Pequim, entre outros lugares.
Acompanhamos de perto seus pensamentos enquanto monta o gabinete, enfrenta uma crise financeira global, avalia a figura de Vladímir Pútin, supera dificuldades que pareciam insuperáveis para aprovar a Lei de Assistência Acessível (Affordable Care Act), bate de frente com generais sobre a estratégia militar dos Estados Unidos no Afeganistão, trata da reforma de Wall Street, reage à devastadora explosão da plataforma petrolífera Deepwater Horizon e autoriza a Operação Lança de Netuno, que culmina com a morte de Osama bin Laden.
Uma terra prometida é extraordinariamente pessoal e introspectivo ― o relato da aposta de um homem na história, da fé de um líder comunitário posta à prova no palco mundial. Obama fala com sinceridade sobre os obstáculos de concorrer a um cargo eletivo sendo um americano negro, sobre corresponder às expectativas de uma geração inspirada por mensagens de "esperança e mudança" e sobre lidar com os desafios morais das decisões de alto risco. É honesto sobre as forças que se opuseram a ele dentro e fora do país, franco sobre os efeitos da vida na Casa Branca em sua esposa e em suas filhas e audacioso ao confessar suas dúvidas e desilusões. Jamais duvida, porém, de que no grande e incessante experimento americano o progresso é sempre possível.
Brilhantemente escrito e poderoso, este livro demonstra a convicção de Barack Obama de que a democracia não é uma benção divina, mas algo fundado na empatia e no entendimento comum e construído em conjunto, todos os dias.

domingo, 22 de novembro de 2020

Comentando Sobre o Filme 'High Life - Uma nova vida' e 'Por lugares Incríveis'


Olá pensadores, essa semana assisti e analisei a duas obras cinematográficas que traz uma reflexão sobre tabus e crises existenciais. Curiosos?

High Life - Uma nova vida

Há um certo clima de horror inerente em High Life. Logo na primeira cena, em uma conversa de Monte (Robert Pattinson) com sua filha, a câmera de Claire Denis parece gerar uma expectativa. A relação entre os ambientes, a perda de uma ferramenta, os computadores apitando. Tudo nessa relação espacial gera uma correlação meio tensa, nervosa de um universo destroçado. A vista do mesmo personagem a outras pessoas mortas dão ainda mais uma certeza de um medo. Mas o que e qual seria esse medo afinal? Bom, o terror provocado aqui é relacionado a nossa memória, ao passado de forma a gerar um fardo para os personagens.

No presente, o filme acompanha a história de Monte no espaço, mas também lembrando os acontecimentos que o levaram até ali. Sua ida para o espaço se deve a um programa do governo de levar criminosos para fora da Terra, com objetivo de realizarem uma missão. No comando de todos, Dibs (Juliette Binoche) passa o tempo tentando entender e perceber os instintos selvagens de cada um.

Esse horror toma conta de cada relação, cada conversa presente. Existe até um grande nível de estresse pelo lugar causado aos personagens – salientado pelos big closes em mãos, testas, olhos -, passado ao público. Tudo parece estar a um ponto de explodir nesse passado, algo salientado ainda mais por um presente complexo.

Entretanto, ao alcançar o futuro, o peso dessas escolhas e decisões deixam o personagem principal um pouco refém do tempo. Claire Denis foca, inclusive, em um lado mais observativo de Pattinson, ao parecer se questionar do que realmente aconteceu e de seu papel nisso tudo. Existe também um laço de falar sobre paternidade. Todavia, tais fatos acabam sendo mais passáveis adiante por causa de um conceito maior desse tempo sendo um fardo. Os relances anteriores acabam se potencializado no presente.

A tentativa de um debate mais aprofundado filosoficamente traz a história um elemento meio confuso. Quando se deixar tudo acontecer quase em preceitos aleatórios (algo muito presente no segundo ato) ocorre uma maior funcionalidade e naturalidade narrativa. Todavia, principalmente próximo ao fim, há uma tentativa de rememorar ‘Solaris’, de 1972, ao trazer quase uma eventualidade da morte e da loucura. É um caminho quase genérico, acontecido de maneira meio despretensiosa.

Enfim, “High Life” é confuso, (tanto pelo seu enredo complexo, quanto seus acontecimentos não lineares), mas talvez ainda mais intenso que esse sentimento, é a tristeza avassaladora que acompanha a sua odisseia espacial. Este é um estudo sobre aqueles que estão radicalmente sozinhos no mundo e acaba por se transmutar em algo maior e mais complicado, um grito gutural de reprodução em harmonia com um poema épico sobre o mergulho da Humanidade no ominoso desconhecido. Nas palavras da realizadora, é também um filme sobre ternura no espaço, sobre fidelidade, sinceridade e confiança. É um retrato do laço que une o pai e uma filha, o afeto e o amor que sobrevivem e perduram mesmo por entre a brutalidade de que o ser humano é capaz. Pode ser difícil encarar os seus mistérios, mas há glória cinematográfica à espera dos espectadores que aguentarem e foram generosos o suficiente. No final, a Terra está longe, talvez não exista, talvez tudo tenha morrido. No fim, só existe um pai, uma filha, e uma linha amarela. O infinito, o desconhecido abre seus braços negros e abraça-nos no reconforto do seu horror e da sua maravilha. Deixemo-nos ser abraçados.


Por Lugares Incríveis













A história de Jennifer Niven oferece aos jovens histórias palpáveis do que o velho faz de conta. O enredo acompanha Violet e Finch, dois jovens que vivem mundos distintos no colegial, mas cujos caminhos se cruzam em circunstâncias especiais.

Durante uma de suas corridas matinais pela cidade, Finch se depara com Violet em cima de uma ponte. A jovem perdeu a irmã e ainda não aprendeu a lidar com a ausência. Seus amigos não entendem a duração do luto e a própria Violet prefere se afastar até das atividades escolares. A relação entre ela e Finch se fortalece quando eles precisam fazer um trabalho em dupla sobre os "lugares incríveis" de Indiana.

A amizade dos dois cresce, Finch quebra a casca criada por Violet para se proteger apenas por saber ouvir e tentar se colocar no lugar dela. "Por Lugares Incríveis" é um filme sobre empatia, sobre se enxergar nos outros, mas também é um filme sobre saúde mental e doenças sociais.

Enquanto Violet é transparente em sua dor, Finch esconde a sua atrás de citações inteligentes e tiradas espertas. Aos poucos vamos, juntamente com Violet, conhecendo o personagem. O contraste entre eles é curioso e confere profundidade à trama. Algumas descobertas parecem repentinas, mas talvez seja assim que a vida funcione nesses casos; é aquela velha história de que a depressão não tem rosto e pode estar escondida por trás de sorrisos e piadas.

No início o longa é dinâmico e de cara fala para que veio, conforme a trama vai passando a história vai se arrastando até chegar ao final quase previsível. Enquanto Violet vesti uma couraça para o mundo exterior, Finch tem um olhar sofrido como se já tivesse vivido tempo demais.

Jennifer Niven cria ótimos personagens, complexos e encantadores, para mostrar ao mundo que os dramas adolescentes vão além da popularidade na escola. É também um alerta que nunca houve tantos problemas a serem enfrentados pelos jovens como há atualmente.

"Por Lugares Incríveis" é divertido, adorável, mas também é pesado sem se tornar explícito. O filme, assim como o livro, mostra que nunca se sabe pelo que o outro está passando, qual a dor de cada um.

Obs:Tenho que parabenizar a Netflix por estar fazendo filmes cada vez mais com uma pegada psicológica seja com temas clichês ou conceituais.


Você també poderá gostar de: Comentando Sobre o filme "O Dilema das Redes"

sábado, 14 de novembro de 2020

Mais esperto que o Diabo - Napoleon Hill


Você vai descobrir, após 75 anos de segredo, por meio dessa entrevista exclusiva que Napoleon Hill fez, quebrando o código secreto da mente do Diabo: Quem é o Diabo? Onde ele habita? Quais suas principais armas mentais? Quem são os alienados e de que forma eles ou elas se alienam? De que forma o Diabo influencia a nossa vida do dia a dia? Como a sua dominação influencia nossas atitudes? O que é o medo? Como nossos líderes religiosos e nossos professores são afetados pelo Diabo? Quais as armas que nós, seres humanos, possuímos para combater a dominação do Diabo? Qual a visão do Diabo sobre a energia sexual? Como buscar uma vida cheia de realizações, valorizando a felicidade e a liberdade? Essas perguntas e muitas outras são respondidas pelo próprio Diabo, que se autodenomina "Sua Majestade", de acordo com Napoleon Hill. O seu propósito, escrito com suas próprias palavras, é ajudar o ser humano a descobrir o seu real potencial, desvendando as armadilhas mentais que os homens e as mulheres deste mundo criam para si mesmos, sabotando a sua própria liberdade e o seu próprio direito de viver uma vida cheia de desafios, alegria e liberdade. Escrito em 1938, após uma das maiores crises econômicas, e precedendo a Segunda Guerra Mundial, este livro não somente é uma fonte de inspiração e coragem, mas deve ser considerado um manual para todas aquelas pessoas que desejam.

domingo, 8 de novembro de 2020

Com Sangue - Stephen King


Esta é uma história sobre amor, amizade, talento e justiça... em suas formas mais deturpadas. Em Com sangue, Stephen King reúne quatro contos com protagonistas inteligentes e complexos, que têm sua vida comum transformada por algum elemento inexplicável.
Brilhante em narrativas curtas, King já escreveu alguns contos que viraram sucesso em todo o mundo, como as histórias que inspiraram os filmes Conta comigo e Um sonho de liberdade. Neste livro, assim como em Quatro estações e Escuridão total sem estrelas, ele cria uma coleção única e emocionante, demonstrando mais uma vez por que é considerado um dos maiores contadores de histórias de todos os tempos.

"Claro que King ainda é o melhor quando falamos de terror, mas nesta coletânea o leitor se verá envolvido em quatro histórias sobre nossos maiores sonhos e vulnerabilidades." -- USA Today

"King continua produzindo histórias ricas e variadas, e seu trabalho permanece profundamente sensível e envolvente." -- The Washington Post

"Stephen King obviamente ama seus personagens, e o cuidado com que ele desenvolve suas personalidades atrai o leitor para experiências perturbadoras." -- Publishers Weekly

domingo, 1 de novembro de 2020

Filmes e Séries para Assistir nas Férias 7

Olá pessoal, elaborei alguns longas e séries que creio que sejam bem intrigantes, digamos assim. Embora nesse ano bem estranho que estamos passando nada pareça fazer sentido (reabertura dos cinemas sem pipoca, sem estreias nas telonas...). Esperamos por um 2021 melhor. Mas o que temos para hoje são:









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domingo, 25 de outubro de 2020

Vida Após Suicídio - Jennifer Ashton, M.D

Um suicídio ocorre a cada 40 segundos no mundo, e outras 20 tentativas ocorrem para cada caso, diz a Organização Mundial da Saúde. Dos números totais de mortos, 90% dos casos poderiam ter sido evitados.

O suicídio é um fenômeno devastador que afeta milhões de pessoas. É relatado em todas as faixas etárias e representa hoje a segunda causa de mortes entre adolescentes e adultos jovens dos 15 aos 29 anos. É um mal silencioso e ao mesmo tempo um trauma pessoal de difícil abordagem, pois o tabu social, o preconceito e a falta de conhecimento sobre o suicídio, e também a depressão, ainda afastam o assunto de nossos pensamentos, conversas e debates em busca de medidas preventivas e educacionais.

Jennifer Ashton, a autora, é médica, mãe e testemunha em primeira mão do impacto do suicídio de um ente querido. Quando seu ex-marido Rob, pai dos seus 2 filhos, se matou em fevereiro de 2017, logo após o divór­cio, seu mundo e de toda sua família foram destruídos. Neste livro emo­cionante sobre a perda pessoal e as etapas da sua recuperação, a Dra. Ashton faz uso da coletividade e do diálogo para elucidar o processo do luto e encontrar a paz após o suicídio. A obra é tanto um livro de memórias quanto um guia prático para ajudar outras pessoas durante uma tragédia parecida. “VIDA APÓS SUICÍDIO” é um olhar honesto e perspicaz de como lidar com a perda de um ente querido e sobre como encontrar a coragem para seguir depois de uma perda inconcebível. O relato de Ashton é uma janela para um mundo o qual todos nós precisamos começar a conhecer, sem vergonha, estigma ou preconceito.

Você poderá ler também: Desvendando o Tabu - Suicídio.

domingo, 18 de outubro de 2020

O Grande Sucessor: o Destino Divinamente Perfeito do Brilhante Camarada Kim Jong Un


Desde que nasceu, em 1984, Kim Jong Un esteve envolto em mitos e propaganda, da mais absurda ― em que supostamente sabia dirigir um carro aos três anos ― às histórias mais sombrias e sangrentas de familiares que morreram por ordens suas. Anna Fifield reconstrói o passado e o presente de Kim com acesso exclusivo a fontes próximas a ele e nos traz uma visão única para explicar a missão dinástica da família Kim na Coreia do Norte. A noção arcaica de governo dessa família de déspotas combina com as dificuldades quase medievais que o país enfrenta sob seu domínio. Poucos achavam que um jovem fanático por basquete, educado na Suíça, nada saudável e sem experiência conseguiria manter de pé um país que deveria ter ruído há muitos anos. Mas Kim Jong Un não apenas sobreviveu, ele prosperou, auxiliado pela aprovação de Donald Trump e pelo bromance mais bizarro da diplomacia.

Cética, mas perspicaz, Fifield cria um retrato cativante do regime político mais estranho e secreto do mundo ― isolado, porém internacionalmente relevante, falido, mas de posse de armas nucleares ― e seu regente, o autoproclamado Amado e Respeitado Líder, Kim Jong Un.


domingo, 11 de outubro de 2020

O Crepúsculo e a Aurora - Ken Follett

 

O crepúsculo e a aurora’ nos leva em uma jornada épica ao fim da Idade das Trevas para contar a história de guerra, rivalidade, amor e ódio que antecede a saga de ‘Os pilares da Terra’ e marca a criação da cidade de Kingsbridge.

Em 997 d.C., a Inglaterra enfrenta ataques dos galeses de um lado e dos vikings do outro. Os homens que estão no poder fazem justiça de acordo com os próprios interesses, ignorando o povo e muitas vezes desafiando o próprio rei. Na falta de uma legislação clara, o caos reina absoluto.

Nesse cenário de selvageria, a vida de três jovens se entrelaça de maneira brutal. Um construtor de barcos vê sua terra ser dilacerada pelos vikings e é forçado a se mudar com a família para um povoado inóspito.

Uma nobre normanda desafia os pais para se casar com o homem que ama e, assim que chega à Inglaterra, se vê envolvida em uma constante e violenta disputa pela autoridade em que qualquer passo em falso pode ser catastrófico.

Um monge sonha em transformar sua humilde abadia em um centro de estudos conhecido na Europa inteira.

Todos eles lutam por um mundo mais justo, próspero e livre. E todos cruzam o caminho de um bispo inteligente e cruel que vai fazer o que for preciso para aumentar sua influência e sua fortuna.

Com uma trama elaborada que une um extenso trabalho de pesquisa histórica a uma criatividade extraordinária, O crepúsculo e a aurora é um presente tanto para os leitores veteranos de Ken Follett quanto para quem deseja conhecê-lo.

Ken Follett tem um grande tema em sua obra, não importa o tempo que ele está retratando ou os fatos históricos em que se baseia: a luta de pessoas comuns por algum tipo de liberdade.” – Maria Fernanda Rodrigues, O Estado de São Paulo

O crepúsculo e a aurora tem de tudo: romance, traição, dados históricos... É o tipo de livro que você não consegue deixar de lado.” – Windy City Reader

Você também poderá gostar de: Coluna de Fogo - Ken Follett.


domingo, 4 de outubro de 2020

Cine Pipoca #018


Olá pensadores, na coluna de hoje selecionei alguns dos melhores longas que assisti do início do semestre até a data atual. Vamos lá!





Você também poderá gostar de: Cine Pipoca #017.

domingo, 27 de setembro de 2020

Blogueira de 90 anos ensina idosos a escrever sua história


“Na minha idade, o importante é compartilhar o que sei”, resume Neuza Guerreiro de Carvalho. Conhecida como vovó Neuza, em 2004 criou o curso “Resgate de memória autobiográfica”, na USP Aberta à Terceira Idade. A cada semestre, oito ou nove alunos aprendiam a contar sua trajetória. Por alto, calcula que mais de 150 idosos passaram por esses “bancos escolares”. “É muito bom para a autoestima deles, que se tornam protagonistas da própria história. Certa vez uma aluna me disse: ‘antes eu era sempre algo de alguém, como mãe, filha, namorada, esposa. Agora sou eu mesma’”. No começo do ano, a pandemia inviabilizou os encontros, que, depois de um período de adaptação, passaram a ser on-line. Foi quando Neuza decidiu que poderia se valer da internet para ampliar o trabalho. Enxugou o programa – “com certa dor no coração”, reconhece – que passou de 16 para oito aulas. No novo formato, a primeira turma começou no dia 1º. com 17 participantes. Entre eles, apenas um homem, ou “menino”, como a professora gosta de chamá-lo, apesar de ter 99 anos. “É a primeira vez que não sou a mais velha da classe. Ele não tem intimidade com computadores, mas já se ofereceram para digitar seus textos”, afirma.

A próxima turma começa no dia 22 de setembro e as inscrições podem ser feitas aqui. São dois módulos que cobrem cronologicamente a trajetória dos participantes. O primeiro abre como “a família que recebi”, para que resgatem a história de seus pais e avós. Em seguida vêm: infância, escolas e juventude. O segundo módulo compreende a vida afetiva, “a família que constituí”, espaços de vivência – as casas e cidades onde as pessoas moraram – e se encerra com a período atual. Ela conta com a ajuda de uma assistente e utiliza trechos de autores consagrados, como Graciliano Ramos e Gabriel García Márquez, para ilustrar como a literatura trata temas que serão abordados nos relatos. Os alunos escrevem seus textos no computador, digitalizam as fotos que consideram relevantes e o resultado pode ser impresso ou virar um pendrive de presente para a família. “Há sempre muita ansiedade para falar”, avalia Neuza, que foi professora de biologia, formada em 1951 no extinto curso de História Natural da USP. Aposentou-se em 1980 e, durante os 15 anos seguintes, dedicou-se à família, mas, em 2005, começou a fazer diversos cursos da Universidade Aberta à Terceira Idade: “foram uns 50 até 2015”, diz.

Além disso, desde 2008, mantém o blog da Vovó Neuza, que reúne mais de 600 textos. “Não sou escritora, registro fatos, que às vezes são testemunhos históricos”, relata, lembrando que, na formatura do antigo ginásio, em 1945, os estudantes cantaram o Hino Nacional em latim. Em vez de encarar a tecnologia como um bicho-papão, faz tempo que a incorporou à sua rotina. Em 1997, notou que não conseguia acompanhar a conversa dos netos (são quatro) e pediu ajuda ao filho – a filha mora no exterior – para ingressar no mundo on-line. “Aprendi pelo menos umas cem palavras novas que desconhecia”, lembra. São 180 dias de isolamento, mas com agenda cheia. Lê dois ou três livros ao mesmo tempo e aproveita para recomendar as obras de Yuval Noah Harari, autor de “Sapiens: uma breve história da humanidade”, “Homo Deus” e “21 lições para o século 21”. Dribla a surdez com próteses auditivas de última geração e alterna o trabalho no computador com atividades domésticas. Neuza completou 90 anos em 12 de abril, mas me conta que, na verdade, nasceu no dia 9: “antigamente havia multa se o registro não fosse feito no dia do nascimento, então meu pai trocou a data”. Conversar com ela é o equivalente a fazer uma pós-graduação em longevidade.

Fonte: g1.globo.com

domingo, 20 de setembro de 2020

Comentando Sobre o filme "O Dilema das Redes"

Existem apenas duas indústrias que chamam seus clientes de usuários: a de drogas e a de software. Citada no filme "O Dilema das Redes", da Netflix, a sentença do professor da Universidade de Yale Edward Tufte leva o usuário a se reconhecer como personagem, e não mero espectador, do documentário sobre os impasses de uma era de vícios tecnológicos.

Quem acompanha notícias e pesquisas recentes sobre os impasses do mundo atual —polarização, ansiedade, depressão, desconexão com a realidade, fake news— pode imaginar que se trata do remake de algum filme de suspense. O problema é que o final desta história está em aberto. E o que se anuncia não é nada promissor.

Quem diz isso não são apenas os profetas do apocalipse avessos a mudanças, mas os próprios engenheiros deste novo mundo que nos reconfigurou. Fazem parte do elenco, entre outros, Tristan Harris, ex-designer ético do Google; Tim Kendal, ex-presidente do Pinterest; Justin Rosenstein, ex-engenheiro do Facebook; Roger McNamee, investidor em tecnologia, e Jaron Lanier, cientista da computação e autor de "Dez argumentos para você deletar agora suas redes sociais". Eles dividem suas análises sobre a tecnologia com nomes como Arthur C. Clarke e Sófocles, de quem é a frase de abertura do documentário: "Nada grandioso entra nas vidas dos mortais sem uma maldição".

A maldição do século 21 transformou nossa atenção no objeto mais cobiçado das grandes corporações.

Somos, em outras palavras, o que foi o petróleo para o século 20 e a extração de minérios, como ferro e ouro, nos séculos passados.

A ideia básica, como mostra Tristan Harris, hoje um militante contra o vício das redes, é que se você não está pagando pelo produto, você é o produto. Criadas para facilitar conexões e aprofundar laços entre pessoas que curtiam e compartilhavam coisas em comum, essas plataformas logo descobriram a fórmula de fazer dinheiro. Para isso era preciso transformar seres sociáveis em seres manipuláveis. Aqui mora o dilema.

O filme mostra como isso já está acontecendo, mesmo para quem garante só usar as redes para fins recreativos, todos os dias, todas as horas do dia e jura nunca ter se viciado.

Dopamina e algoritmos

A premissa básica é que temos uma necessidade biológica básica de nos conectar com outras pessoas. Desde sempre. Isso afeta diretamente a liberação de dopamina como recompensa. As redes otimizam essa conexão e criam um potencial viciante. Querem que passemos cada vez mais tempo conectados e expostos a mensagens e ofertas de todo tipo. Até aí, tudo pode ser assustador, mas não exatamente uma novidade desde que levamos os aparelhos ao banheiro pela primeira vez. O problema é que, ao longo dos anos, essas grandes empresas reuniram um arsenal de informações sobre nossos comportamentos e passaram a nos conhecer melhor do que qualquer outra pessoa, inclusive nós mesmos.Isso significa não só que eles sabem como está nossos humores e nossa saúde mental em determinada fase da vida, mas o que este estado alterado nos leva a fazer.

Os sistemas são capazes de antecipar tendências. Prever comportamentos por modelos de algoritmos. E vender esta tendência para quem quer saber como nos acessar quando estivermos propensos a compulsões. Podem, com isso, moldar e mudar nossos comportamentos conforme descobrem o que nos engaja e mobiliza.

As redes sociais, como mostra um dos entrevistados, é nossa chupeta quando nos sentimos desconfortáveis, solitários, com medo. Elas atrofiam nossa habilidade de lidar com problemas reais e diversos. A questão é que estaremos sempre desconfortáveis, solitários e com medo diante de padrões de beleza e comportamento que só quem seguimos parecem alcançar. E nos deprimimos e passamos mais tempo nas redes para compensar a frustração.

Tudo já seria preocupante o suficiente se esse ciclo vicioso fosse manipulado apenas para vender batata frita ou calça jeans.

Os manipuladores das redes sabem onde estão as maiores propensões às teorias da conspiração; pior, sabem que estes espaços se tornaram terreno propício para colher engajamento, o santo graal da vida em rede.

A sofisticação das redes, mostra o psicólogo social Jonathan Haidt em certo momento do filme, está relacionada ao aumento gigantesco da depressão, da ansiedade, do suicídio e da internação por autoflagelo entre adolescentes nos EUA. Essa geração, que começou a usar redes sociais durante a pré-adolescência, está mais frágil e se arrisca menos na vida. O índice dos que já saíram em um encontro ou tiveram qualquer interação romântica tem caído rapidamente conforme cresce o uso das plataformas digitais.

A explicação é que nosso cérebro não evoluiu conforme o poder de processamento dessas máquinas desde a sua invenção. Podemos administrar amigos e amores em comunidade. Mas numa comunidade de milhares de seguidores, o bug é iminente.


Como escapar?

Desde o começo de século, a polarização política e a intransigência dentro das bolhas não têm sido

só consequência da vida em rede, mas a sua condição de existência. Se não tivermos a quem odiar, não entregaremos aos donos do negócio o engajamento que eles mais desejam. Por isso clicamos e navegamos como coelhos em busca de cenoura estrategicamente penduradas em anzóis à frente do nosso nariz.

No filme, as referências a distopias recentes, como "Matrix" e "O Show de Truman" estão ali para mostrar que este processo já está em curso e desativá-lo não vai ser nada fácil. Antes é preciso nos reconhecer dentro da matrix.

Ao fim do documentário, os entrevistados dão breves e preciosas dicas de como conseguiram, eles mesmos, diminuir os danos do uso das plataformas que ajudaram a criar. E deixam dicas preciosas, a maior delas é “não deixem seus filhos conectados por muito tempo, pois o cérebro deles ainda está em formação”.

Fonte: Uol.

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domingo, 13 de setembro de 2020

A Vida Mentirosa do Adultos - Elena Ferrante


O livro narra o crescimento de Giovanna, uma jovem moradora de um respeitável bairro de classe média de Nápoles, no período de seus 12 a 16 anos. Ambientado na década de 1990, A vida mentirosa dos adultos se inicia com um comentário do pai de Giovanna, que compara a falta de beleza da filha com a de Vittoria, tia da menina, sua irmã. Figura lendária na família e afastada do convívio de seu núcleo por motivos incertos, Vittoria desperta a curiosidade de Giovanna, que hesita entre considerar o comentário um insulto, uma condenação ou uma profecia. Explorando as periferias de Nápoles, ela parte em busca dessa mulher misteriosa.

Leia um trecho:

“Dois anos antes de sair de casa, meu pai disse à minha mãe que eu era muito feia. A frase foi proferida entre sussurros, no apartamento que os dois, recém-casados, haviam comprado em Rione Alto, no início da Via San Giacomo dei Capri. Tudo ― as ruas de Nápoles, a luz azul de um fevereiro muito frio, aquelas palavras ― permanece inalterado. Mas eu escapei, ainda estou escapando, através destas linhas cuja intenção é delinear a minha história, mesmo que na verdade eu não seja nada, nada que me pertença, nada que tenha começado de verdade ou sido levado a cabo: apenas um nó cego, e que ninguém, nem mesmo a pessoa que neste momento escreve, saiba dizer se esse nó contém o fio certo para guiar uma história ou se não passa de uma confusão embolada de sofrimentos, sem redenção.”

Na trama, acompanhamos Giovanna percorrer a transição crucial entre a juventude e a vida adulta, quando verdades e lições de vida são evidenciadas, algumas vezes de forma dolorosa. A vida mentirosa dos adultos é uma cativante história sobre o que ganhamos e perdemos com a passagem do tempo.

domingo, 30 de agosto de 2020

A Morte é um dia que Vale a pena Viver - Ana Claudia Quintana Arantes


     UM LIVRO QUE PROPÕE UM NOVO OLHAR PARA A VIDA. Em "A morte é um dia que vale a pena viver", Ana Claudia tem a coragem de lidar com um tema que é ainda um tabu. Em toda a sua vida profissional, a médica enfrentou dificuldades para ser compreendida, para convencer que o paciente merece atenção mesmo quando não há mais chances de cura. Após toda a luta, agora os Cuidados Paliativos têm status de política pública, recebendo do Estado a atenção que ela sempre sonhou. Sobre a arte de ganhar existem muitas lições, mas e sobre a arte de perder? Ninguém quer falar a respeito disso, mas a verdade é que passamos muito tempo da nossa vida em grande sofrimento quando perdemos bens, pessoas, realidades, sonhos. Saber perder é a arte de quem conseguiu viver plenamente o que ganhou um dia. Em 2012, Ana Claudia Quintana Arantes deu uma palestra ao TED que rapidamente viralizou, ultrapassando a marca de 1,7 milhão de visualizações. A última fala do vídeo, “A morte é um dia que vale a pena viver”, se tornou o título do livro que, desde seu lançamento em 2016, vem conquistando um público cada vez maior. Uma das maiores referências sobre Cuidados Paliativos no Brasil, a autora aborda o tema da finitude sob um ângulo surpreendente. Segundo ela, o que deveria nos assustar não é a morte em si, mas a possibilidade de chegarmos ao fim da vida sem aproveitá-la, de não usarmos nosso tempo da maneira que gostaríamos. Invertendo a perspectiva do senso comum, somos levados a repensar nossa própria existência e a oferecer às pessoas ao redor a oportunidade de viverem bem até o dia de sua partida. Em vez de medo e angústia, devemos aceitar nossa essência para que o fim seja apenas o término natural de uma caminhada. Completamente revista e ampliada, esta edição é uma bela ode à vida e à humanidade.

domingo, 23 de agosto de 2020

Bitcoin Blockchain e Muito Dinheiro - D.S.c Christian Aranha


o sucesso do halving, sai o primeiro livro brasileiro sobre bitcoin e blockchain. Referência inédita editorial no país, Bitcoin, Blockchain e Muito Dinheiro traz uma narrativa sobre a moeda virtual que pretende ser o dinheiro do mundo inteiro.
A obra consolida todos os conhecimentos adquiridos na trajetória de Christian Aranha desde que teve contato com o sistema em 2012, passando pela evolução da tecnologia, o conceito de blockchain, ICOs e crises financeiras. Com linguagem acessível e didática, o livro surge como fundamental relevância para interessados em conhecer e se aprofundar neste tema que impacta todos nós.
O autor é Christian Aranha, entusiasta da área e um dos primeiros a prestar atenção em criptomoedas no Brasil. Christian é doutor em inteligência artificial e desde que conheceu o bitcoin, vem pesquisando e proferindo palestras sobre o tema.
Christian promoveu a criação do curso de Bitcoin da PUC-Rio que é sucesso de público até hoje. Depois de inúmeras palestras e cursos decidiu compilar todas as informações produzidas nesse tempo em um único produto para se dedicar a novos projetos de blockchain como Ethereum, EOS e Hathor que são explicados rapidamente no último capítulo.
O livro pode ser um divisor de águas, porque no Brasil não há muito material sobre os fundamentos das criptomoedas para uso da academia e a demanda pela disciplina não para de aumentar. É indicado para profissionais de todas as áreas, porque além da tecnologia, tem os impactos econômicos, financeiros, sociais e políticos que já vivemos hoje.

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domingo, 16 de agosto de 2020

Cine Pipoca #017

Olá caros pensadores, com os cinemas fechados ficamos refém de Netflix, Amazon, canais a cabo da vida... Então fiz uma lista de filmes para ajudar a passar o tempo com o pouco mais de qualidade. Vamos la!












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sábado, 8 de agosto de 2020

Sol da Meia-Noite (Midnight sun) - Stephenie Meyer


Um dos maiores fenômenos editoriais dos últimos tempos, a saga Crepúsculo narra a icônica história de amor de Bella Swan, uma garota tímida e desastrada, que acaba de mudar de cidade, e Edward Cullen, um rapaz misterioso que esconde um segredo aterrorizante: é um vampiro. Desde a primeira troca de olhares, ele fez tudo para ficar longe dela, mas e se as coisas não tiverem acontecido exatamente assim?

Até agora, os leitores conheceram essa trama inesquecível apenas pelos olhos de Bella. No aguardado Sol da meia-noite, vamos testemunhar o nascimento desse amor pelo olhar de Edward, mergulhando em um universo novo, sombrio e surpreendente, cheio de revelações.

Conhecer Bella foi o que aconteceu de mais irritante e instigante em todos os anos de Edward como vampiro. À medida que conhecemos detalhes sobre seu passado e a complexidade de seus pensamentos, conseguimos entender por que Bella se tornou o eixo central de uma batalha decisiva em sua vida. Como Edward poderia seguir seu coração se isso significava colocar a amada em perigo? Do que ele seria capaz de abrir mão?

Em Sol da meia-noite, Stephenie Meyer faz um retorno triunfal ao universo de Crepúsculo e nos transporta mais uma vez para Forks, convidando-nos a revisitar cada detalhe dessa história que conquistou milhões de fãs em todo o mundo. Em meio a uma paixão cercada de perigos sobrenaturais, vamos descobrir como Edward encara seus prazeres mais profundos e as consequências devastadoras de um amor proibido e imortal.

Sobre a Autora

Stephenie Meyer se formou em literatura inglesa na Brigham Young University. Estreou como autora com Crepúsculo, e a saga se tornou um best-seller internacional, vendendo mais de 150 milhões de exemplares. Com a enorme repercussão da série de livros, a escritora foi considerada pela revista Time uma das cem pessoas mais influentes do mundo. Além de Crepúsculo, Lua nova, Eclipse e Amanhecer, Stephenie Meyer também publicou pela Intrínseca A hospedeira e A química. Ela mora com o marido e os três filhos no Arizona.

domingo, 2 de agosto de 2020

Prazer em Queimar: Histórias de Fahrenheit 451 - Ray Bradbury


Autor do clássico Fahrenheit 451, Ray Bradbury tinha quinze anos quando Hitler mandava queimar livros em praça pública, na Alemanha. Foi ali que ele percebeu que os livros que tanto amava estavam em perigo. Anos depois, este luto se transformou em uma ideia: escrever sobre uma sociedade em que os livros fossem proibidos, e os bombeiros, em vez de apagar o fogo, recebessem a missão de queimá-los.

Prazer em queimar: histórias de Fahrenheit 451 é leitura obrigatória para os fãs da clássica distopia. Neste livro estão reunidos dezesseis contos: treze que foram escritos antes de Fahrenheit 451 e mais três histórias escritas depois. Observador sagaz dos tempos obscuros que sucederam a Segunda Guerra Mundial, Bradbury canalizava sua criatividade escrevendo contos críticos a tudo que via e sentia. Há contos sobre queima de livros, morte, liberdade, arte, policiamento nas ruas etc.

O último desses contos chama-se “O bombeiro”. Publicado inicialmente em uma revista literária, este texto chamou a atenção de seu editor que, deslumbrado com a história, desafiou o jovem Bradbury a ampliá-lo, prometendo que aquele texto seria publicado como um romance se ele conseguisse dobrá-lo de tamanho. Bradbury trancou-se na biblioteca da universidade, alugou uma máquina de escrever e só saiu de lá quando conseguiu atender ao pedido de seu editor. Nascia, então, a ficção científica Fahrenheit 451.

Leitura indispensável para os fãs da distopia best-seller Fahrenheit 451.

domingo, 26 de julho de 2020

O Mundo Pós-Pandemia - Reflexões Sobre Uma Nova Vida

Sinopse:
Já não há dúvidas: nosso tempo se dividirá entre o antes e o depois da Covid-19. De fato, dificilmente houve acontecimento tão determinante neste século quanto a pandemia, e as consequências das recentes ações políticas, sanitárias e econômicas ainda mal começaram a ser vislumbradas. O que, portanto, devemos esperar para nosso futuro e o futuro das próximas gerações? Uma transformação drástica em tudo o que é humano? Ou apenas o retorno do mundo tal como ele sempre foi? O que se sabe é que uma previsão bem fundamentada não pode passar ao largo deste livro. Afinal, nomes de peso aqui se reúnem para opinar sobre as principais esferas da atuação humana, levando em consideração cada uma de suas complexidades e dilemas.

Transitando da arte e do humor ao poder judiciário e à economia, estas páginas constituem o que há de mais qualificado a respeito do mundo que nos espera.


Comentando
Recém-lançado, o livro "O mundo pós-pandemia" compila textos de profissionais de diversas áreas com debates sobre o futuro após a pandemia da Covid-19.
A obra é organizada pelo escritor e advogado José Roberto de Castro Neves, com 50 textos. Os temas e formatos são variados.
O livro trata de assuntos como arte, humor, poder judiciário e economia. Segundo a editora Nova Fronteira, responsável pelo lançamento, "O mundo pós-pandemia" é um "esforço para entender como o Brasil e o mundo reagirão a esse evento histórico".
Ainda segundo a editora, as personalidades foram reunidas para "inspirar novos debates, ajudar a repensar valores e auxiliar em tomadas de decisões que serão definitivas".
O comediante Marcelo Adnet, por exemplo, usa o humor para falar sobre o mundo digital. O técnico Bernardinho escreve sobre o futuro dos esportes. Com um conto, a atriz e escritora Fernanda Torres trata de possíveis dilemas do setor artístico.
Na introdução, Castro Neves comenta que as perspectivas do futuro dependem das escolhas feitas agora. "Não se pode qualificar uma escolha da sociedade como evolução, pois essa ciranda da civilização humana tem por característica ir e voltar — num caminho tão ilógico quanto misterioso (que o digam Hegel e Marx)", escreve ele.
"Mas há, de toda sorte, um conforto em verificar, no episódio histórico a que assistimos hoje, a força dada à vida humana, a dimensão do comportamento solidário nessas horas em que a praga deixa de ser somente metafórica. Possivelmente, o Terceiro Milênio começa agora. Um momento — e, ao mesmo tempo, uma oportunidade — de construir", completa Castro Neves.

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domingo, 19 de julho de 2020

Romanceiro da Inconfidência - Cecília de Meireles


Uma coletânea de poemas da escritora brasileira Cecília Meireles, publicada em 1953, que conta a História de Minas dos inícios da colonização no século XVII até a Inconfidência Mineira, revolta ocorrida em fins do século XVIII na então Capitania de Minas Gerais.
Em 85 "romances", mais quatro "cenários" e outros de prólogo e êxodo, Cecília evoca primeiro a escravidão dos africanos na região central do planalto em episódios da exploração do ouro e dos diamantes no século 18; logo o centro da coletânea é dedicado ao destino dos heróis da chamada "Inconfidência Mineira" – Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, Tomás Antônio Gonzaga, sua noiva e amada Marília de Dirceu bem como de outras figuras históricas implicadas no acontecimento, como D. Maria I a louca, na altura Rainha de Portugal.
Mais lírica do que narrativa, a obra assume o lado dos derrotados (transformados depois em heróis da Independência do Brasil) denunciando o sistema colonial que favorece a exploração dos desvalidos:
A terra tão rica
e – ó almas inertes! –
o povo tão pobre...
Ninguém que proteste! (…) (in: Do animoso Alferes, Romance XXVII) 
Estes branquinhos do Reino
nos querem tomar a terra:
porém, mais tarde ou mais cedo,
os deitamos fora dela.(in: 'Do sapateiro Romance XLII) 
A nova interpretação da história serve no entanto de ponto de partida para uma reflexão filosófica e metafísica sobre a condição humana. Surgindo Tiradentes como um avatar de Cristo e sofrendo o sacrifício do bode expiatório, ele se torna num redentor do Brasil, que abriria a nova era da liberdade. "Construindo com o Romanceiro da inconfidência um mosaico em que cristalizariam vibrações captadas na terceira margem da memória coletiva, Cecília consolidava uma teia de mitos suscetíveis de fortalecer o sentimento da identidade brasileira"

domingo, 12 de julho de 2020

Coraline - Neil Gaiman


Clássico de Neil Gaiman que mistura terror e conto de fadas ganha edição especial

Certas portas não devem ser abertas. E Coraline descobre isso pouco tempo depois de chegar com os pais à sua nova casa, um apartamento em um casarão antigo ocupado por vizinhos excêntricos e envolto por uma névoa insistente, um mundo de estranhezas e magia, o tipo de universo que apenas Neil Gaiman pode criar.

Ao abrir uma porta misteriosa na sala de casa, a menina se depara com um lugar macabro e fascinante. Ali, naquele outro mundo, seus outros pais são criaturas muito pálidas, com botões negros no lugar dos olhos, sempre dispostos a lhe dar atenção, fazer suas comidas preferidas e mostrar os brinquedos mais divertidos. Coraline enfim se sente... em casa. Mas essa sensação logo desaparece, quando ela descobre que o lugar guarda mistérios e perigos, e a menina se dá conta de que voltar para sua verdadeira casa vai ser muito mais difícil ― e assustador ― do que imaginava.

Publicado pela primeira vez em 2002, Coraline foi o primeiro livro de Neil Gaiman para o público infantojuvenil e se tornou uma das obras mais emblemáticas do escritor. Repleta de elementos ao mesmo tempo sombrios e lúdicos, a história conquistou crianças e adultos em todo o mundo e, em 2009, ganhou as telas de cinema em uma animação dirigida por Henry Selick, de O estranho mundo de Jack. Nesta edição especial em capa dura, com introdução do autor e projeto gráfico exclusivo, coube ao renomado ilustrador Chris Riddell dar vida ao universo mágico e aterrorizante criado por Neil Gaiman.


domingo, 5 de julho de 2020

Resumo do livro: O Silêncio dos Livros - Fausto Luciano Panicacci


Esta obra pinta o mais provável dos futuros se continuar seguindo tais caminhos.
Parte: 1 (Portugal)

Ter Livros é Crime. Denuncie.

     “Era a última tarde do inverno e o vento embrenhava-se nas rachaduras do muro quando ela atravessou a rua sob o céu cinza, os olhos baixos evitando a placa sombria. Era um daqueles períodos da História tão tragicamente adultos que o absurdo só se faz visível aos olhos da infância: num mundo de sinal invertido, a base da montanha é seu ponto mais alto, e o pico, o vértice do abismo; não poderia por outra razão, o que ali se passou só poderia mesmo ser contado pelos olhos de Alice.” (fragmentos do livro).

     A menina vinha da escola e a estrada era lotada de placas do tipo “Ter livros é crime. Denuncie.” até no bosque e isso lhe causava uma certa angústia. Não entendia como um monte de folhas velhas com dedicatória poderia fazer algum mal. Como poderia ser banido. Sentia-se bem quando ouvia histórias, principalmente, quando sua avó lhe contava. Mas agora era estava transgredindo a lei ao guardar esse bem. Chegando em casa envolta em seus devaneios ouvira o som inconfundível fragmentadora de papel, sua preciosidade fora tritura sem piedade por sua mãe. A menina chorava torrencialmente abraçada as partes de trituradas que outrora fora um livro, restando apenas as memórias das histórias contadas por sua avó. Agora a menina estava completamente só.
     Outro dia fazendo o mesmo percurso de costume pelo bosque percebeu o palacete estava aberto, curiosa e astuta que era fora conferir quem seria seu novo vizinho. Acercou-se da cerca de madeira e ficara espionando até ver um homem senil. Aproximara cuidosamente com seu caderninho (hábito pelo qual sofria bullying) até o homem e começara a falar sobre sua gata, doninha do bosque, as histórias que a avó contava… Os pais sempre davam a desculpa de estarem sem tempo, e as histórias da escola nunca tinha rumo fixo sempre ficavam mudando o enredo a todo momento. Isso irritava-a por isso preferia livros. Por fim se apresentaram, ela como Alice, mas todos a chamava de “menina”, ele por Santiago Pena. Ela voltara para casa numa manhã seguinte porque sabia que teria alguém para conversar. Mal sabia ela que amigo mudaria sua vida para sempre. A menina acompanhara o pai ao palacete de Santiago para dar boas vindas em nome da família Crástino. Para a alegria da menina, Santiago, passou a frequentar sua casa. Ela posta de lado por todos da família (como um objeto que perdera a graça). Em um jantar na casa dos Crástino, Santiago, ele convidou a todos para uma exposição no centro de fotografia. Que por sinal também estava sendo banida principalmente a impressa, qualquer conteúdo visual e intelectual teria que ser facilmente manipulada ou sofreria duras penas da lei. A conversa foi esquentando e Santiago, desconversou perguntara sobre o porque da menina passar pelo bosque sendo a estrada mais segura e alegaram que já falaram várias vezes com ela sobre isso. Ele também estava intrigado em porque a menina foi para uma escola tão longe de casa e a resposta não poderia ser tão simples: “foi o aplicativo que escolheu”. Não levaram em conta a distância, deixaram tudo por conta de um aplicativo que faz escolhas aleatórias segundo o pai. Santiago ainda fora ridicularizado pelos demais. Nisso chega a menina com suas bonecas pedindo a ele que lhe contasse uma história os pais tentaram ignorá-la, mas o convidado interveio e fez sua vontade. A menina ficara encantada lembrara da sua avó e do seu tio que liam para ela de maneira igualmente mágica. A cereja do bolo foi o truque com a corda para que as bonecas não arrastassem no chão. Despedira-se e voltou para seu palacete.
Horas depois a polícia cercou seu palacete.
     A menina ficara parte da madrugada anotando tudo o que lembrava da história, pensara nele como o “avô de letrinhas”. Queria saber quem era o tal Hilário Pena. Qual seria a história que estaria no caderninho dele? Ela mal poderia imaginar, mas teria de crescer muito ainda para desvendar a história.

Parte: 2 (Brasil, muitos anos antes..)
Agora vamos falar de Hilário e seu percurso para se tornar Santiago.

     Hilário Pena, neste tempo tinha vinte e dois anos.
Em um dia frio em São Paulo, fora encontrar com seus amigos. Distraiu-se com a discussão da mesa ao lado, sobre proibição e queima de livros, enquanto seus amigos não chegavam. Na época ele não possuía nenhuma relação com o mundo da literatura. Marcado pela miséria da infância ao bullying sofrido na faculdade de engenharia por roupas muito simples. Chegaram os seus colegas de trabalho parabenizaram-no rapidamente pela promoção no estágio e logo o deixaram de lado. Ele circulava bêbado pelo bar quando viu a notícia sobre a nova medida de redução da criminalidade que, consistia em um exame que mapeava o gene violento do indivíduo, prevendo os crimes mais graves. Estava meio desatento ao noticiário diferente dos seus amigos se encantaram com o decreto.
     Tudo aconteceu em segundos, logo ouvira alguém berrando um aterrorizante “não”, a seguir a pele sendo rasgada. O homem da mesa ao lado estava se esvaindo em sangue. Hilário pena, tinha nas mãos uma garrafa quebrada.
     Acordara numa cela com uma ressaca monstruosa e sem realmente lembra do ocorrido. Todas as suas memórias estavam envoltas em névoas. Tentara lembrar de como foi parar ali sozinho, pois segundo ele só defendera o amigo. No dia seguinte recebeu seu advogado, Carlos Castelo, que era do Estado. Até então Hilário, pensara era um advogado da parte de seu mentor senhor Andrada. Pois ele veio se informou do caso e pedira para nunca mais ser incomodado e saiu sem vê-lo. Os amigos dele deram depoimento alegando que, depois da confusão fora Hilário que quebrou a garrafa e fincou no pescoço do homem. Ao saber dos depoimentos dos até então ‘amigos’, ficara em completa fúria, ele acreditava cegamente que fora um ato de defesa nada mais que do que isso.
     Na sala além do advogado haviam dois agentes alegando que fizeram exames genéticos para testar sua tendência criminosa. Por os testes acusarem negativos para o gene-C, ele escapara da pena de morte, mas ficaria preso até os testes serem mais conclusivos. Fora o único no sistema de criminologia a dar negativos. Estava completamente só, em uma prisão de estrangeiros de nome Babel. O advogado dissera que naquela penitenciária havia uma biblioteca, mas essa era um lugar em que Hilário passaria longe
Meses depois chegara o primeiro julgamento. Não havia nenhuma testemunha para ajudá-lo além do advogado do Estado. O mesmo incentivara a tentar sensibilizar o júri. O julgamento foi adiado por um documento do Grupo Especial de Trabalho da Comissão.
     Semanas se passavam e Hilário e o advogado exausto, tentava achar uma brecha plausível. Explicara que o Ministério da Polícia Criminal tinha solução para quem fosse preso sem o tal gene-C. Havia as mais diversas teorias, mas na falta de provas continuaria preso.
     Tempos depois houve o segundo julgamento. Fora interrogado duramente, mas mais insistira que fora somente para defender seu amigo. Quando passou para seu advogado que expôs todas as suas mazelas perguntara se estava arrependido Hilário, respondera que não e era uma questão de honra.       A seguir vieram várias testemunhas alegando que Hilário tinha um comportamento estranho e seria capaz de matar. Sem chances de dar sua versão, Hilário fora condenado até que os exames apontassem que ele possuía o tal gene-C, e seria executado. Saíra do tribunal direto para a penitenciária Babel, sem compreender como ele foi parar nessa situação.

     Um certo dia em um de seus banhos de sol notara algo escrito no cano do pátio como “não morra aqui”, seguiu-o por vários pavilhões até chegar numa porta com uma placa escrita “Biblioteca” em vários idiomas. De repente o silêncio fora quebrado, lembrara que havia passado da hora de seu banho de sol. Ele ficara sabendo era famoso em Babel. O atendente se empolgara apresentando os mais diversos livros, mas Hilário o dispensara e foi correndo para sua cela, porque os outros estavam no pátio.

     Anos se passaram, as empresas começaram a ter autorização para vender kits de teste do gene-C. Todos os pais tetavam seus filhos com medo que tivessem. Os laboratórios não deram conta da demanda desenfreada por testes. Surgindo, assim, o contrabando dos kits e uma nova onda se fez. Com manipulação genética os laboratórios podiam criar filhos “perfeitos”, logo as expressões lebenborn (fonte da vida), pureza racial, voltaram a ser mencionadas.
     Hilário tinha vinte sete anos, quando recebera a última visita do advogado e agradecera pelos seus serviços durante todos esses anos. Perguntara sobre as imagens gravadas no dia fatídico. O advogado estava sendo ameaçado e sofrendo pressões externas.
     Deste modo diria o que continha nas gravações assim que Hilário parasse de acreditar nas histórias que inventara para si próprio. As imagens mostram Hilário escondido e de depois da briga o mesmo chutando o homem, quebrando uma garrafa e cortando o pescoço da vítima. Mesmo assistindo as imagens, continua a alegar que ele que era a vítima e o homem estava armado, e sim poderia matar seu amigo. O advogado fora suspenso pelo caso e por ser contra a pena de morte. Na manhã seguinte o encontraram morto. Começara a queima de arquivo assim Hilário pensara.
     A neurose o possuía qualquer coisa era motivo de complô. Distraía-se com um jogo de xadrez que ganhara dos guardas.
Uma nova avaliação foi realizada. Em uma sala macabra onde os agentes digitalizaram suas impressões digitais, respondera uma série de perguntas e colocara seu número de presidiário. Concluído o teste Hilário vira na tela a palavra “negado”. E na semana seguinte o mesmo. Dessa vez ficara extremamente arrasado. Em pleno desespero cortara o cobertor em tira amarrara no pescoço e saltou.
     Hilário, acordara no hospital horas depois. Lá o médico explicara que quando saltara o cobertor arrebentou e batera com a cabeça, tendo uma concussão. Semanas depois quando voltara a para cela descobrira que havia um vizinho e ficara enormemente feliz. Conhecera então Antônio Aldo Antunes Santos de Almeida, que ficara extremamente grato por ter sido salvo do incidente no pátio momentos antes e contara como fora preso por importar livros. Hilário, por sua vez contara suas mazelas, sua história até então. Estava curioso no porque seu vizinho de cela fora parar naquele pavilhão se não tinha o gene-C, e não era violento. Ao contrário tinha dinheiro e muita influência por isso conseguira aquela cela privativa.
     Hilário estava a mais de quinze anos sem contato com o mundo, não fazia ideia das reviravoltas que a sociedade dera. Os livros foram terminantemente proibidos e surgira o “modelo G.A.T.E”. Certos comportamentos que pensamos ter sido apagados no imaginário coletivo voltaram a se repetir como: depredação de livrarias, queima de livros… Nada impresso era permitido. A parte boa era que no Brasil, tudo continuava na mesma, a proibição não chegara. Ficara intrigado com a quantidade de dinheiro que poderia ganhar importando livros para as terras tupiniquins e outros países. Diante da empolgação de seu amigo falando sobre de como herdara o gosto pelos livros, Hilário contara que ali, em Babel, havia uma biblioteca. Em seguida correram para lá, e viram-na em estado de abandono com camadas de poeira e mofo. Antônio, ficara fascinado pelas raridades que encontrara já Hilário, só acompanhara-o, mas pegara um livro que continha exercícios de matemática anotado para ler a noite.
     Passara a noite lendo e pensara ser desnecessário todo aquele drama que o personagem vivera. Antônio achou um absurdo tal simplória resenha que seu amigo fizera a um clássico e empolgara-se. Perguntara o porque de Hilário desprezar tanto a biblioteca estando ele a muito tempo preso. Simplesmente porque para ele era só um lugar empoeirado com um amontoado de papéis, nada muito profundo que desinteresse. Antônio propôs-se a organizar e arrastar seu amigo para ajudar. Conseguira horas a mais fora da cela e fizera todo o cronograma de limpeza e organização na mente, era a empolgação em pessoa. Na releitura indicada por seu amigo, Hilário enfim percebera toda poesia que antônio descrevera antes. Trabalhavam arduamente na faxina e organização da biblioteca e se deleitavam nas relíquias que lá ainda existia. Depois do toque recolher mais uma madrugada leitura, estava começando a compreender o universo literário para o contentamento de Antônio. Ele explicara o significado de “festina lane”, (apressa-te lentamente), expressão complexa cujo os termos antes de se anularem, complementam-se. E falara de onde veio seu segundo nome “Aldo”, que era de um editor chamado Aldo manuzzio.
     O tempo passara com uma certa leveza.
     Hilário renascera através dos livros.
     Enfim chegara o dia da reinauguração da biblioteca, que não teve nenhum tipo de festejo, com só uma nota interna dizendo haveria livros disponíveis. Demorou um cerco tempo para haver algum leitor.
     A noite Hilário recebera um caderninho que Antônio encomendara ao seu advogado e contara da dificuldade em obter esse item praticamente proibido.
Um dia chegaram na biblioteca e perceberam que as prateleiras haviam sido trocadas por madeira de cerejeiras. Foi um gesto de agradecimento dos outros presos. O cavalete lotara diariamente de indicações de leitura e mensagens de apoio. Hilário começou a sentir-se útil, em ter um propósito na vida.
     Antônio fora solto, mas antes de sair entregara para seu amigo uma coordenada para quando ele sair, algum dia, se dirigisse a tal local. Hilário continuava em sua missão na biblioteca que tinha cada vez adeptos. Começara a ler os livros não catalogados, obras raríssimas, os livros tornaram seus aliados contra o tempo e solidão. Nisto passam-se mais quatro anos, Hilário Pena agora tinha quarenta e dois anos, e mais exame a fazer. Desta vez, só havia um agente na sala, e o resultado apontou “negado” novamente. Em poucos dias retornou a sua rotina e percebera que levaria mais de uma vida para ler todos os livros que listara. Longe da civilização caótica onde proibia-se livros, em Babel, o silêncio dos livros reinava como música a cada virada de página e cochichos. Assim, passara dois anos.
     No dia seguinte escutara gritos em vários idiomas, tinha um mau pressentimento e fora a biblioteca. Lá vira os livros sendo retirados e levados para uma incineradora. A proibição aos livros havia chegado a Babel. Hilário voltara a ficar deprimido e com pensamentos perturbadores. Pensando no passado e se deu conta que os personagens que criara para si mesmo eram totalmente inconsistentes. Lento e gradualmente a ficha foi caindo. Eis que finalmente admitira que matara Eduardo Inocêncio, o homem da mesa ao lado. Havia passado mias três anos em meio a remorsos e realizou-se seu último teste. Ao retorna a cela recebera a notícia que o surpreendera, estava livre graças a um alvará de soltura. Saíra da penitenciária com roupas doadas e um cartão de transporte.
     Saindo de Babel, no ponto de ônibus em frente vira um carro parar do outro lado e teve a sensação de ser seguido. Pegara o primeiro ônibus que aparecera. Quando soltara do ônibus, logo avistou o individuo do carro correndo atrás dele dizendo que era advogado de Antônio e acompanhara todo seu caso. Explicara que houve um desencontro da parte dele, ele chegara minutos depois de Hilário ter saído da penitenciária, e tinha instruções para levá-lo até o senhor Antônio Aldo em Portugal. Ele concorda em ir com uma condição a de ir na casa do homem que matara. Lá encontra a mãe de Eduardo, uma senhora de memória bastante debilitada. A lucidez vinha como ondas do mar, hora lembrara que o filho estava morto, outra que o filho ia chegar a qualquer momento da faculdade. A senhora arruma a calça de Hilário e em seguida o olhara como o reconhecesse, como o homem que assassinara seu filho.

     Enfim pegar o avião para Portugal, para rever seu amigo estava muito fraco no hospital. O encontro foi repleto de comoção e nostalgia, mas sobretudo de instruções sobre seus bens que Hilário herdaria. Antes de seu último suspiro Antônio, pedira que ele fosse até as coordenadas que, um dia, entregara-o.

     Caminhando pelas ruas do Porto, encontra um cartaz com o seguinte comunicado: Esterilização preventiva: denuncie portadores do gene-C”.

     Ruas desertas, lixo, fedor, indivíduos voltados para seus eletrônicos. Ao olhar ao redor sentia que o tempo roubara-o a jovialidade, o viço. Observara as pessoas como um verdadeiro sociólogo, um filósofo. Flagrara-se constantemente comparando sua juventude interrompida com os novos tempos.

     No dia seguinte acompanhara o velório de seu único e verdadeiro amigo, Antônio, a distância. Só lhe restara o silêncio. Recompôs-se e acompanhara o advogado até o seu escritório havia detalhes acertar e instruções a Hilário. A primeira delas era deletar toda e qualquer tipo de prova do crime pela lei do esquecimento. Segundo mudar o nome de Hilário para Santiago Pena de Jesus. E terceiro e mais importante nomear a fundação que seu amigo dissera para criar, colocara “Fundação Cultural A.S.A.

     As coordenadas dava em uma vinícola chamada “Quintas dos Imortais”, uma das propriedades que pertencia a ele agora. Ficara encantado com a cidadezinha. Chegando na vinícola, teve acesso ao portão e casa, mas o gps dizia que não havia completado todo o percurso. Dentro da casa tinha uma estante com livros falsos e uma alavanca, Hilário ria do clichê que seu amigo aprontara. Depois de andar centenas de metros túnel a baixo, abria um portão de chifre, pensara estar no paraíso. Lá continha milhões de livros todos iluminados em prateleiras de carvalho. Numa mesinha próxima havia um bilhete dizendo: “para que tu saibas a história deste lugar”. Passara meses na biblioteca infinita acertando os detalhes fundação e escrevendo sua própria história em seu caderninho. Nesse tempo o que mais gostava além dos livros, era de caminhar até a cidadezinha.

Parte – 3
De volta aos olhos de Alice. (Portugal)

     A menina não cabia em si de tamanha felicidade, agora ela tinha seu avô de letrinhas. Ansiava pelo evento de Santiago. Era pura sede de conhecimento que os livros provocara em um ser sabido. Santiago discursara agradecendo aos que foram, eram bem poucos, mas já era algo. Aparecera a polícia ordenando que cancelassem o evento e vasculharam tudo em busca de itens proibidos (livros).
     Na semana seguinte, Santiago fora recebido pela mãe da menina toda insinuante na casa dos Crástinos. A menina achara o comportamento da mãe muito estranho na época. Santiago contara que os policiais foram na casa dele revirou-a por inteira. Eles nunca entenderiam o esforço do vizinho com os livros. E a menina ganhara mais uma história de seu avô de letrinhas.
Santiago viajara por meses para tristeza de Alice. Quando chegara fora direto para casa da miúda, tinha um trato com a menina de contar-lhe histórias toda semana. O tempo passara em um ritmo mais tranquilo com as histórias garantidas sempre depois do jantar, hora que toda a família ficara reunida para ouvi-la. Alice contemplava este momento em que os pais apenas conversavam sobre os contos, o que a fazia lembrar da casa da avó.

     Era natal, todos na família estavam com aquele humor natalino até Beatriz, a carrancuda. Santiago se integrava a família como um amigo, um irmão que o pai estimava-o muito. A menina ganhara um cordão que simbolizava a expressão “festina lane”, (apressa-te lentamente). Segurara-o como se fosse um amuleto de muito poder.
     O caderno escrito Hilário Pena, caíra no quarto da menina quando ela contara seu segredinho, que era caderninhos escondido dentro das bonecas. Estava diante de um dilema tortuoso para uma menina sabida, ler ou não ler. Talvez ele algum dia contasse para ela, pensara.
     Quando o vira chegar desembestara a correr para entregar o caderno em segredo. Como era de costume o assunto a mesa era as viagens de Santiago, que descrevia sempre com paisagens espetaculares. A história da “a menina e o tigre”, rendera porque os Crástinos não tinha senso lúdico e não compreendera as reviravoltas do conto. Com Santiago a família sentia-se completa e a recíproca era verdadeira. A menina pensara ter visto alguma na família.

     Certo dia a menina vira sua irmão na porta dele e intuiu que ali tinha coisa. Santiago estava completamente constrangido com rumo da conversa de Beatriz. Ela o vigiara pelas câmeras e divertia-se com o passatempo. Ele não sabia se poderia confiar em tal criatura, cínica que era. E continuara provocando-o dizendo que seu pai traia a mãe pela internet, e insinuando que a mãe se produzira bastante quando ele ia jantar na casa dela e outros dias nem jantar havia. Sai sem mais, sem menos. Santiago não entendera nada e a menina que espiava menos.
Mais tarde o pai tivera uma enxaqueca terrível depois que fora imprensado por Beatriz, e dissera para Louise suspender suspender os jantares com Santiago.
Passara uns dias, a mãe comunicara que iria a praia com as meninas, principalmente por Beatriz aceitar e convidara Santiago.

     Assim que chegaram na praia, Beatriz começara. Primeiro no celular debochando da companhia, depois soltou “usa cada coisa…” “O senhor não deveria usar essas coisas”. “Essa sunga. Parece ainda mais velho.” E continuara desdenhando, insinuando-se, interrogando o pobre Santiago. Felizmente não levara a sério, afinal, era apenas uma garota. A mãe chegara trotando como um animal muito divertido. Pelo olhos da menina. Peito e bunda num movimento forçado em direções opostas, até Beatriz olhara e a cena e pensara ser provocação ou competição. A mãe, que nunca fora mãe de fato, ficara toda zelosa com menina. Dando falsas esperanças. Beatriz voltara da casa de veraneio, atirara na mãe o biquíni que a mesma disse ter esquecido e a deixara falando sozinha. Como de costume sobrara para a menina, que levara a culpa pela cicatriz da cesariana e sendo causa de todo seu stress. Começara a chover e santiago ficara com a missão de tirar a miúda da praia. Chegaram na casa, as malas já estavam prontas, a mãe pôs milhões de motivos para voltar e assim fora.

     Dias depois, a menina correra para casa de Santiago, mas no caminho vira a irmã na porta dele toda insinuante desculpando-se pela cena na praia. Segundo ela para a mãe ele seria só casinho, mas para ela Santiago seria o homem perfeito. Ele já estava perdendo a paciência com todo o blá, blá, blá, da garota. Por fim saíra da casa trotando igual a mãe. A Menina não sabia no que pensar, ela vira uma cena e a irmão contara outra a mãe.
Sem os jantares com Santiago, a menina ficara órfã de histórias e do avô de letrinhas. Passara a noite lembrando da casa da avó, para ela era como se houvesse uma fenda temporal.

     A menina vira a mãe sair pela porta de trás e ir em direção ao palacete. Para seu azar ele estava acompanhado por Elizabeth, que trabalhava quando ela interrompera. Louise tentara convidar-lha para um jantar, mas Santiago a despachara rapidamente. Insatisfeita vai encher o marido de intrigas sobre o vizinho como: o seu estilo de vida era muito esquisito e supõe que a tal Fundação e seja uma faixada. Maquinara o plano para coletar informações, o jantar. A miúda não entendera nada, para ela se alguém quisesse saber algo era só perguntar simplesmente. Enquanto isso os pais andavam ainda mais estranhos do que o normal.
     A mãe repetira o mesmo ritual, desta vez, ligara para primeiro e pediu para que ele desse uma passadinha na casa dela. A menina fora impedida de pedir histórias e fica no mesmo ambiente, mas dera um jeitinho de escutar. A mãe dissera que a menina simplesmente acontecera por esta razão na merecia trato algum. Diferente de Beatriz que teve edição no DNA, sendo assim, programada para ter o maior Q.I., na mais conceituada clínica Fonte da Vida. Santiago ficara atônito com tal informação, era a mesma de décadas atrás só que desta vez bem mais sucedida. Perguntara o real motivo de tê-lo chamado. Primeiro era o episódio Beatriz, que os pais interpretaram como abuso, ele esclarecera, pois a pais sabem a filha que tem. Segundo era uma história com a mãe que dizia estar sendo stalkeada por alguém da academia no início, mas o teor das mensagens pensara ser alguém bem próximo. A menina sabia que a mãe nunca fora a academia. Louise continuara provocando-o com cara de “ninguém gosta de mim”, até receber o balde que água fria, ele considerava-a como uma irmã. O marido chegara e o jantar fora confirmado para o final de semana. A menina intuíra que o motivo para sua mão chamá-lo era outro, mas não compreendia qual.

     No dia do jantar era só ansiedade, a menina passara o tempo no bosque. Assim que os convidados chegaram, Alice correra para os braços de Santiago e não o largara o jantar inteiro. Santiago e Elizabeth falaram animadamente sobre o que estavam trabalhando. A moça além de estonteantemente linda, era culta e lutava para o fim da proibição aos livros. Alice queria ser igual a Elizabeth, estava cheia de ralharem com ela na escola e em casa. E como ela esperara veio o momento tão aguardo a da história de nome “o mito da videira encantada”. A miúda ficara verdadeiramente encantada com história.
Depois que Santiago fora embora, a mãe ataca. Distorci toda a história do dia que em que o vizinho estivera ali a pedido de Louise. O pai só se incomodara como o fato de a menina gostar mais de Santiago do que dele.

     A mãe fora novamente na casa de Santiago, tendo em mente um plano bem mais ousado. No meio do assunto que inventara pedira a ele que lhe tirasse o top e partira para cima. Nisso Beatriz flagrara a cena e entra na casa de Santiago igual um búfalo. Dissera que alimentara falsas esperanças até mesmo na menina. O circo estava armado! Partira para casa na intenção de revelar ao pai o que acontecendo a algum tempo.

     O mundinho da menina estava desmoronando. Não compreendia porque a mãe e a irmã brigavam por Santiago se nem de gostavam de histórias. A menina muita da sabida pensara e pensara até que, chegara a dura conclusão: ela servira de joguete para que a mãe pudesse atrai-lo e dar o bote mais tarde. Percebera então que não poderia confiar em ninguém da família. Notara que quanto mais sabida ficava, mais seu mundinho ficara envolto em névoas cada vez mais espessas.

     Alguém denunciara Santiago a imigração, o carro da polícia parou em frente ao palacete, Felizmente os documentos estavam em ordem. Os Crástinos o convidaram para um vinho. Beatriz, quase conseguira o que tanto desejava dele no banheiro, mas ele escapara por um fio. A mãe escutara tudo e pensara ser um sonho juvenil, poderia usar o aplicativo randômico para tirar a dúvida.
     Santiago contara ao pai da menina que andara recebendo ligações de um suposto frade o ameaçando, mas segundo o pai achara que era só alguém se divertindo. Louise pede a Santiago para ajudar a fotografar certo ponto no bosque.
     A menina sentira que algo muito ruim iri acontecer no seu pedacinho do Éden.

     Beatriz vinha brigando com a menina por ter de acompanhá-la até em casa, mas miúda teimosa que era convencera a irmã a passar pelo bosque mesmo estando proibida. A menina fora deixada para trás como de costume. Próximo ao rio encontra a irmã tirando foto de algo, aproximou-se e vira que era Santiago todo torto e sanguentado no chão. Ele tentara falar, mas a voz não vinha. Beatriz continuava no celular digitando sem parar. Desvencilhou-se da irmã para tentar seu avô de letrinhas, pegara o tablet e ligara para a emergência. Santiago apontava freneticamente para seu caderninho que estava indo rio abaixo. Fora impedida de pegá-lo pois sua irmã a levou a força para casa. Chegando lá, a mãe ligara para polícia, e a menina espiara a irmã aos prantos na sala. Escutara quando Beatriz dissera que fota que tirara de Santiago a fizera popular, mas alguém nos comentários que iria denunciá-la por não prestar socorro. Esse era seu drama a popularidade arrasada em pouquíssimo tempo. Pois a polícia batera na porta dos Crástinos em função do rastreamento das fotos postadas. O guarda perguntara a garota porque não chamara a emergência, o que carretou em omissão de socorro. Ela teria que prestar depoimento na delegacia.
     A menina se desmanchara em lágrimas, segundo a mãe Santiago virara estrelinha. Descera a cozinha e encontrara seu pai lavando um de seus tacos de beisebol, nele saia um licor avermelhado e terra. Logo observara que o pai não colocara junto a coleção, mas sim escondido.
Alice começara ligar os pontos do dialogo que escutara antes. Astuta como era resolvera encontrar o áudio das câmeras. Agora sabia de toada a trama que os pais fizeram contra Santiago, até as ligações estranhas que havia recebido, era coisa de deles.
     Não conseguira dormir pensando em seu avô de letrinhas agonizando até seu último suspiro. A menina questionara se era adota, pois não havia nada em comum com aqueles estranhos monstruosos. Tinha fome de conhecimento e eles de mesmice. Encontra Beatriz pela casa, havia sons incomuns vindo do quarto dos pais. As duas assistiram todo o ato carnal e foram para seus quartos. A menina continuara a chorar até dormir.
     Na madrugada escutara os passos do pai e sons de latas. Tempos depois os estalos das chamas que consumia a casa. O cheiro de corpos sendo queimados espantavam os curiosos. Os bombeiros chegaram, enquanto discutiam alguma estratégia, ouviram gritos do interior da casa. Um casal de desconhecidos adentraram para salvar quem fosse. Latas de querosene foram encontradas e três corpos carbonizados. As primeiras imagens na TV, mostrara uma menina no colo de um oficial. O palacete não fora atingido , mas o carro derretera junto com os livros.

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     Trabalhara no escritório de arquitetura e maravilhava-se com seu trabalho. Caminhara até a fundação A.S.A-S (A.S.A-Santiago). Teria uma reunião decisiva se continuaria ou não na causa pelos livros físicos. Alguns países já haviam cedido. Votara a favor para continuar na luta contra proibição dos livros.
     A Quinta dos Imortais era um lugar que sempre a encantara. Montara seu passado com anotações, intuições e uma pitada de imaginação como gostara de pensar. Tinha o costume de ficar pensando. Pensara em Santiago nos tempos de Babel, queria ter o poder de reescrever sua história. Ele fora tudo para ela. Pensara em Elizabeth que a criara. Mesmo não merecendo pensara nos Crástinos, que transformara seu pedacinho do Éden em cinzas.
Agora era ela que carregava o caderno de Hilário Pena. Juntara as três histórias: Hilário, Santiago e a dela. Entre Barris de no túnel antes de entrar na biblioteca infinita, escrevera na capa do caderno “O Silêncio dos Livros”. Faria suas anotações de modo linear, e entrara no paraíso da literatura.

Obs: Este resumo está em partes como no livro. A obra não conta a história de forma linear.