quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Desvendando o tabu: Suicídio.

É o ato intencional de matar a si mesmo. Sua causa mais comum é um transtorno mental que pode incluir depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, alcoolismo e abuso de drogas. Dificuldades financeiras e/ou emocionais também desempenham um fator significativo.
Mais de um milhão de pessoas cometem suicídio a cada ano, tornando-se esta a décima causa de morte no mundo. Trata-se de uma das principais causas de morte entre adolescentes e adultos com menos de 35 anos de idade. Entretanto, há uma estimativa de 10 a 20 milhões de tentativas de suicídios não fatais a cada ano em todo o mundo.


As interpretações acerca do suicídio têm sido vistas pela ampla vista cultural em temas existenciais como religião, filosofia, psicologia, honra e o sentido da vida. Albert Camus escreveu certa vez: "O suicídio é a grande questão filosófica de nosso tempo, decidir se a vida merece ou não ser vivida é responder a uma pergunta fundamental da filosofia. “As religiões abraâmicas, por exemplo, consideram o suicídio uma ofensa contra Deus devido à crença religiosa na santidade de vida”. No Ocidente, foi muitas vezes considerado como um crime grave. Por outro lado, durante a era dos samurais no Japão, o seppuku era respeitado como uma forma de expiação do fracasso ou como uma forma de protesto. No século XX, o suicídio sob a forma de automutilação tem sido usado como uma forma de protestar, enquanto que na forma de kamikaze e de atentados suicidas como uma tática militar ou terrorista. O sati é uma antiga prática funerária hindu no qual a viúva se automutila na pira funerária do marido, seja voluntariamente ou por pressão das famílias e/ou das leis do país.


O suicídio medicamente assistido (Eutanásia, ou o "direito de morrer") é uma questão ética atualmente muito controversa que envolve um determinado paciente que esteja com uma doença terminal, ou em dor extrema, que tenha uma qualidade de vida muito mínima através de sua lesão ou doença. Para alguns, o auto sacrifício, geralmente não é considerado suicídio, uma vez que o objetivo não é matar a si mesmo, mas salvar outros.


Homicídio suicídio


Trata-se do ato no qual um indivíduo mata uma ou várias outras pessoas imediatamente e comete suicídio para não ser preso. Geralmente feito por vingança ou/e passional. Exemplos incluem o caso de Francisco Hyallysson Gonzaga que atirou na ex-namorada, Luana Kalyevy Almeida e em seguida atirou na própria cabeça e o de Edwin Valero, campeão mundial de boxe venezuelano acusado de enforcar a própria mulher.


Suicídio em massa e pacto suicida


Certos suicídios são realizados sob pressão social ou de um grupo. Os suicídios coletivos, ou em massa, podem ocorrer apenas entre duas pessoas, como um "pacto suicida", ou com um número muito maior. Um exemplo é o suicídio em massa que ocorreu por membros do People Temple uma seita americana liderada por Jim Jones em 1978 na Guiana que levou a morte de 918 pessoas incluindo 270 menores de idade.


Outro exemplo ocorreu em janeiro de 2012, na China. Trezentos funcionários da Foxconn, fabricante do Xbox 360, ameaçaram um suicídio coletivo se as reivindicações do grupo não forem atendidas. O protesto terminou com um acordo entre a empresa e os respectivos funcionários.


Causas


O comportamento suicida está associado com a impossibilidade do indivíduo de identificar alternativas viáveis para a solução de seus conflitos, optando pela morte como resposta de fuga da situação estressante. Uma série de fatores está associada com o risco de suicídio, incluindo doença mental, drogas, bem como fatores socioeconômicos. Embora as circunstâncias externas, tais como um evento traumático, podem desencadear o suicídio, não parece ser uma causa independente. Assim, os suicídios são mais prováveis de ocorrer durante os períodos de família socioeconômico, ou uma crise individual.


Fatores de risco


Outros fatores importantes que deveriam ser considerados, pois seriam mais comuns entre aqueles que tentam suicídios:


  • Planejar o suicídio;
  • Acesso ao método de suicídio;
  • Tentativas anteriores (as duas semanas após a tentativa é que tem mais risco);
  • Eventos estressores recentes (como perda do emprego, morte de ente querido, desastres naturais, guerras, diagnóstico de doença e divórcio);
  • Idade entre 13 e 19 anos (35% dos adolescentes brasileiros entre 13 e 19 anos tem ideação suicida) ou depois dos 65;
  • Rede de apoio social restrita (poucos amigos e cuidadores).
  • Nível socioeconômico e nível educacional baixo;
  • Traumas, tais como abuso físico e sexual;
  • Baixa autoestima e desesperança;
  • Pouco discernimento falta de controle da impulsividade, e comportamentos autodestrutivos;
  • Poucos recursos (cognitivos, materiais, funcionais e sociais) para enfrentar problemas;
  • Doença física (como HIV) e dor crônica;
  • Exposição ao suicídio de outras pessoas.
Fatores socioeconômicos como o desemprego, a pobreza, falta de moradia, e discriminação podem provocar pensamentos suicidas. A pobreza pode não ser uma causa direta, mas pode aumentar o risco de suicídio, pois é um grupo de risco para depressão.


Método


O principal método de suicídio varia dramaticamente entre os países. Os métodos de liderança em diferentes regiões incluem enforcamento, envenenamento por pesticidas e armas de fogo. Em todo o mundo 30% dos suicídios são de pesticidas. A utilização deste método, contudo, varia consideravelmente de 4% na Europa a mais de 50% na região do Pacífico. Nos Estados Unidos, 52% dos suicídios envolvem o uso de armas de fogo. Asfixia e envenenamento também são bastante comuns neste país. Juntos, eles compreenderam aproximadamente 40% dos suicídios nos Estados Unidos. Outros métodos de suicídio incluem trauma contundente (saltando de um prédio ou uma ponte, jogando-se na frente de um trem, ou provocando um acidente de carro, por exemplo). Há ainda causas menos comuns, como afogamento intencional, choque elétrico, ou fome intencional.


Epidemiologia


O suicídio é a décima causa de morte no mundo, com cerca de um milhão de pessoas mortas por suicídio anualmente. Em todo o mundo as taxas de suicídio aumentaram 60% nos últimos 50 anos, principalmente nos países em desenvolvimento. A maioria dos suicídios do mundo ocorre na Ásia, que é estimada em até 60% de todos os suicídios do planeta. Segundo a Organização Mundial da Saúde, China, Índia e Japão podem ser responsáveis por 40% de todos os suicídios no mundo. Nos Estados Unidos, a taxa de suicídios está aumentando pela primeira vez em uma década, enquanto que no Brasil, regionalmente, o índice é semelhante ao de países com maiores taxas do mundo, principalmente no Rio Grande do Sul e o Mato Grosso do Sul. O aumento da taxa de suicídio global entre 1999 e 2005 foi devido principalmente a um aumento dos suicídios entre os brancos com idade de 40-64, com média branca de meia-idade entre as mulheres que experimentaram o maior aumento anual.


Gênero


No mundo ocidental, os homens morrem muito mais frequentemente por meio de suicídio do que as mulheres, embora as mulheres tentem o suicídio com mais frequência. Alguns médicos acreditam que isso decorre do fato de que os homens são mais propensos a acabar com suas vidas através de meios eficazes de violência, principalmente quando as mulheres usam métodos mais lentos, como consumo excessivo de medicamentos.

Suicídio no Brasil

No Brasil, a taxa de suicídio da razão total de óbitos registrados no país é de 0,8%. Estimativas indicam que em 2013 cerca de 26 pessoas cometem suicídio por dia, principalmente em regiões mais desenvolvidas economicamente.
Nas últimas décadas, observa-se o crescimento ininterrupto dos casos de suicídio. Os números são especialmente preocupantes entre jovens; num período de 25 anos, houve um aumento de 30% nos casos de suicídio, taxa maior do que a média das outras faixas etárias. A taxa cresce por uma conjunção de fatores. "A sociedade está cada vez menos solidária, o jovem não tem mais uma rede de apoio. Além disso, é desiludido em relação aos ideais que outras gerações tiveram", afirma Neury Botega, psiquiatra da UNICAMP. 
Conforme a OMS, o Brasil está em oitavo dentre os países com maior número de suicídios, atrás de Índia, China, Estados Unidos, Rússia, Japão, Coreia do Sul e Paquistão. Em 2012, contabilizou 11.821 suicídios (9.198 do sexo masculino e 2.623 do sexo feminino). Em taxas relativas (mortes por cem mil habitantes), o Rio Grande do Sul tem a maior taxa, com 10,2, seguido de Roraima, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, conforme levantamento do Ministério da Saúde abarcando o período de 2006 a 2010.

Método

Os métodos mais usados para o suicídio incluem enforcamento, estrangulamento ou sufocação, disparo de arma de fogo e pesticida, independentemente da faixa etária e do gênero analisados.

Na faixa etária de 10 a 19 anos
A maioria dos casos decorre de morte por enforcamento, estrangulamento ou sufocação (63,1% entre homens e 42,9% entre mulheres), disparo de arma de fogo (21,4% entre homens e 9,2% entre mulheres) e pesticidas (17,6% entre mulheres e 3,3% entre homens). Em comparação com as outras faixas etárias, o uso de pesticidas, outros produtos químicos e substâncias nocivas (7,3% entre mulheres e 2,3% entre homens)e outras drogas, medicamentos e substâncias biológicas (5,7% entre mulheres 0,2% entre homens) aparecem como métodos de suicídio em destaque.

Na faixa etária de 20 a 59 anos
A maioria dos casos decorre de morte por enforcamento, estrangulamento ou sufocação (59,7% entre homens e 40,4% entre mulheres), disparo de arma de fogo (16,6% entre homens e 9,5% entre mulheres) e pesticidas (12,1% entre mulheres e 5,6% entre homens).

Na faixa etária de 60 anos e mais
A maioria dos casos decorre de morte por enforcamento, estrangulamento ou sufocação (59,7% entre homens e 40,4% entre mulheres), disparo de arma de fogo (16,6% entre homens e 9,5% entre mulheres) e pesticidas (12,1% entre mulheres e 5,6% entre homens). Em comparação com as outras faixas etárias, a precipitação de um lugar elevado (7,7% entre mulheres e 2,8% entre homens) e uso de fumaça, fogo e chamas (7,7% entre mulheres e 1,1% entre homens) aparecem como métodos de suicídio em destaque.

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                                               Desvendando o Tabu Intolerância.

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