domingo, 25 de novembro de 2018

Livro Como as Democracias Morrem - Daniel Ziblatt e Steven Levitsky


Sinopse:
Uma análise crua e perturbadora do fim das democracias em todo o mundo Democracias tradicionais entram em colapso? Essa é a questão que Steven Levitsky e Daniel Ziblatt - dois conceituados professores de Harvard - respondem ao discutir o modo como a eleição de Donald Trump se tornou possível. Para isso comparam o caso de Trump com exemplos históricos de rompimento da democracia nos últimos cem anos: da ascensão de Hitler e Mussolini nos anos 1930 à atual onda populista de extrema-direita na Europa, passando pelas ditaduras militares da América Latina dos anos 1970. E alertam: a democracia atualmente não termina com uma ruptura violenta nos moldes de uma revolução ou de um golpe militar; agora, a escalada do autoritarismo se dá com o enfraquecimento lento e constante de instituições críticas - como o judiciário e a imprensa - e a erosão gradual de normas políticas de longa data. Sucesso de público e de crítica nos Estados Unidos e na Europa, esta é uma obra fundamental para o momento conturbado que vivemos no Brasil e em boa parte do mundo e um guia indispensável para manter e recuperar democracias ameaçadas.

Observando o cenário político
Em trecho da introdução de Como as democracias morrem, os autores Steven Levitsky e Daniel Ziblatt escrevem que “políticos norte-americanos agora tratam seus rivais como inimigos, intimidam a imprensa livre e ameaçam rejeitar o resultado das eleições”. A observação pode, facilmente, ser transposta para a realidade atual brasileira, sobretudo durante o acirramento da corrida pelo segundo turno das eleições presidenciais, quando o viés autoritário de uma das candidaturas se faz cada vez mais visível. O livro faz parte de uma leva recente de publicações que ajudam o leitor a compreender melhor o cenário político contemporâneo, dentro e fora do país.

E embora o contexto recente dos EUA, a partir da eleição de Trump, seja um dos pontos de partida para a argumentação do recém-lançado livro, a obra analisa evidências de colapso democrático e fortalecimento de movimentos autoritários em outras partes do mundo e outras épocas. O atual presidente norte-americano, aliás, é definido pelos autores como alguém "com aparente pouco compromisso no que diz respeito a direitos constitucionais e dono de claras tendências autoritárias".

Professores de ciência política na Universidade de Harvard, nos EUA, Levitsky e Ziblatt percorrem episódios como a ascensão do nazismo e fascismo na década de 1930, governos militares da América Latina entre os anos 1960 e 1970 etc. Enquanto a maior parte dos casos citados no livro teve atuação direta ou indireta de militares, por via de golpes ou coerção, a dupla de autores dedica atenção especial a governos autoritários postos no poder por meios democráticos.

"A via eleitoral para o colapso é perigosamente enganosa. Com um golpe de estado clássico, como no Chile de Pinochet, a morte da democracia é imediata e evidente para todos", escrevem os autores. "O palácio presidencial arde em chamas. O presidente é morto, aprisionado ou exilado. A Constituição é suspensa ou abandonada", complementam. "Na via eleitoral, nenhuma dessas coisas acontecem", observam, afirmando que, nesse contexto, os governantes eleitos "mantêm um verniz de democracia enquanto correm a sua essência".

Os autoritários eleitos, sugerem Levitsky e Ziblatt, realizam essa movimentação de maneira lenta, com medidas que podem, à primeira vista, serem pertinentes e legais. "São adotadas sob o pretexto de diligenciar algum objetivo público legitimo – e mesmo elogiável –, como combater a corrupção, 'limpar' as eleições, aperfeiçoar a qualidade da democracia ou aumentar a segurança nacional".

Situações de crise econômica ou agravamento de problemas sociais, como tem ocorrido nos últimos anos no Brasil, são propícias ao surgimento de candidatos com viés autoritário, asseguram os autores de Como as democracias morrem. E, com frequência, são figuras populistas, outsiders, como presidentes eleitos na Bolívia, no Equador, no Peru e na Venezuela nas últimas décadas, a exemplo de Alberto Fujimori, Hugo Chávez, Evo Morales, Lucio Gutiérrez e Rafael Correa. "Todos os cinco acabaram enfraquecendo as instituições democráticas".


domingo, 18 de novembro de 2018

Comentando sobre o filme Animais Fantásticos e os Crimes de Grindelwald


Cara que filme! Foi realmente mágico, uma história bem construída e envolvente que prende atenção até o ultimo segundo deixando um gostinho de quero mais para o terceiro filme. Dumbledore e Newt Scamander fazem uma dupla realmente poderosa. Neste longa fica claro a relação entre Dumbledore e Grindelwald e também explica muitas coisas que nos filmes anteriores ficavam meio soltas. Ao meu ver Dumbledore tem quase a mesma relação com Newt que tinha com Harry (se é que vocês me entendem, e adiantando a ordem cronológica das coisas). Foi nostálgico ver Hogwarts erguida décadas antes de ser destruída na batalha entre Harry e Voldermort, ver como a família Lestrange era problemática desde os primeiros descendentes. É interessante observar como as alianças foram formadas em momentos frágeis de cada personagem.

Neste filme, já é possível entender (mesmo de modo amplo) os motivos do comportamento do vilão. Tudo indica que os três longas futuros darão mais chão no que se refere ao que Grindelwald almeja, tais como motivações mais aprofundadas. O fato é que ele sabe muito bem como induzir seus potenciais seguidores a pensarem diferente e seguirem seu raciocínio – por mais que dê apenas um panorama geral da realidade que ele acredita ser a verídica. Ao contrário de Voldemort, que era violento em suas palavras e atos, o Grindelwald de Johnny Depp é tão esperto quanto meticuloso pois sabe exatamente qual será o peso de suas palavras. Sua persuasão pode parecer sutil aos olhos de alguns, mas é bem mais poderosa do que os feitiços que profere.



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domingo, 11 de novembro de 2018

Livro A memória do mar - Khaled Hosseini



Um pai embala o filho enquanto contempla a noite em uma praia, à espera do amanhecer que trará o barco que os levará a uma nova vida do outro lado do Mediterrâneo. O homem conta para o menino sobre as lembranças da Síria de sua infância, um país encantador que foi destruído pela guerra, obrigando não apenas aquela pequena família, mas milhares de outras, a juntar todos os seus pertences e embarcar rumo ao desconhecido.

Publicada em edição ricamente ilustrada, a obra é inspirada na história de Alan Kurdi, o refugiado sírio de três anos de idade que se afogou no mar Mediterrâneo quando tentava chegar à segurança na Europa. Escrita com toda a sensibilidade de Khaled Hosseini, A memória do maré uma obra de amor e esperança.

Novo livro de Khaled Hosseini, autor do best-seller O caçador de pipas, A memória do mar é uma prece de amor e esperança

Sobre o autor
Khaled Hosseini é um dos romancistas mais lidos de todo o mundo. Nasceu em Cabul, filho de uma professora e um diplomata e, por isso, mudou-se muitas vezes para outros países quando criança. Até que, em 1980, quando a família preparava-se para retornar à vida na capital do Afeganistão, o país sofreu um golpe de Estado e Khaled foi obrigado ao exílio nos Estados Unidos, onde vive até hoje. Autor dos best-sellers O caçador de pipas e A cidade do Sol, Khaled tem seus livros editados em mais de 70 países. Foi nomeado Representante Voluntário do Alto Comissariado de Refugiados das Nações Unidas (UNHCR), a Agência de Refugiados da ONU, em 2006. Inspirado por uma viagem que fez ao Afeganistão com o órgão, Hosseini criou a Fundação Khaled Hosseini (www.khaledhosseinifoundation.org), uma instituição sem fins lucrativos que oferece assistência humanitária aos afegãos.

domingo, 4 de novembro de 2018

Livro O Mundo que Não Pensa por Flanklin Foer.


Quando foi a última vez que você decidiu, por si próprio, o que comprar, que amigo adicionar à sua vida, como passar o seu tempo livre e, principalmente, o que pensar sobre o mundo que vivemos? Escrito pelo jornalista Franklin Foer, O mundo que não pensa, um dos livros mais aclamados e polêmicos dos últimos anos, mostra o lado sombrio e preocupante da tecnologia do nosso cotidiano. Para o autor, estamos terceirizando nossas capacidades intelectuais para empresas como Apple, Google e Facebook, dando origem a um mundo onde a vida social e política passa a ser cada vez mais automatizada e menos diversa.

Foer afirma que nós, os homo sapiens, chegamos a um momento da evolução em que começamos a deixar para trás a característica que mais nos diferenciou das outras espécies: o fato de sermos capazes de pensar, imaginar, refletir e conhecer. No esteio da nossa própria inteligência, com as descobertas e invenções espetaculares das últimas décadas, houve uma verdadeira revolução no controle do conhecimento e da informação, mas essa mudança brusca e vertiginosa coloca em perigo a maneira como pensamos e, em última instância, o que somos.

Compramos on-line, pulamos de uma tela para a outra nos nossos smartphones, confiamos nas informações do Google e socializamos no Facebook e no Instagram. Essas empresas e sua tecnologia se apresentaram a todos nós como guardiãs do nosso individualismo e fomentadoras do pluralismo, mas, na verdade, seus algoritmos nos pressionaram à conformidade e devastaram a nossa privacidade. Hoje, somos um mundo que não pensa.

Com um texto inteligente, perspicaz, claro e elegante, herdeiro da melhor tradição do jornalismo, Franklin Foer, que vem sendo comparado a George Orwell, traça a história da ciência da computação desde René Descartes e o Iluminismo, passando pelo matemático Alan Turing, que formalizou o conceito de algoritmo, e chegando aos hippies do Vale do Silício. Ele revela os tentáculos sorrateiros de nossos mais idealísticos sonhos tecnológicos, que estão levando a uma homogeneização social, política e intelectual da vida. Até agora poucos entenderam a gravidade dessa ameaça, do perigo real e eminente da extinção da nossa espécie – o que faz de O mundo que não pensa uma leitura urgente e fundamental.


Em livro revelador, jornalista explica como a tecnologia vem afetando a capacidade intelectual da humanidade e coloca nossa existência em perigo.