Foer afirma que nós, os homo sapiens, chegamos a um momento da evolução em que começamos a deixar para trás a característica que mais nos diferenciou das outras espécies: o fato de sermos capazes de pensar, imaginar, refletir e conhecer. No esteio da nossa própria inteligência, com as descobertas e invenções espetaculares das últimas décadas, houve uma verdadeira revolução no controle do conhecimento e da informação, mas essa mudança brusca e vertiginosa coloca em perigo a maneira como pensamos e, em última instância, o que somos.
Compramos on-line, pulamos de uma tela para a outra nos nossos smartphones, confiamos nas informações do Google e socializamos no Facebook e no Instagram. Essas empresas e sua tecnologia se apresentaram a todos nós como guardiãs do nosso individualismo e fomentadoras do pluralismo, mas, na verdade, seus algoritmos nos pressionaram à conformidade e devastaram a nossa privacidade. Hoje, somos um mundo que não pensa.
Com um texto inteligente, perspicaz, claro e elegante, herdeiro da melhor tradição do jornalismo, Franklin Foer, que vem sendo comparado a George Orwell, traça a história da ciência da computação desde René Descartes e o Iluminismo, passando pelo matemático Alan Turing, que formalizou o conceito de algoritmo, e chegando aos hippies do Vale do Silício. Ele revela os tentáculos sorrateiros de nossos mais idealísticos sonhos tecnológicos, que estão levando a uma homogeneização social, política e intelectual da vida. Até agora poucos entenderam a gravidade dessa ameaça, do perigo real e eminente da extinção da nossa espécie – o que faz de O mundo que não pensa uma leitura urgente e fundamental.
Em livro revelador, jornalista explica como a tecnologia vem afetando a capacidade intelectual da humanidade e coloca nossa existência em perigo.
Achei ótimo o artigo, bem coeso e que dá uma boa prévia do que é a obra. É nítido o valor da obra quando presenciamos em 2019/2020 uma pandemia onde o termo "extinção" não parece tão exagerado.
ResponderExcluirOlá Ed, diante desta observação só posso que 'tempos dificeis estão vindo'.
ExcluirConcordo. A tecnologia nos conformou, como posso colocar, fez com que nosso cérebro economizasse ainda mais energia, o que deixa ele preguiçoso, podemos assim dizer. Mas nos trouxe inúmeros benefícios, certo, por exemplo este site onde encontramos ótimas informações. Como alguém ,por exemplo que mora em outo estado/país, poderia compartilhar suas experiências e conhecimentos adquiridos ao longo de uma vida se não fosse dessa forma. Ajudou. Sim, tudo tem perdas, tudo que o ser humano fizer haverá consequências boas e ruins.
ResponderExcluirNa medicina outro exemplo, forte. Pergunte a um médico como a evolução dos apetrechos médicos e equipamentos ajudam milhares de pessoas. E por aí vai ,sim temos as consequências ruins da tecnologia. Mas temos as ótimas consequências.
Obrigada por comentar! A propósito, mesmo não sabemdo quem é, estou alinhada com sua linha de raciocínio.
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