Sinopse
Quem matou Anne Frank e sua família?
Durante a Segunda Guerra Mundial, Anne Frank, a autora do diário mais famoso do mundo, sua família e mais quatro pessoas viveram escondidas no anexo de um prédio em Amsterdã, até que alguém os delatou. Os oficiais nazistas receberam uma dica sobre a localização do grupo e prenderam todos os que se encontravam no local, mas o principal suspeito nunca fora descoberto — até agora.
Por trás da investigação
“Quem traiu Anne Frank?” é a pergunta nº 1 feita por milhões de visitantes, anualmente, na Casa de Anne Frank em Amsterdã. E depois de 77 anos, uma equipe de investigadores finalmente descobriu pistas reveladoras.
De 2016 a 2020, o grupo analisou documentos e entrevistou mais de 100 pessoas que poderiam trazer revelações sobre o mistério. Eles fizeram uso, ainda, de tecnologias avançadas de Inteligência Artificial, um diferencial para a investigação.
O time de investigadores foi conduzido por Vince Pankoke, um agente aposentado do FBI. Junto a ele estavam Thijs Bayen, diretor do projeto; Pieter van Twisk, jornalista; Luc Gerrits, ex-detetive de homicídios; e mais dezenas de voluntários de diversos cantos do mundo.
Rosemary Sullivan é quem nos apresenta aos investigadores, explica o comportamento dos moradores do número 263 da Prinsengracht e traz o perfil dos suspeitos. Ao mesmo tempo, ela nos leva pelas ruas terrivelmente familiares de Amsterdã durante a guerra, dominadas pela incerteza e pelo medo.
Artigo do AFP (agência de notícias global)
O livro "Quem Traiu Anne Frank?", da canadense Rosemary Sullivan, foi duramente criticado por historiadores e organizações judaicas na Holanda. Em suas páginas, explica que o tabelião judeu Arnold van den Bergh teria revelado o esconderijo da família de Anne Frank em Amsterdã para salvar sua própria família.
O diretor do Conselho Judaico Central (CJO) na Holanda julgou os resultados da investigação "extremamente especulativos e sensacionalistas".
O ex-agente do FBI Vincent Pankoke, que liderou a investigação por seis anos, criticou esses "ataques virulentos" em um comunicado na quarta-feira, que atribui à conclusão controversa do livro: um judeu os traiu.
A adolescente Anne Frank é conhecida por seu diário escrito entre 1942 e 1944, enquanto se escondia com sua família em um apartamento clandestino em Amsterdã. Ela foi presa em 1944 e morreu no ano seguinte, aos 15 anos, no campo de concentração de Bergen-Belsen.
Os investigadores asseguram que as provas contra o tabelião são apoiadas por técnicas modernas e uma carta anônima enviada ao pai de Anne Frank após a guerra, que o identificava como informante.
'Lacunas'
As conclusões do livro "se baseiam principalmente em uma carta encontrada depois da guerra", disse à AFP o presidente do CJO, Ronny Naftaniel.
Van den Bergh, que morreu em 1950, "não pode se defender" e as provas apresentadas contra ele "nunca encontrariam um caminho perante um tribunal", estima o representante judeu.
A investigação "se aproxima de uma teoria da conspiração", disse John Goldsmith, presidente da Fundação Anne Frank, ao jornal suíço Blick.
Organizações judaicas holandesas pediram que o livro seja retirado de circulação.
A editora Ambo Anthos pediu desculpas "por não ter tomado uma posição mais crítica" e adiou novas edições, informou o canal de televisão público holandês NOS.
"A história simplesmente contém muitas lacunas sobre Arnold van den Bergh", disse à AFP Johannes Houwink ten Cate, professor da Universidade de Amsterdã especializado no Holocausto.
Arnold van den Bergh e sua família se esconderam no início de 1944, meses antes de os nazistas entrarem no abrigo dos Frank, disse o professor.
"Por que Van den Bergh arriscaria revelar seu próprio esconderijo? É inconcebível", apontou.
Teoria 'mais plausível'
A autora do livro disse em um comunicado na segunda-feira que a investigação foi "profissional" e "profunda" e é um testemunho convincente de uma época em que os cidadãos se deparavam com escolhas impossíveis para salvar suas famílias.
De sua parte, Pankoke repetiu que sua hipótese era "a teoria mais plausível". "Há um conjunto de provas, apoiado por depoimentos de testemunhas e uma cópia de uma prova física apresentada [...] pelo próprio Otto Frank".
Em sua opinião, o principal motivo da polêmica é a afirmação de que "os judeus foram forçados a trair uns aos outros".
Mas identificar um suspeito não implica condená-lo, diz ele. A mensagem é clara: "sem os ocupantes nazistas, nada disso teria acontecido".
Tabelião Arnold Van Den Bergh |
O ex-agente do FBI Vincent Pankoke, que liderou a investigação por seis anos, criticou esses "ataques virulentos" em um comunicado na quarta-feira, que atribui à conclusão controversa do livro: um judeu os traiu.
A adolescente Anne Frank é conhecida por seu diário escrito entre 1942 e 1944, enquanto se escondia com sua família em um apartamento clandestino em Amsterdã. Ela foi presa em 1944 e morreu no ano seguinte, aos 15 anos, no campo de concentração de Bergen-Belsen.
Os investigadores asseguram que as provas contra o tabelião são apoiadas por técnicas modernas e uma carta anônima enviada ao pai de Anne Frank após a guerra, que o identificava como informante.
'Lacunas'
As conclusões do livro "se baseiam principalmente em uma carta encontrada depois da guerra", disse à AFP o presidente do CJO, Ronny Naftaniel.
Van den Bergh, que morreu em 1950, "não pode se defender" e as provas apresentadas contra ele "nunca encontrariam um caminho perante um tribunal", estima o representante judeu.
A investigação "se aproxima de uma teoria da conspiração", disse John Goldsmith, presidente da Fundação Anne Frank, ao jornal suíço Blick.
Organizações judaicas holandesas pediram que o livro seja retirado de circulação.
A editora Ambo Anthos pediu desculpas "por não ter tomado uma posição mais crítica" e adiou novas edições, informou o canal de televisão público holandês NOS.
"A história simplesmente contém muitas lacunas sobre Arnold van den Bergh", disse à AFP Johannes Houwink ten Cate, professor da Universidade de Amsterdã especializado no Holocausto.
Arnold van den Bergh e sua família se esconderam no início de 1944, meses antes de os nazistas entrarem no abrigo dos Frank, disse o professor.
"Por que Van den Bergh arriscaria revelar seu próprio esconderijo? É inconcebível", apontou.
Teoria 'mais plausível'
A autora do livro disse em um comunicado na segunda-feira que a investigação foi "profissional" e "profunda" e é um testemunho convincente de uma época em que os cidadãos se deparavam com escolhas impossíveis para salvar suas famílias.
De sua parte, Pankoke repetiu que sua hipótese era "a teoria mais plausível". "Há um conjunto de provas, apoiado por depoimentos de testemunhas e uma cópia de uma prova física apresentada [...] pelo próprio Otto Frank".
Em sua opinião, o principal motivo da polêmica é a afirmação de que "os judeus foram forçados a trair uns aos outros".
Mas identificar um suspeito não implica condená-lo, diz ele. A mensagem é clara: "sem os ocupantes nazistas, nada disso teria acontecido".
Fonte: Uol.
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