domingo, 11 de abril de 2021
O ICKABOG : O mais novo livro da escritora J. K. Rowling
J.K. Rowling estava afastada das redes sociais, mas voltou durante a pandemia do novo coronavírus para divulgar "O Ickabog", seu novo livro infantil. Como parte do projeto, Rowling convidou crianças de todo o mundo para ilustrar capítulos da trama, que até tem um certo charme, mas não tem a força para se tornar um novo universo fantástico.
Longe de ser para o público mais adolescente, O Ickabog é, de fato, um livro infantil, que mostra como um reino lida com a lenda do monstro do título, que seria uma grande ameaça à paz e alegria vividas pelos habitantes daquele lugar. A história é boba, mas tem seus atrativos. É muito interessante terminar de ler um capítulo e ver as ilustrações, que revelam como cada criança imaginou o que foi narrado, e no geral ver também as camadas que Rowling conseguiu acrescentar em uma trama aparentemente simples.
Ao falar sobre um rei orgulhoso, que tenta ser bondoso, mas deixa seu ego falar mais alto, a autora toca em pontos como corrupção, governos que se baseiam no medo, impostos, e até, veja só, como fake news podem transformar uma história inventada em uma completa verdade aos olhos do povo. Claro, tudo isso é mostrado com um véu de fantasia por cima, mas é o tipo de leitura que pode gerar dúvidas interessantes na cabeça das crianças (e que, provavelmente, os pais precisarão responder). Curiosamente, a autora também toca de forma rápida no assunto de identidade de gênero, sobre o qual causou polêmica no Twitter. Ao ser questionado se era macho ou fêmea, o Ickabog indica que tem um gênero neutro.
Apesar de todos esses pontos, O Ickabog tem um ritmo lento para um público mais adulto. Isso porque os temas citados acima são colocados na trama em doses homeopáticas: são quase 300 páginas de uma história que não tem pressa para seguir e se explicar. Tudo caminha lentamente neste mundo, o que faz do livro uma boa pedida para as crianças embarcarem aos poucos.
Rowling floreia sua escrita com descrições, mas elas são rasas. É como se a autora conhecesse o mundo sobre o qual está falando, mas nunca tivesse realmente entrado dentro dele.
Como dito acima, O Ickabog tem seu charme e pode se mostrar uma leitura divertida para ser absorvida aos poucos.
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