Opinião
O livro aborda fatos históricos com fictícios, e faz muito bem, pois me deixou imerso na época apresentada, e muito disso é graças a narrativa e a naturalidade dos diálogos. A narrativa é em primeira pessoa, na visão de Richard, que te deixa ciente muito bem do que está acontecendo, tanto dizendo coisas que ficou sabendo depois ou que percebeu quanto casualmente comentando fatos históricos de sua época. Isso é um truque que Cornwell usa para deixar o leitor ciente sobre comportamentos e o jeito que as pessoas viviam em um certo período.
Os personagens secundários não são muito construídos, apesar de haver uma distinção de personalidade bem visível entre eles. Eu diria que muito disso vem do próprio Richard, que acaba dando mais ênfase a quem afeta ele diretamente, o resto só restam comentários e diálogos e só receberam uma descrição muito genérica de como eles se parecem.
Cornwell retrata muito bem e sempre traz a questão de religião em seus livros, e neste novo capítulo histórico da Inglaterra, ele deu lugar ao protestantismo, e junto com ele foi retratado a perseguição dos protestantes contra os católicos. Contudo, em Tolos e Mortais, a questão religiosa foi bem mais fraca do que normalmente é em seus livros e só foi ganhar um pouco de importância no final.
Uma coisa que eu gostei foi que as ações que os personagens fizeram só teve importância entre eles, pois em Tolos e Mortais não temos um povo invasor vindo saquear e conquistar um reino ou um rei precisando de ajuda para ganhar um batalha. Ao invés disso, há um grupo tentando salvar seu teatro, e isso é uma luta que se mostrou tão digna quanto qualquer outra.
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