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domingo, 1 de junho de 2025

Guerra, adorável guerra - Julie Berry

 

A trama se desenrola em 1917, quando o mundo está imerso no horror da Primeira Guerra. Hazel, uma tímida pianista, e James, um soldado que sonha em se tornar arquiteto, se conhecem em um baile em Londres. O vínculo que surge entre eles é instantâneo e profundo, mas a guerra os separa cruelmente quando James é enviado para a linha de frente.

Ao mesmo tempo, somos apresentados a Aubrey Edwards, um talentoso músico de ragtime nascido no Harlem, e Colette Fournier, uma órfã belga com uma voz encantadora. Suas vidas se cruzam em meio ao cenário devastador da guerra, onde o amor parece improvável ― mas é justamente nesses momentos de adversidade que as histórias mais comoventes se desenrolam.

Trinta anos após o destino dos casais se entrelaçar, a deusa grega Afrodite conta suas histórias ao marido, Hefesto, e ao amante, Ares, em um luxuoso quarto de hotel em Manhattan, no auge da Segunda Guerra. Na companhia desses e de outros deuses, como Apolo e Hades, ela busca responder à pergunta eterna: por que o amor e a guerra são eternamente atraídos um pelo outro?

Escrito pela renomada autora Julie Berry, Guerra, Adorável Guerra nos transporta para uma verdadeira epopeia literária. Aclamado pela crítica, o mais recente lançamento da marca DarkLove é uma jornada arrebatadora pelos meandros das Primeira e Segunda Guerras Mundiais, onde os deuses do Olimpo têm os destinos ― e os corações ― de quatro mortais na palma de suas mãos.

Celebrada como “uma mestra moderna da ficção histórica” pelo Bookpage e “uma contadora de histórias de inspiração celestial” pelo The New York Times, Julie Berry nos presenteia com um romance multifacetado com um toque divino. A autora dá voz aos deuses de forma única, retratando-os não como seres vingativos, mas como observadores sensíveis dos destinos humanos. Guerra, Adorável Guerra também discute a questão do racismo no regimento de soldados negros dos Estados Unidos, explorando as dinâmicas sociais da época e confrontando inequidades raciais.

Guerra, Adorável Guerra é uma celebração da força do amor que transcende as barreiras do tempo e da adversidade. Prepare-se para rir, chorar e se apaixonar profundamente enquanto a autora conduz você por uma jornada inesquecível rumo à beleza redentora do amor.


domingo, 26 de janeiro de 2025

A última mensagem de Hiroshima - Takashi Morita.


Como sobreviver com a mente cheia de memórias da Segunda Guerra Mundial? Como lidar com o trauma de ter presenciado a destruição arrebatadora de uma bomba atômica praticamente ao seu lado? E como pensar em salvar civis quando sua própria vida está em jogo?

Conheça neste livro a história do Sr. Takashi Morita, sobrevivente da bomba atômica que dizimou milhares de seres humanos e que até hoje manifesta efeitos na saúde física e mental da população de Hiroshima e de Nagasaki.

Era 6 de agosto de 1945. Ninguém poderia prever, mas foi neste dia que a vida de inúmeros japoneses – e das gerações subsequentes – mudaria para sempre. As consequências da bomba atômica foram devastadoras, e não apenas no que diz respeito à saúde daqueles que se encontravam nas imediações do epicentro, como é o caso do Sr. Takashi, que exercia o ofício de soldado na época.

Para além das numerosas enfermidades oriundas da intensa radiação emitida em Hiroshima e Nagasaki, os atingidos pelas bombas sofreram muita discriminação, principalmente pelo fato de as consequências decorrentes da radiação para os sobreviventes e seus descendentes serem ainda uma incógnita.

Após sofrer situações tão devastadoras como as que o Sr. Takashi viveu, muitos de nós provavelmente sucumbiríamos ao rancor. A sabedoria, no entanto, com a qual ele enfrentou suas memórias mais sombrias é inspiradora.

Quando questionado a respeito de suas mágoas com relação aos norte-americanos, responsáveis pelo envio da bomba atômica a Hiroshima, o veterano responde: “Estavam apenas fazendo o seu trabalho.”

O perdão, a compreensão, a empatia e todos os laços e fortalezas construídos em detrimento de um passado que é impossível de esquecer são lições que o Sr. Takashi, agora um comerciante de 92 anos que vive no Brasil, visa nos ensinar neste emocionante relato.

domingo, 25 de agosto de 2024

O dia em que Napoleão quis invadir o Brasil - Marco Morel


Descubra os planos audaciosos que por pouco não alteraram o curso da nossa história. Onde estratégia e aventura se encontram nas páginas esquecidas do tempo.

A obra nos transporta para uma intrigante faceta pouco explorada da história napoleônica: os planos de invasão do Brasil. Ancorado em pesquisas pioneiras e documentos recém-descobertos nos arquivos franceses, Morel desvenda 17 tentativas audaciosas de Napoleão Bonaparte de estender seu domínio imperial até as terras brasileiras, entre 1796 e 1808.

Neste trabalho meticuloso, o autor tece uma narrativa cativante que explora não apenas as estratégias militaristas e os interesses geopolíticos da França, mas também a complexa rede de intrigas e os personagens quase esquecidos que desempenharam papéis cruciais nesses complôs. Da tentativa de estabelecer um "Brasil Francês" às repercussões desses planos na corte portuguesa, que acabou por migrar para o Rio de Janeiro, Morel explora o que poderia ter sido um ponto de inflexão histórico.

O livro revela como essas conspirações, permeadas de ambições, ideais e até pura ganância, variavam desde complexas manobras diplomáticas até esquemas de reconquista e recolonização. Morel não apenas relata as tentativas, mas também contextualiza as ambições de Napoleão contra o pano de fundo das lutas anticoloniais, a influência do poder naval inglês, e os desafios logísticos de uma operação militar transatlântica.

Além disso, O dia em que Napoleão quis invadir o Brasil provoca reflexões sobre como o Brasil poderia ter sido moldado sob o jugo francês, ponderando sobre as possíveis alterações culturais, sociais e políticas. Morel engaja o leitor com questões sobre identidade nacional e o curso alternativo que a história brasileira poderia ter tomado, tornando esta obra uma leitura fascinante e indispensável para os entusiastas da História.

"O leitor há de se inclinar diante do sopro de ineditismo e inteligência contido neste livro, em que o autor desvela segredos militares até então silenciosos, expondo-os, revirando-os e roendo-os até os ossos. Além de observar as regras da melhor historiografia, apoiado numa multidão de documentos e da bibliografia especializada, ao trazer uma grande contribuição à História, [este livro] é uma leitura fascinante e imperdível!"

Do Prefácio da obra, por Mary Del Priore.

domingo, 28 de julho de 2024

A guerra na era da informação - Alessandro Visacro.


A Era da Informação que mudou radicalmente nosso dia a dia, provocou também alterações enormes nas guerras, tanto nas declaradas quanto naquelas que se desenrolam nas cidades violentas. A comunicação se tornou rápida e eficiente, e se isso vale para as forças da lei vale também para os que vivem à margem da lei, criando, às vezes, um estado paralelo dentro do Estado.Claro que os militares precisam acompanhar a expansão tecnológica e o fluxo rápido de informações, para não ficarem atrás das organizações criminosas.O coronel Alessandro Visacro, especialista na área, mostra como essa nova natureza dos conflitos armados impõe uma redefiniçãodas agendas nacionais de segurança e defesa, incluindo o enfrentamento do terrorismo, do crime organizado e dos ataques cibernéticos.Em resumo, este livro trata do papel que podem ter o exército e a segurança pública no mundo contemporâneo.

Sobre o autor
                                                       
Foi declarado aspirante a oficial da arma de infantaria pela Academia Militar das Agulhas Negras no ano de 1991. Possui o curso de Altos Estudos Militares da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Dentre suas principais comissões, destacam-se: comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais, comandante do 1º Batalhão de Forças Especiais, oficial de operações do 2º Batalhão de Força de Paz no Haiti e chefe do Estado-Maior do Comando de Operações Especiais. É autor de "Guerra irregular", "Lawrence da Arábia" e "A Guerra na era da informação", ambos publicados pela Contexto.

domingo, 19 de maio de 2024

Bruxas da Noite: A história não contada do regimento aéreo feminino russo durante a Segunda Guerra Mundial - Ritanna Armeni


Em 1941, um grupo de moças soviéticas, conseguiu um papel de liderança na batalha contra o terceiro Reich, em biplanos frágeis e ultrapassados em termos de tecnológicos, porém ágeis, mostrando a ousadia e coragem de uma guerra que também pode ser a face de mulheres fiés à sua pátria. Os nazistas as chamavam de "bruxas da noite". Entre a meia-noite e a alvorada, na mais perfeita escuridão, com os motores desligados para não chamar a atenção, sussurros fantasmagóricos vindos do céu antecediam a chegada delas, que traziam algo para "aquecer" os soldados nazistas nas noites congelantes da Rússia: bombas, muitas bombas! Eram as bravas aviadoras 588º Regimento de Bombardeio Aério Noturno Soviético, infernizando a vida dos alemãs durante a Segunda Guerra Mundial.

Neste livro, a jornalista italiana e escritora premiada, Ritanna Armeni, reconstrói a história de um grupo de mulheres soviéticas fiéis à sua pátria: as aviadoras do 588º Regimento de Bombardeio Aéreo Noturno Soviético. Com um importante papel de liderança durante as batalhas contra o Terceiro Reich, elas prejudicavam e muito a vida dos alemães durante a Segunda Guerra Mundial, aparecendo nos céus carregadas de bombas. Os nazistas as chamavam de “bruxas da noite”. A autora revela informações sobre a criação, a luta e as vitórias dessas mulheres que foram apagadas da história após o declínio de suas carreiras como aviadoras devido ao conservadorismo e preconceito do Estado Soviético.

domingo, 5 de maio de 2024

Os afegãos: Três vidas de um país marcado pelo Talibã - Åsne Seierstad


Mergulhe na intricada do história do Afeganistão. A partir de três histórias individuais, conhecemos as fraturas políticas e sociais de um país marcado pelo extremismo e pela luta pela liberdade.

Conhecida por seu estrondoso best-seller O livreiro de Cabul, de 2002, Seierstad retorna ao território afegão duas décadas depois, esmiuçando a tumultuada relação entre o país e o Talibã, grupo fundamentalista islâmico que voltou ao poder em 2021. Com Os afegãos, a jornalista norueguesa elabora uma investigação histórica e, ao mesmo tempo, constrói o complexo retrato de uma nação a partir de três vidas, três gerações que representam pontos de vista únicos.

Através de entrevistas e testemunhos coletados pela autora, conhecemos as histórias que personificam os últimos cinquenta anos do Afeganistão: Jamila compreendeu desde a infância que precisaria arriscar tudo para garantir seu direito de estudar. A partir de uma interpretação própria do Alcorão, tornou-se uma proeminente ativista dos direitos das mulheres, sobretudo na área da educação. Bashir fugiu de casa aos 12 anos com o sonho de se tornar um combatente do jihad (a guerra santa). Já adulto e um comandante respeitado, ele era uma das principais lideranças talibãs quando o mundo testemunhou, em 2021, a Queda de Cabul. Ariana, uma jovem dos anos 2000 que cresceu em plena abertura democrática, era uma estudante de Direito prestes a se graduar quando o Talibã retomou o poder e começou a mitigar, de maneira ostensiva, a educação das meninas e mulheres.

Jamila e Ariana testemunham, em primeira mão, a fragilidade dos direitos das mulheres em regimes autocráticos. Não é por acaso que a opressão das mulheres, a religião e o feminismo são temas centrais em Os afegãos, e que estes sejam os primeiros pontos combatidos pelo novo regime.

Através desse retrato cindido, complexo e multifacetado, Os afegãos apresenta a história recente do Afeganistão, encarnada nas vivências, crenças e lutas individuais de seu povo, até os dias atuais.

Resenha

A obra mergulha nas profundezas da história recente do Afeganistão, oferecendo uma visão íntima e complexa através das vidas de três indivíduos distintos. A autora explora a intrincada relação entre o país e o Talibã, destacando a tumultuada trajetória marcada por conflitos e mudanças políticas.

O livro se desenrola por meio das experiências de Jamila, Bashir e Ariana, três personagens que representam diferentes gerações e perspectivas dentro do contexto afegão. Jamila, uma ativista dos direitos das mulheres desde a infância, personifica a luta pela educação e pela igualdade em meio à opressão do regime talibã. Bashir, que fugiu de casa aos 12 anos para se tornar um combatente do jihad, ascendeu a uma posição de liderança dentro do próprio Talibã, testemunhando de perto os eventos que levaram à queda de Cabul em 2021. Enquanto isso, Ariana, uma jovem estudante de Direito, enfrenta os desafios impostos pelo retorno do Talibã ao poder, confrontando diretamente a crescente repressão contra as mulheres e a educação feminina.

Seierstad habilmente entrelaça essas narrativas pessoais com a história política e social do Afeganistão, oferecendo ao leitor uma compreensão mais profunda das complexidades do país e das lutas enfrentadas por seu povo ao longo das últimas décadas. O tema da opressão das mulheres, a religião e o feminismo emergem como pontos cruciais, refletindo não apenas as experiências individuais dos personagens, mas também as questões mais amplas que permeiam a sociedade afegã.

"Os Afegãos" é mais do que uma simples investigação histórica; é um retrato vívido e multifacetado de uma nação em constante transformação, visto através das vidas e das lutas de seus habitantes. Seierstad oferece uma reflexão perspicaz sobre os desafios enfrentados pelo Afeganistão até os dias atuais, convidando os leitores a imersão nas histórias de Jamila, Bashir e Ariana para compreenderem verdadeiramente a complexidade e a resiliência do povo afegão.

segunda-feira, 29 de abril de 2024

A Terceira Guerra Mundial Já Começou - Cristina Martín Jiménez


Uma obra que mergulha nas complexidades do panorama geopolítico contemporâneo, levantando questões urgentes e provocativas sobre os conflitos e tensões globais. Publicado em um momento de crescente incerteza e turbulência política, o livro oferece uma análise perspicaz dos eventos que moldam o mundo atual.

Jiménez apresenta uma tese ousada, argumentando que a Terceira Guerra Mundial já está em curso, embora não assuma a forma tradicional de conflito armado entre nações. Em vez disso, ela explora como essa guerra é travada em múltiplas frentes, incluindo ciberataques, guerras comerciais, manipulação de informações e confrontos ideológicos. Ao desafiar a concepção convencional de guerra, a autora nos leva a repensar nossas noções de segurança e conflito no século XXI.

O livro não apenas examina os eventos recentes que contribuíram para essa narrativa de guerra em curso, mas também investiga as raízes históricas e estruturais que alimentam os conflitos atuais. Jiménez destaca o papel das potências globais, organizações internacionais e atores não estatais na formação do cenário geopolítico atual, oferecendo uma visão abrangente das forças em jogo.

Além disso, a obra lança luz sobre as consequências devastadoras da Terceira Guerra Mundial em andamento, tanto em termos de vidas humanas quanto de estabilidade global. Ao destacar os desafios enfrentados pela comunidade internacional, o livro serve como um alerta sobre a urgência de buscar soluções para conter e resolver os conflitos que ameaçam a paz e a segurança mundiais.

No entanto, embora apresente uma visão sombria da situação global, "A Terceira Guerra Mundial Já Começou" também inspira esperança ao sugerir caminhos para mitigar os conflitos e construir um futuro mais pacífico e colaborativo. Ao final, o livro não apenas informa, mas também instiga os leitores a refletirem sobre seu papel na promoção da paz e na prevenção de conflitos em um mundo cada vez mais interligado.

Dinamismo exacerbado desnecessário, polemico, fabrica de noticias sensacionalista para pegar o publico pelo impacto e medo.

Mas nem tudo é fake news, acredito sim que podemos ter entrado em uma fase de conflitos iniciais que com o tempo culminará na terceira guerra mundial. Assim como foi de 1939 á 1945, porque infelizmente a história tende a se repetir.

Vejas as imagens abaixo sobre a campanha de desinformação:



domingo, 21 de abril de 2024

Israel x Palestina: 100 anos de guerra - James L. Gelvin


O autor faz uma imersão nas complexidades e na história intricada do conflito entre Israel e Palestina. Oferecendo uma análise abrangente e perspicaz sobre um dos conflitos mais persistentes e inflamados do mundo contemporâneo.

A obra apresenta uma narrativa detalhada que remonta ao início do século XX, explorando as origens históricas do conflito e os eventos que levaram à criação do Estado de Israel em 1948 e à subsequente guerra árabe-israelense. Gelvin examina minuciosamente os diferentes aspectos do conflito, desde suas raízes históricas até as tensões políticas e territoriais que persistem até os dias atuais.

Uma das grandes forças deste livro é a sua abordagem imparcial e equilibrada. Gelvin se esforça para apresentar os pontos de vista de todas as partes envolvidas, oferecendo uma análise objetiva que não favorece nenhum lado. Ele contextualiza o conflito em termos de interesses políticos, econômicos, sociais e culturais, fornecendo ao leitor uma compreensão mais profunda das motivações e aspirações das comunidades israelense e palestina.

Além disso, o autor examina as várias tentativas de solução do conflito ao longo dos anos, desde os acordos de paz de Oslo até os esforços mais recentes de mediação internacional. Ele destaca os desafios e obstáculos enfrentados por esses esforços de paz e explora as razões por trás de seu fracasso ou sucesso limitado.

O livro não apenas oferece uma análise abrangente e informativa do conflito, mas também lança luz sobre suas implicações mais amplas para a região do Oriente Médio e para a política internacional como um todo. É uma leitura essencial para qualquer pessoa interessada em compreender as origens e a natureza complexa deste conflito de longa data.


Sobre o autor

James L. Gelvin é professor de História Moderna do Oriente Médio na Universidade da Califórnia (Los Angeles). Especialista em Sociedade moderna e História cultural do Leste árabe. É autor de Divided Loyalties: Nationalism and Mass Middle East: A History [Lealdades divididas: o nacionalismo e a massa no Oriente Médio] (2004) e The Arab Uprisings: What Everyone Needs to Know [Os Levantes árabes: o que todos precisam saber] (2012). E também coeditor de Global Muslims in the Age of Print and Steam, 1850-1930 [Muçulmanos globais na era da impressão e do vapor] (2013).



domingo, 19 de novembro de 2023

Homens Comuns - O Batalhão de Polícia da Reversa 101 e a Solução Final na Polônia - Christopher Browning.


Ele descreve a transformação de um batalhão da polícia alemã, composto por homens da classe média burguesa. Eram, essencialmente, policiais comuns, educados antes da Juventude Hitlerista, e que, portanto, não haviam sido doutrinados quando jovens. Foram enviados à Polônia para “estabelecer a paz” — para arrumar a bagunça depois que os alemães a haviam invadido. 

Começaram prendendo todos os homens judeus entre 18 e 65 anos, reunindo-os em estádios e depois embarcando-os em trens. Mas este não foi o fim da história. Eles chegaram a um lugar muito, muito sombrio. Ora, no final do treinamento, esses homens iam mato adentro com mulheres grávidas nuas para dar-lhes um tiro na nuca. O mais horrível neste livro é que o autor detalha as etapas pelas quais isso ocorreu. O comandante da unidade dissera aos homens que eles teriam de fazer coisas terríveis, mas que poderiam voltar para casa se quisessem — portanto este não é um daqueles casos de pessoas apenas seguindo ordens. 

Há muitas razões para eles não terem ido embora, mas uma delas é que não seria “camarada”, por assim dizer, deixar os colegas fazerem todo o trabalho sujo enquanto eles davam o fora; seria covardia. E assim, as exigências para suas ações horríveis continuavam aumentando. A cada vez que aceitavam a exigência de fazer algo horrível, a probabilidade de aceitarem a próxima exigência aumentava. Um passo de cada vez. Esses homens estavam sofrendo terrivelmente; estavam fisicamente doentes, vomitando, e se despedaçando psicologicamente — mas não voltaram atrás. A questão é que acaba-se chegando a lugares muito ruins andando um passo de cada vez. Por isso, atenção a cada passo. Se você quer entender como se pode seguir um caminho terrível, é este o livro que você deve ler. São pessoas comuns que participam dessas coisas, e este é um pensamento muito, muito assustador.

domingo, 13 de agosto de 2023

Oppenheimer - O triunfo e a tragédia do Prometeu americano.

 


Vencedora do Pulitzer, obra que baseou novo filme de Christopher Nolan é um retrato vívido e completo do homem que criou a bomba atômica

Oppenheimer é a primeira biografia completa do “pai da bomba atômica”. J. Robert Oppenheimer foi o brilhante e carismático físico que liderou os esforços para desenvolver uma arma nuclear em favor de seu país durante a guerra. Logo após o bombardeamento de Hiroshima, tornou-se o cientista mais famoso de sua geração ― uma das figuras icônicas do século XX, a personificação do homem moderno que enfrenta as consequências do progresso científico.

No entanto, Oppenheimer em seguida se opôs ao uso de bombas nucleares e, em especial, da bomba de hidrogênio. Na hoje quase esquecida histeria do início dos anos 1950, as ideias dele contrariaram poderosos defensores de um avanço nuclear maciço, e, como consequência, foi considerado indigno de confiança para lidar com os segredos do governo dos Estados Unidos.

Este livro narra a vida de Oppenheimer em detalhes reveladores e sem precedentes. Construído após numerosas pesquisas, baseou-se em milhares de registros e cartas encontrados em arquivos nos Estados Unidos e no exterior, em extensos relatórios do FBI e em cerca de uma centena de entrevistas com amigos, parentes e colegas de Oppie. Ao longo das páginas, acompanhamos os primeiros anos escolares dele; a ida para Berkeley, Califórnia, onde estabeleceu, durante a década de 1930, a principal escola norte-americana de física teórica e se envolveu profundamente com causas de justiça social e muitos adeptos do comunismo; o período em Los Alamos, Novo México, onde transformou um ermo planalto escarpado no laboratório de armas nucleares mais potente do mundo ― e onde ele próprio foi transformado.

Oppenheimer é uma rica evocação dos Estados Unidos de meados do século XX, um retrato novo e atraente de um homem notável, ambicioso, complexo e imperfeito cuja história conecta-se profundamente aos principais acontecimentos de seu tempo: a Depressão, a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria. Uma perfeita combinação de biografia e história, é um livro essencial para compreendermos nosso passado recente ― e as escolhas que temos com relação ao futuro.

Autores

Kai Bird é autor de The Chairman: John J. McCloy and The Making of the American Establishment e The Color of Truth: McGeorge Bundy and William Bundy, Brothers in Arms. Com Lawrence Lifschultz, é ainda o organizador de Hiroshima’s Shadow: Writings on the Denial of History and the Smithsonian Controversy. Editor da revista The Nation, vive em Washington com a esposa e o filho.

Martin J. Sherwin foi professor de inglês e história americana na Universidade Tufts e publicou também A World Destroyed: Hiroshima and Its Legacies, vencedor do prêmio Stuart L. Bernath e do American History Book Prize.

domingo, 6 de agosto de 2023

Vietnã: Uma tragédia épica 1945-1975 - Max Hastings



Um dos conflitos armados mais emblemáticos da história moderna e uma consequência da polarização criada pela Guerra Fria, a Guerra do Vietnã resultou em 3 milhões de mortes estimadas. Dividido entre o norte ― apoiado pela União Soviética ― e o sul ― de aliados anticomunistas, como Estados Unidos e Austrália ―, o país teve sua unidade nacional em xeque durante três décadas. Mas, embora muitos pensem nessa guerra como um evento trágico para os norte-americanos, o jornalista e historiador Max Hastings o remonta como uma épica tragédia vietnamita, em que o lado vitorioso também saiu perdedor: cada baixa no exército ianque representava a morte de quarenta vietnamitas.

Dando voz a uma vasta gama de personagens reais, Hastings questiona se algum dos lados merecia mesmo ter saído vencedor. Fruto de anos de pesquisa, baseado em memórias e num imenso volume de documentos, Vietnã é um livro essencial ao descrever elementos que podem estar no centro de muitos conflitos atuais e futuros.

O relato mais detalhado, original e humano de um conflito de proporções épicas e resultados catastróficos. Mais de oitocentas páginas fatos históricos.

domingo, 30 de julho de 2023

Yalu: à beira da Terceira Guerra Mundial - Jörg Friedrich


Esquecida entre acontecimentos que assombraram o mundo após a 2ª Guerra Mundial, a Guerra da Coreia é uma das passagens mais emblemáticas da tensão entre os EUA e o Oriente. Neste novo estudo, Jörg Friedrich, aclamado com o surpreendente Incêndios, lança um novo olhar sobre este importante episódio da Guerra Fria. Em Yalu, o historiador alemão não se limita a explorar os detalhes deste conflito que quase culminou com a 3ª Guerra Mundial. 

A investigação empreendida pelo autor explora os anos anteriores e as consequências deste cenário de extremos conflitos, que revela a fragilidade do Ocidente. “A Guerra da Coreia mostra que as guerras mundiais não começam como tal, mas acabam adquirindo esta condição por motivos imperiosos. O fato de dois dos três partidos conflitantes terem resistido à atração da Terceira Guerra Mundial não pode ser visto como um final feliz, uma vez que o ,mundo, por causa disso, se tornou responsável pelo naufrágio de uma pequena nação”, avalia o autor. Friedrich escolheu para título do livro, o nome do rio – fronteira entre a Coreia e a Manchúria (região da envolve parte da China, Mongólia, Rússia) - que abrigou em sua margem uma das mais sangrentas em importantes batalhas da guerra do Pacífico. “Ao sul do Yalu, foi travada uma guerra ilimitada que engajou, durante três anos, mais de três milhões de soldados. 

(...) A fim de evitar a eclosão da Terceira Guerra Mundial, as forças norte-americanas da ONU cuidaram para que a guerra não chegasse à margem norte do Yalu”, (ou seja, outro lado do rio), explica Friedrich. O historiador alemão defende a tese de que a história universal é determinada pelos acontecimentos no Oriente, como as guerras no Pacífico. Segundo ele, a demonstração de força da China, principal responsável pelo conflito na Coreia, revela as limitações do Ocidente, que apesar de possuir armas de destruição em massa, não consegue ditar os rumos da história. “O ocidente há muito não dita o curso dos acontecimentos, destes apenas participando como coadjuvante cada vez mais ameaçado e hostilizado, em termos econômicos, políticos e militares”, afirma o historiador.

domingo, 23 de julho de 2023

Fim do Jogo, 1945 - O Capítulo que faltava da Segunda Guerra Mundial - David Stafford



Concluir a narrativa da Segunda Guerra Mundial no Dia da Vitória é deixar a história apenas parcialmente contada. A guerra não termina quando cessam as batalhas. Soldados derrotados enfrentam longos dias como prisioneiros, os feridos continuam a morrer, pais buscam obstinadamente pelos filhos desaparecidos e os vitoriosos embarcam em missões épicas para caçar líderes inimigos. Em Fim de jogo, 1945, o historiador David Stafford preenche algumas lacunas do conhecimento sobre o fim da Segunda Guerra. 

Ele revela como, para muitas pessoas, 8 de maio de 1945 - o Dia da Vitória na Europa - foi apenas uma breve pausa na ação. O horror e a dificuldade continuaram por muito tempo depois que os Aliados aceitaram a rendição incondicional da Alemanha Nazista. Para narrar em detalhes o contexto do final do conflito, o autor entrelaça as vidas de pessoas comuns com as maquinações de líderes políticos e militares. Baseando-se em diários, cartas, testemunhos pessoais, memórias e uma extensa bibliografia, ele remonta a elaborada teia de eventos que levaram à verdadeira resolução da guerra. 

A invasão soviética, o suicídio de Hitler e a consequente rendição por parte do Eixo são partes-chave da história, mas não eram as únicas tramas em jogo à época. Stafford relata histórias de homens e mulheres notáveis. Entre eles, Robert Ellis, um jovem soldado americano que tenta manter a alma intacta em meio à brutalidade da batalha, lutando em território italiano; Robert Reid, um correspondente de guerra viajando com o exército do general George Patton; Reginald Roy, um soldado canadense que enfrenta bravamente a resistência nazista na costa holandesa; e Francesca Wilson, que trabalha na ajuda humanitária e tenta desesperadamente mitigar o sofrimento trazido pela guerra. 

Aclamado pela crítica, Fim de jogo, 1945 reconstrói os meses turbulentos que moldaram o mundo moderno. Mais do que os principais eventos que levaram ao fim do maior conflito humano já ocorrido - como as mortes de Hitler e Mussolini e a libertação dos prisioneiros dos campos de Buchenwald e Dachau -, o livro oferece um panorama pouco conhecido de homens e mulheres comuns, da Europa em meados dos anos 40 e da derrota do fascismo.

Esta obra pode ser um adento ao outros do tema.

domingo, 2 de julho de 2023

A Máquina da Criação - Nossa jornada para rescrever a vida na era biologia sintética.


Nossa jornada para reescrever a vida na era da biologia sintética só está começando.

A próxima fronteira tecnológica está dentro dos nossos corpos.

A biologia sintética revolucionará o jeito como definimos famílias, como identificamos doenças e tratamos o envelhecimento, onde construímos nossas casas e como nos alimentamos. Esse campo em rápido crescimento ― que utiliza computadores para modificar ou reescrever o código genético ― criou soluções revolucionárias e inovadoras, como as vacinas de mRNA para a Covid-19, fertilização in vitro e hambúrguer cultivado em laboratório que tem gosto de hambúrguer normal. A biologia sintética nos oferece opções para lidar com ameaças existenciais: mudança climática, insegurança alimentar e acesso a combustível.

Quem dever decidir como projetar os organismos vivos?
E se os organismos modificados devem ser plantados, cultivados e liberados na natureza? Devem existir limites para aprimoramentos humanos? Quais riscos ciberbiológicos estão vindo à tona? Uma futura guerra biológica, usando organismos modificados, poderia provocar um evento de extinção em massa?

A análise fascinante de Amy Webb e Andrew Hessel da biologia sintética e da bio economia constitui a base para pensar nos próximos riscos e dilemas morais representados pelo redesenho da vida, bem como nas enormes oportunidades que nos esperam no horizonte.

“Obra profundamente pesquisada, mas acessível... Um ponto no futuro próximo que muitos leitores não terão ponderado – e deveriam.” ― Kirkus

“A Máquina da Criação é um brilhante livro de dois visionários que nos oferecem uma visão abrangente sobre como tornar o mundo melhor por meio da biologia.” ― Jane Metcalfe, cofundadora da Wired e CEO da neo.life.

Sobre autor


Amy Webb é autora de diversos best-sellers, Webb aconselha CEOs de algumas das empresas mais admiradas do mundo, é Fundadora do Future Today Institute, empresa líder de visão estratégica que ajuda líderes e organizações a se prepararem para as complexidades do futuro, foi pioneira na metodologia de previsão baseada em dados e na tecnologia que atualmente e usada em centenas de organizações.




Andrew Hessel é geneticista, empresário e comunicador da ciência que investiga as linhas de frente da biologia digital com foco na síntese completa do genoma. Ex-pesquisador da Amgen e da Autodesk, ele é cofundador da Humane Genomics, Inc., uma empresa de biotecnologia especializada em vírus artificiais que tem como alvo células cancerosas. Ele também é cofundador e presidente do Genome Project-Write (GPW), iniciativa científica internacional que promove o design, a construção e o teste de grandes genomas, incluindo o genoma humano. Atualmente, trabalha em projetos de biotecnologia e tecnologias de blockchain, biofoundries online e ecossistemas sustentáveis fechados.

domingo, 28 de maio de 2023

Comentando Sobre o livro 'Documentos do Afeganistão": A história secreta da guerra - Craig Whitlock


A revolucionária história investigativa sobre como três presidentes sucessivos e seus comandantes militares, enganaram o público ano após ano no que diz respeito a mais longa guerra da história norte-americana, é contada pelo repórter do Washington Post, Craig Whitlock, três vezes finalista do Prêmio Pulitzer.

Diferentemente das guerras do Vietnã e do Iraque, a invasão do Afeganistão pelos Estados Unidos em 2001 teve apoio público quase unânime. No início, os objetivos eram diretos e claros: derrotar a Al-Qaeda e evitar uma repetição do 11 de Setembro. Mesmo assim, logo depois que os Estados Unidos e seus aliados retiraram o Talibã do poder, a missão perdeu o rumo e as autoridades norte-americanas perderam de vista seus objetivos originais.

Distraídos pela Guerra no Iraque, os militares dos EUA se atolaram em um conflito invencível em um país que eles não compreendiam. Mas nenhum presidente queria admitir o fracasso, especialmente em uma guerra que começou como uma causa justa. Em vez disso, os governos Bush, Obama e Trump enviavam mais e mais tropas ao Afeganistão e diziam repetidamente que estavam fazendo progressos, embora soubessem que não havia perspectiva realista de uma vitória absoluta.

O Washington Post processou o governo dos Estados Unidos duas vezes para revelar os documentos que constituem a base de Documentos do Afeganistão. Assim como os Papéis do Pentágono transformaram a compreensão do público sobre o Vietnã, aqui os papéis fornecem revelações surpreendentes de pessoas que influenciaram diretamente a Guerra do Afeganistão, desde líderes na Casa Branca e no Pentágono a soldados e trabalhadores humanitários nas linhas de frente. O presidente George W. Bush não sabia o nome de seu comandante de guerra no Afeganistão ― e não queria arranjar tempo para se encontrar com ele. O secretário de Defesa Donald Rumsfeld admitiu que “não tinha noção de quem eram os bandidos”. Seu sucessor, Robert Gates, disse: “Não sabíamos merda nenhuma sobre a Al-Qaeda.”

Em linguagem simples, eles admitem que as estratégias do governo dos EUA eram uma bagunça, que o projeto de construção da pátria foi um fracasso colossal e que as drogas e a corrupção dominaram seus aliados no governo afegão.

Comentando

As imagens da queda caótica de Cabul para o Talibã em agosto de 2021, podem muito bem enquadrar nossa memória coletiva da guerra de 20 anos no Afeganistão – imagens que deixaram muitos americanos inquietos e envergonhados. "Senti vergonha de ser americano", disse-me recentemente um membro da família sobre a retirada dos EUA.


Isso é compreensível, já que muitos afegãos que ajudaram no esforço de guerra liderado pelos EUA, como tradutores de idiomas, foram essencialmente abandonados.

Embora a tomada da capital afegã pelo Talibã fosse esperada, ela se desenrolou "mais rapidamente do que havíamos previsto", disse o presidente Joe Biden em tom melancólico no dia seguinte à queda de 15 de agosto de 2021.

No entanto, por pior que tenha sido a retirada dos EUA – no que foi um constrangimento muito forte e precoce para o jovem governo de Biden – a verdadeira vergonha foi a própria condução da guerra, um fato esmagadoramente apoiado pelas evidências contundentes do livro de Craig Whitlock, Os Documentos do Afeganistão: uma história secreta da guerra.

Embora publicado conforme os eventos de agosto passado se desenrolaram, o livro merece nossa atenção e gratidão um ano depois. Com base na reportagem de Whitlock que apareceu originalmente no The Washington Post, os ‘Documentos do Afeganistão’ compartilham uma linhagem com os ‘Documentos do Pentágono’, que expuseram duplicidade e engano semelhantes na condução da Guerra do Vietnã.

Assim como os ‘Documentos do Pentágono’, as disputas legais tornaram-se parte da narrativa do que sabemos agora. O Post processou com sucesso o governo dos EUA para obter os documentos nos quais a reportagem se baseia - entrevistas oficiais do governo com "lições aprendidas" com centenas de oficiais militares, diplomatas, trabalhadores humanitários e funcionários do governo afegão.

Em sua introdução, Whitlock disse que o Post argumentou no tribunal que "o público tinha o direito de conhecer as críticas internas do governo à guerra - a verdade nua e crua".

A verdade nua e crua, não surpreendentemente, é condenatória – e os ecos com o Vietnã são impressionantes. As entrevistas, disse Whitlock, "mostraram que muitos altos funcionários dos EUA viam privadamente a guerra como um desastre absoluto, contradizendo um coro de declarações públicas róseas de funcionários da Casa Branca, do Pentágono e do Departamento de Estado, que garantiram aos americanos ano após ano que eles estavam fazendo progresso no Afeganistão”.

Em outras palavras, eles sabiam que o que Whitlock chama de “a falsa narrativa do progresso” era exatamente isso – falso.


É verdade que as forças lideradas pelos americanos conseguiram uma vitória relativamente rápida ao derrotar o Talibã no final de 2001. Mas depois disso, a missão dos EUA no Afeganistão ficou desorganizada, sem ninguém mais certo do que se tratava. "Em uma desconexão chocante, os Estados Unidos e seus aliados não conseguiram concordar se estavam realmente lutando uma guerra no Afeganistão, envolvidos em uma operação de manutenção da paz, liderando uma missão de treinamento ou fazendo outra coisa".

O inimigo era a Al-Qaeda ou o Talibã? Quanto tempo levaria, a longo prazo, para reivindicar a vitória final? A vitória poderia resultar de ajudar a reconstruir o Afeganistão?

O presidente George W. Bush prometeu após a invasão do Afeganistão pelos Estados Unidos após o 11 de setembro que os Estados Unidos não iriam se engajar na reconstrução de um país que havia sido castigado pela guerra por décadas. Mas foi exatamente isso que aconteceu. Permitindo a inflação, os EUA gastaram mais no Afeganistão do que na Europa após a Segunda Guerra Mundial.

No entanto, como escreve Whitlock, “em vez de trazer estabilidade e paz, os Estados Unidos inadvertidamente construíram um governo afegão corrupto e disfuncional que dependia do poder militar dos EUA para sua sobrevivência”.

Se essa é uma verdade central sobre o conflito de 20 anos – que o governo afegão apoiado pelos EUA, como o governo apoiado pelos EUA no Vietnã do Sul, era um aliado irresponsável e corrupto – existem verdades auxiliares.

Uma delas é que as tropas do governo afegão simplesmente não estavam à altura da tarefa de lutar e prevalecer sobre uma insurgência comprometida. A maioria se alistou no exército para receber um salário; poucos disseram que estavam dispostos a sacrificar suas vidas pelo governo apoiado pelos EUA. "Muitos receberam seu primeiro pagamento e desapareceram. Outros apareceram, mas sem uniforme, equipamento ou arma, vendendo-os por um dinheiro extra", escreve Whitlock.

Essa não foi a única maneira que os afegãosusaram a invasão para seus próprios propósitos. Em uma anedota reveladora, o dono de uma construtora tinha um irmão que pertencia ao Talibã. "Juntos, eles construíram um negócio próspero: o irmão do Talibã explodiu projetos dos EUA e, em seguida, os americanos involuntários pagaram seu irmão para reconstruí-los", escreve Whitlock.

Esses tipos de fatos eram bem conhecidos das autoridades americanas, mas todas as três administrações que supervisionavam a guerra constantemente cobriam a realidade no terreno. Os governos Bush, Obama e Trump quebraram todas as promessas sobre a guerra, e todos os três mentiram para o público.

A ânsia de Donald Trump durante as negociações dos EUA com o Talibã para reivindicar uma vitória de relações públicas e obter uma eventual foto com o Talibã (o que não aconteceu) parece caracteristicamente sem sentido.

Menos tolo foi o padrão condenatório de mentiras sobre mentiras do governo Obama. Nas entrevistas de "lições aprendidas", oficiais militares "descreveram esforços explícitos e contínuos para enganar deliberadamente o público", escreve Whitlock sobre o governo Obama na Casa Branca para distorcer as estatísticas para fazer parecer que os Estados Unidos estavam ganhando a guerra quando não era o caso".

Embora conclusões como essa sejam o pão com manteiga deste impressionante trabalho de reportagem, o livro oferece uma visão nítida de algumas das lacunas culturais subjacentes que também levaram ao fracasso dos EUA.

Os esforços dos EUA se concentraram em sustentar um governo centralizado. Mas o Afeganistão não tinha experiência ou história real com um governo centralizado bem-sucedido – a identidade étnica e os laços familiares são a base do país. Nas áreas rurais, pouco significava que Hamid Karzai fosse presidente, observa Whitlock. Um oficial do Exército disse que a situação era quase cômica, dizendo que isso o lembrava do esboço de Monty Python em que “o rei vai cavalgando por algum camponês na terra e o rei se aproxima e diz: 'Eu sou o rei', e o camponês se vira e diz: 'O que é um rei?'".

O encontro entre afegãos e americanos sempre foi tenso: tropas americanas camufladas com seus óculos refletivos “poderiam evocar o extraterrestre”, escreve Whitlock. “Para provavelmente 90 a 95 por cento dos afegãos com os quais interagi, poderíamos muito bem ter sido alienígenas”, disse um oficial do exército.

Um programa de erradicação da papoula liderado pelos EUA (para conter o tráfico de drogas) estava destinado ao fracasso. Em uma província, talvez até 90% era a renda derivada da venda de papoula. "Sim, é claro que eles vão pegar em armas e atirar em você. Você acabou de tirar o sustento deles. Eles têm uma família para alimentar", disse um oficial americano cuja citação é uma das várias no livro que mostram que não alguns militares americanos simpatizavam e até respeitavam "o inimigo". Ao mesmo tempo, Whitlock está atento aos sacrifícios das tropas americanas, muitas vezes nomeando atos individuais de coragem e valor.


Mesmo assim, os afegãos muitas vezes se sentiam desprezados pelos americanos. Um governador da província de Kandahar disse que um projeto humanitário de lavagem das mãos liderado pelos EUA era "um insulto ao povo. Aqui as pessoas lavam as mãos cinco vezes por dia para as orações".

Os americanos, por sua vez, lutaram para entender o lugar que invadiram – um país onde as pessoas nas áreas rurais vivem em cabanas de barro e não têm eletricidade ou água encanada. "Você vai lá e pensa que vai ver Moisés andando na rua", disse um oficial do exército.

Não surpreendentemente, o tempo significava coisas diferentes para afegãos e americanos: a maioria dos afegãos era indiferente aos esforços dos americanos para controlar o tempo. "Estamos tentando forçá-los a fazer coisas em nosso tempo que eles não entendem", disse um oficial do exército.

O tempo, é claro, acabou trabalhando a favor do Talibã. Eles eram mestres em esperar pacientemente e se preparar para o momento em que os Estados Unidos simplesmente partiriam – como os russos e os britânicos haviam feito antes. Em um telegrama diplomático confidencial de 2006, um líder do Talibã disse com confiança e razão sobre os EUA: "Vocês têm todos os relógios, mas nós temos todo o tempo".

O tempoacabou, assim como a paciência de ambos os lados. O público americano se cansou dessa "guerra eterna". Enquanto isso, muitos afegãos – talvez a maioria – perderam a paciência com os senhores da guerra apoiados pelos EUA. "A tolerância de Washington ao seu comportamento", escreve Whitlock, "alienou e irritou muitos afegãos que viam os senhores da guerra como corruptos, incorrigíveis e a raiz dos problemas do país".


Embora o Talibã pudesse, é claro, ser "tão cruel e opressivo" - tratando as mulheres como "bens móveis", por exemplo - para muitos afegãos, eles eram simplesmente o menor dos dois males. Um conselheiro civil dos EUA disse com tristeza: "Nós não sabíamos que a população estava emocionada com o Talibã expulsando os senhores da guerra".

Mas eles eram, e dado o curso e os contornos da política dos EUA, a tomada do Talibã em 2021, era provavelmente inevitável. (Embora isso não signifique, um ano depois, que os resultados sejam felizes, especialmente para mulheres e meninas, que vivem uma nova era de opressão).

"Ao permitir que a corrupção apodreça, os Estados Unidos ajudaram a destruir a legitimidade do instável governo afegão que eles lutavam para sustentar", escreve Whitlock. "Com juízes, chefes de polícia e burocratas extorquindo subornos, muitos afegãos azedaram a democracia e recorreram ao Talibã para impor a ordem".

Outros, é claro, nunca se apaixonaram por nenhum lado, mas astutamente optaram por ser pacientes. Um alto funcionário da defesa afegã lembrou-se de ter se reunido com um grupo de líderes tribais afegãos "que não conseguiam ficar em nenhum dos lados".

"A resposta deles foi que não queremos que esse governo corrupto venha e também não queremos o Talibã, então estamos esperando para ver quem vai ganhar".

Em última análise, após uma guerra longa e inútil, o Talibã ganhou o prêmio – mas quase como se os americanos, em um triste exemplo de arrogância, nunca tivessem estado lá.

Bilhares e bilhares de dólares financiando uma guerra que perdeu completamente o objetivo a ser alcançado. Tudo para que no fim restar motivos escusos.

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domingo, 7 de maio de 2023

Crimeia: A história da guerra que redesenhou o mapa da Europa no século XIX - Orlando Figes


A história da guerra que redesenhou o mapa da Europa no século XIX. Do autor de Uma história cultural da Rússia.

A Guerra da Crimeia, anterior à Primeira Guerra Mundial, foi o maior conflito do século XIX. No entanto, há poucas obras que se dediquem a detalhar essa história, eclipsada pelas duas guerras mundiais que ocorreram em seguida. Em Crimeia, o renomado historiador Orlando Figes se baseia em fontes russas, francesas, otomanas e britânicas para fornecer um relato completo e preencher essa lacuna.

O autor narra os detalhes de uma guerra trágica, motivada pela crença fervorosa e populista, por parte do tsar Nicolau I e de seus ministros, de que era dever da Rússia governar todos os cristãos ortodoxos e controlar a Terra Santa. Após uma contenda com líderes religiosos otomanos em 1853, tropas russas invadiram uma área disputada na atual Romênia, fazendo com que a desavença da Grã-Bretanha e da Turquia com a Rússia atingisse o ponto de ebulição. A opinião francesa era menos apaixonada, mas os anseios de Napoleão III pela glória militar eram fortes o bastante para incentivar sua participação no confronto.

O extraordinário conflito inflamou a rivalidade entre a Rússia e o Império Otomano em relação aos Bálcãs, desestabilizou as relações entre as potências europeias e acendeu uma fagulha para a Primeira Guerra Mundial. Tendo praticamente redesenhado o mapa da Europa e causado a morte de incontáveis militares e civis, a Guerra da Crimeia foi travada com tecnologia industrial e marcada por soldados entrincheirados na neve, cirurgiões atuando no campo de batalha, cobertura da imprensa por intermédio de repórteres correspondentes e a fanática e assombrada figura do tsar Nicolau I.

Por meio de um relato lúcido, vívido e sensível, em Crimeia, Orlando Figes lança luz sobre os fatores geopolíticos, culturais e religiosos que moldaram o envolvimento de cada potência nessa contenda.

domingo, 15 de janeiro de 2023

Guerra Contra o Ocidente - Douglas Murray


Há uma guerra em curso que não está sendo travada com armamentos, mas tem potencial de destruir uma civilização Você já reparou que as grandes manifestações de ativistas contra o racismo, machismo e homofobia ocorrem basicamente no Ocidente, justamente nas nações onde esses grupos têm mais direitos respeitados? 

Da forma como tomam conta dos noticiários, muitas vezes com protestos violentos, passa-se a ideia de que o Ocidente é responsável pelo que há de pior no mundo, isto até nos lembrarmos da existência de campos de concentração e de punições medievais ocorrendo em outras nações, mas que são ignorados. Será que é porque ocorrem fora do eixo Ocidente e cristão? É uma pergunta que muitos se fazem... Todos os dias vemos a cultura ocidental, a que mais promove segurança e qualidade de vida para as pessoas, ser massacrada pelas ideias que mais produziram misérias, guerras e êxodos no mundo.

 Não se trata de obra do acaso, mas de um projeto ideológico bem arquitetado, ao qual o autor se dedicou a estudar nos últimos anos. Douglas Murray revela em detalhes como a cultura ocidental está sendo atacada em seus pilares, da linguagem aos princípios das sociedades, tradições, personagens históricos, entre muitos outros, por pessoas ou grupos que defendem bandeiras que representam os piores exemplos para o mundo. Um livro rico em informações e que deve servir de alerta. 

Nos últimos anos, ficou cada vez mais claro que há uma guerra em andamento contra o Ocidente. Ela não é como as guerras anteriores, em que os exércitos se chocavam e os vencedores eram declarados. Trata-se de uma guerra cultural, e está sendo travada impiedosamente contra todas as raízes da tradição ocidental e contra tudo de bom produzido por ela. As pessoas começaram a falar de “igualdade”, mas não pareciam se importar com direitos iguais. Elas falavam de “antirracismo”, mas soavam profundamente racistas. Elas falavam de “justiça”, mas pareciam querer dizer “vingança”.

domingo, 27 de novembro de 2022

O Fantasma de Kiev - R. N. King


Durante a invasão da Ucrânia pela Rússia, o presidente ucraniano é sequestrado por mercenários contratados pelo Kremlin. Os EUA, pressionados pela comunidade internacional, enviam um agente para o libertar.

Será o suficiente para salvar o presidente e libertar o país?

KIEV. Russell Born foi nota máxima em todos os cursos da CIA, sendo um expert em terrorismo internacional, foi escolha óbvia quando os aliados NATO pediram aos EUA o envio de uma equipe de topo que pudesse agir em segredo para tirar o presidente da Ucrânia das garras da Rússia. Considerado morto por aqueles que o conheciam, Born atua agora nas sombras e é o melhor naquilo que faz. Mas quando salva um membro das forças especiais ucranianas, Born descobre que algo está errado.

Enquanto procura descobrir a verdade, Born luta para se proteger a si e ao seu misterioso companheiro, enquanto são perseguidos por traidores com a intenção de matar os dois e evitar que a verdade se descubra. A dupla é a única solução para neutralizar uma guerra nuclear oculta que está prestes a explodir.

O Fantasma de Kiev é o primeiro thriller repleto de ação da impressionante série de espionagem Russell Born. Se gosta de ação constante, intrigas políticas, histórias emocionantes, personagens cativantes e histórias cheias de suspense de roer as unhas, então vai adorar a adrenalina desta obra de estreia.

Lançamento: 23/03/2023.

sábado, 28 de maio de 2022

Nunca: O caminho para a guerra começa com um passo em falso - Ken Follett


“À medida que a situação ucraniana piora, fico pensando sobre o romance mais recente de Ken Follett, Nunca. Esse é exatamente o cenário de fim do mundo construído por ele: uma escalada vagarosa mas constante, sem possibilidade de saída." – Stephen King

Toda catástrofe começa com um problema pequeno que não é resolvido

No deserto do Saara, dois agentes de inteligência de elite – um francês e uma americana – arriscam a própria vida enquanto seguem o rastro de um poderoso grupo de extremistas.

Na China, um alto funcionário do governo tenta resistir aos comunistas da velha guarda, que podem estar empurrando o país – e seu aliado militar próximo, a Coreia do Norte – para um caminho sem volta.

Do outro lado do mundo, a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente dos Estados Unidos faz de tudo para lidar diplomaticamente com ataques estrangeiros, comércio ilegal de armas e campanhas de difamação de um adversário populista.

Mas, à medida que pequenos atos de violência se sucedem e começam a ganhar escala, o início de uma nova guerra mundial parece uma certeza. E quando as grandes potências se enredam cada vez mais em uma complexa rede de alianças, a pergunta que se impõe é: quem será capaz de deter o inevitável?

“A Primeira Guerra Mundial foi uma guerra que ninguém queria. Mas os imperadores e os primeiros-ministros foram tomando decisões – lógicas, moderadas –, cada qual dando um pequeno passo em direção ao conflito mais terrível que o mundo já viu. Quando cheguei à conclusão de que tudo foi um trágico acidente, me perguntei: qual a probabilidade de que isso volte a acontecer?” – Ken Follett

sábado, 21 de maio de 2022

Comentando o filme "Klondike - Uma guerra na Ucrânia".

Retratar no cinema uma história que ainda está sendo escrita não costuma criar os melhores filmes. Ao contrário, ela apenas posiciona no centro de “Klondike – A Guerra na Ucrânia” o estopim de um conflito que escalou ao longo de quase dez anos.

Dentro de uma casa, cuja parede da sala é destruída por uma bomba nos primeiros minutos do filme, moram Inka e Tolik. Enquanto eles esperam seu primeiro filho, se veem no meio do conflito entre separatistas pró-russos e o exército ucraniano.

No início, a presença dessa guerra se reflete em alguns incômodos diários, como ter que ceder o carro da família por algumas horas aos separatistas. Porém, quando um desastre aéreo acontece no local, a situação muda.

A diretora baseou o filme no acontecimento de julho de 2014, quando um voo da Malaysia Airlines foi derrubado por separatistas pró-russos na região de Donbass, matando 298 pessoas.

Foram anos de investigação até descobrirem os culpados”, diz a diretora Maryna Er. “E o assunto sumiu da mídia rapidamente, o que foi assustador pra mim, então, eu resolvi contar essa história do meu jeito”.

Mesmo um longa-metragem não documental pode servir como um documento histórico. Para Miguel Chaia, professor da PUC e cientista político, o cinema é uma forma de participação e compreensão da realidade, sendo a Guerra um dos maiores temas do audiovisual, pois afeta a todos; quem produz o filme e quem o assiste.

Qual é o grande acontecimento trágico entendido na sociabilidade, no funcionamento e na organização de uma sociedade? É a guerra. Ela é permanente”, diz.

Os conflitos escalam, mas a essência da guerra não muda. Segundo o professor, “Klondike” não perde força ao retratar uma situação que ainda está em andamento porque o filme é mais uma forma de entrar em contato com o assunto, tornando-o mais elucidativo.

Mesmo que os personagens sejam fictícios, nós estamos vendo uma reincenação da história”.

E Maryna fez questão de mostrá-la, mas refletir sobre ela ao mesmo tempo. Segundo a diretora para fazer um filme anti-guerra é necessário mostrar a guerra de algum jeito. A diretora, porém, deixou de lado a estética clássica de conflitos: explosões a todo momento, jornadas de soldados heroicos, poças de sangue… Ela escolheu o caminho da não-violência e do minimalismo.

Eu quis trazer uma experiência imersiva da guerra através dos movimentos de câmera e da fotografia”, diz, “quando eu não crio um ambiente expositivo, eu deixo a imaginação do espectador fluir, acredito que seja melhor do que mostrar absolutamente tudo”.

Esse filme é minha criação contra a guerra e contra a violência, e eu espero que ressoe com quem assiste”, afirma.

Olhar feminino

A personagem principal do filme é Irka, que resiste, ao máximo, enxergar os horrores da guerra. Como se fosse uma pequena rachadura, Irka insiste ao marido que a parede da sala seja consertada após uma bomba detonar a casa, por exemplo.

Ao ordenhar sua vaca, lhe faz um carinho e pergunta se ela ficou assustada com o barulho. Não entende, ou ignora, o porquê do seu carro estar sendo usado por separatistas. Irka tenta ao máximo se dissociar da realidade, até que, sem escapatória, é diretamente afetada por ela.

Eu vejo muitas “Irkas” por aí, é a clássica mulher ucraniana”, diz a diretora. “São mulheres resistentes, dispostas a proteger sua família e sua própria vida”.

Irka é uma personagem amável, conciliadora, cujo papel principal é mostrar como a guerra, causada por homens, é sempre estúpida.

Maryna compara Irka à própria Ucrânia. Segundo a diretora, um país independente, com a criação da própria cultura, mas cuja história é constantemente interrompida por terceiros.



Ao fim do filme, Maryna dedica-o às mulheres, mas não sem antes mostrar a última cena e a mais emocionante. Na guerra, a destruição também é uma criação.

Fica a reflexão.


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Fonte:CNN.