O suspense “Morte no Nilo” é baseado no livro homônimo de Agatha Christie. Após adaptar a obra “Assassinato no Expresso do Oriente”, o diretor Kenneth Branagh desenvolve mais uma narrativa baseada na obra da autora e também interpreta uma importante figura na trama: Hercule Poirot, o detetive principal dos romances policiais.
Dessa vez, a história é centrada em Linnet Ridgeway, uma mulher rica, graciosa, encantadora que herdou uma fortuna de seus pais. A trama envolve seu relacionamento com o Simon Doyle, o ex-noivo de sua melhor amiga Jackie De Bellefort, durante a viagem para a Lua de Mel. Com diversos personagens misteriosos e correlacionados, todos se tornam suspeitos após um assassinato no meio da viagem. Apenas uma pessoa é capaz de solucionar o caso: o detetive Hercule Poirot, personagem clássico das obras de Agatha Christie.
A narrativa do filme instiga o
público a prestar atenção em cada detalhe pela riqueza de conteúdo
e a grande quantidade de personagens diferentes. As primeiras cenas
abrem margem para uma contextualização da vida de Poirot e após
uma representação de seu passado em preto e branco, o longa segue
com a história do novo caso do detetive envolvendo a vida de Linnet.
Para essa representação, a paisagem do Egito é explorada tal como sua cultura, que são o palco das férias do detetive. O que a princípio parece um momento de descanso, se torna uma cena de um local suspeito, misterioso em meio a uma nova cena de investigação. Em contribuição com essa estética, a trilha sonora colabora efetivamente criando um ambiente sedutor e intrigante.
Há uma certa ousadia na tentativa de representar a história de época em paisagens excêntricas, com o ambiente propício aos acontecimentos daquele período. Para isso, em boa parte do filme o jogo de imagens enriquecem esse quadro visual, como os figurinos em cada ocasião e a fotografia da produção. No entanto, essa ousadia se excede em alguns detalhes e o famoso “fundo verde” fica explícito em certos momentos, como a dinâmica dos atores durante a representação das pirâmides.
A atriz Gal Gadot interpreta a principal Linnet e entrega na atuação os detalhes e a estrutura que compõe perfeitamente a personagem. Entretanto, há um grande destaque para Emma Mackey que dá vida a antagonista Jackie. A atriz consegue expressar de maneira surpreendente o drama vivido pela personagem, apenas por suas expressões físicas é possível reconhecer a vingança explícita de Jackie.
Outro destaque em “Morte no Nilo” é a personagem Salome Otterbourne, interpretada por Sophie Okonedo. No filme Salome apresenta características mais interessantes que a personagem do livro. Ela se torna uma mulher forte, instigante e que atrai atenção de todos pelo seu talento. A atuação de Sophie consegue entregar ao público grande admiração por Salome.
Comparação com o livro “Morte no Nilo”
Ao falar de adaptações, há sempre ressalvas no conteúdo. Nem sempre as produções audiovisuais conseguem seguir fielmente as obras literárias. No caso de “Morte no Nilo”, os pequenos detalhes modificados para o longa, não alteram a construção do roteiro e ao terminar a história, os fãs de Agatha Christie ficam satisfeitos com a releitura.
São pequenas circunstâncias que no filme são apresentadas de maneira diferente, mas no geral, o longa conecta bem as cenas com as descrições feitas durante o livro. Há diferenças na estética e descrição dos personagens, que conseguiram se tornar superiores quando adaptadas ao cinema. Como a própria escolha de Gal Gadot no papel principal.
No mais, “Morte no Nilo” é um filme rico em detalhes, com uma estética encantadora e apesar de certa ousadia nas figuras, atende bem a intenção proposta. O longa é uma boa adaptação da obra de Christie e surpreende o telespectador com o enredo desvendado por Hercule Poirot, que se torna o ápice da história, conectando todos os pontos e resolvendo cada brecha solta.
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