sábado, 28 de maio de 2022
Nunca: O caminho para a guerra começa com um passo em falso - Ken Follett
“À medida que a situação ucraniana piora, fico pensando sobre o romance mais recente de Ken Follett, Nunca. Esse é exatamente o cenário de fim do mundo construído por ele: uma escalada vagarosa mas constante, sem possibilidade de saída." – Stephen King
Toda catástrofe começa com um problema pequeno que não é resolvido
No deserto do Saara, dois agentes de inteligência de elite – um francês e uma americana – arriscam a própria vida enquanto seguem o rastro de um poderoso grupo de extremistas.
Na China, um alto funcionário do governo tenta resistir aos comunistas da velha guarda, que podem estar empurrando o país – e seu aliado militar próximo, a Coreia do Norte – para um caminho sem volta.
Do outro lado do mundo, a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente dos Estados Unidos faz de tudo para lidar diplomaticamente com ataques estrangeiros, comércio ilegal de armas e campanhas de difamação de um adversário populista.
Mas, à medida que pequenos atos de violência se sucedem e começam a ganhar escala, o início de uma nova guerra mundial parece uma certeza. E quando as grandes potências se enredam cada vez mais em uma complexa rede de alianças, a pergunta que se impõe é: quem será capaz de deter o inevitável?
“A Primeira Guerra Mundial foi uma guerra que ninguém queria. Mas os imperadores e os primeiros-ministros foram tomando decisões – lógicas, moderadas –, cada qual dando um pequeno passo em direção ao conflito mais terrível que o mundo já viu. Quando cheguei à conclusão de que tudo foi um trágico acidente, me perguntei: qual a probabilidade de que isso volte a acontecer?” – Ken Follett
sábado, 21 de maio de 2022
Comentando o filme "Klondike - Uma guerra na Ucrânia".
Retratar no cinema uma história que ainda está sendo escrita não costuma criar os melhores filmes. Ao contrário, ela apenas posiciona no centro de “Klondike – A Guerra na Ucrânia” o estopim de um conflito que escalou ao longo de quase dez anos.
Dentro de uma casa, cuja parede da sala é destruída por uma bomba nos primeiros minutos do filme, moram Inka e Tolik. Enquanto eles esperam seu primeiro filho, se veem no meio do conflito entre separatistas pró-russos e o exército ucraniano.
No início, a presença dessa guerra se reflete em alguns incômodos diários, como ter que ceder o carro da família por algumas horas aos separatistas. Porém, quando um desastre aéreo acontece no local, a situação muda.
A diretora baseou o filme no acontecimento de julho de 2014, quando um voo da Malaysia Airlines foi derrubado por separatistas pró-russos na região de Donbass, matando 298 pessoas.
“Foram anos de investigação até descobrirem os culpados”, diz a diretora Maryna Er. “E o assunto sumiu da mídia rapidamente, o que foi assustador pra mim, então, eu resolvi contar essa história do meu jeito”.
Mesmo um longa-metragem não documental pode servir como um documento histórico. Para Miguel Chaia, professor da PUC e cientista político, o cinema é uma forma de participação e compreensão da realidade, sendo a Guerra um dos maiores temas do audiovisual, pois afeta a todos; quem produz o filme e quem o assiste.
“Qual é o grande acontecimento
trágico entendido na sociabilidade, no funcionamento e na
organização de uma sociedade? É a guerra. Ela é permanente”,
diz.
Os conflitos escalam, mas a essência da guerra não muda. Segundo o professor, “Klondike” não perde força ao retratar uma situação que ainda está em andamento porque o filme é mais uma forma de entrar em contato com o assunto, tornando-o mais elucidativo.
“Mesmo que os personagens sejam fictícios, nós estamos vendo uma reincenação da história”.
E Maryna fez questão de mostrá-la, mas refletir sobre ela ao mesmo tempo. Segundo a diretora para fazer um filme anti-guerra é necessário mostrar a guerra de algum jeito. A diretora, porém, deixou de lado a estética clássica de conflitos: explosões a todo momento, jornadas de soldados heroicos, poças de sangue… Ela escolheu o caminho da não-violência e do minimalismo.
“Eu quis trazer uma experiência imersiva da guerra através dos movimentos de câmera e da fotografia”, diz, “quando eu não crio um ambiente expositivo, eu deixo a imaginação do espectador fluir, acredito que seja melhor do que mostrar absolutamente tudo”.
“Esse filme é minha criação contra a guerra e contra a violência, e eu espero que ressoe com quem assiste”, afirma.
Olhar feminino
A personagem principal do filme é Irka, que resiste, ao máximo, enxergar os horrores da guerra. Como se fosse uma pequena rachadura, Irka insiste ao marido que a parede da sala seja consertada após uma bomba detonar a casa, por exemplo.
Ao ordenhar sua vaca, lhe faz um carinho e pergunta se ela ficou assustada com o barulho. Não entende, ou ignora, o porquê do seu carro estar sendo usado por separatistas. Irka tenta ao máximo se dissociar da realidade, até que, sem escapatória, é diretamente afetada por ela.
“Eu vejo muitas “Irkas” por aí, é a clássica mulher ucraniana”, diz a diretora. “São mulheres resistentes, dispostas a proteger sua família e sua própria vida”.
Irka é uma personagem amável, conciliadora, cujo papel principal é mostrar como a guerra, causada por homens, é sempre estúpida.
Maryna compara Irka à própria Ucrânia. Segundo a diretora, um país independente, com a criação da própria cultura, mas cuja história é constantemente interrompida por terceiros.
Fica a reflexão.
sexta-feira, 13 de maio de 2022
A Ilha e o Espelho - Fausto Panicacci
"É como enfrentamos, destemidos, essa indômita aventura que é a vida ― raramente estúpida, por vezes triste, frequentemente insólita, mas sempre surpreendente".
Mandado para Cambridge a trabalho, um brasileiro é subitamente convidado para se juntar a um eclético grupo de amigos, capitaneado por um fotógrafo correspondente de guerra com o qual ele guarda surpreendente semelhança física. O grupo inclui uma psicóloga frustrada, um erudito que fala por aforismos, uma executiva que toca violino e um universitário acusado de plágio.
Paralelamente aos dilemas, às aventuras e ao triângulo amoroso que consomem o protagonista, a atmosfera de sabedoria da cidade é perturbada por atos de violência noturna, cuja autoria é um mistério.
Dialogando com variados ramos da arte, A ilha e o espelho entrelaça memória, empatia, ganância e culpa diante de questões como violência contra a mulher, identidade cultural, xenofobia, meio ambiente e destino dos refugiados. Uma inspiradora história com reflexões sobre o valor da amizade, a multiplicidade de olhares e a dignidade da vida humana.
sexta-feira, 6 de maio de 2022
Cine Pipoca Nº 023
Depois da visita dos ilustres Rei George V e Rainha Mary na casa de campo do Conde de Grantham, a família Crawley tem um novo desafio. Dessa vez, a matriarca Violet Crawley revela a existência de um misterioso romance num passado distante. Para a surpresa de todos, o relacionamento gerou uma herança na forma de uma grande propriedade no Sul da França, para onde os britânicos partirão para uma inesperada e inesquecível experiência.