domingo, 29 de novembro de 2020
Uma Terra Prometida - Barack Obama
Obama conduz os leitores através de uma jornada cativante, que inclui suas primeiras aspirações políticas, a vitória crucial nas primárias de Iowa, na qual se demonstrou a força do ativismo popular, e a noite decisiva de 4 de novembro de 2008, quando foi eleito 44º presidente dos Estados Unidos, o primeiro afro-americano a ocupar o cargo mais alto do país.
Ao refletir sobre a presidência, ele faz uma análise singular e cuidadosa do alcance e das limitações do Poder Executivo, além de oferecer pontos de vista surpreendentes sobre a dinâmica da política partidária dos Estados Unidos e da diplomacia internacional. Obama leva os leitores para dentro do Salão Oval e da Sala de Situação da Casa Branca, e também em viagens a Moscou, Cairo e Pequim, entre outros lugares.
Acompanhamos de perto seus pensamentos enquanto monta o gabinete, enfrenta uma crise financeira global, avalia a figura de Vladímir Pútin, supera dificuldades que pareciam insuperáveis para aprovar a Lei de Assistência Acessível (Affordable Care Act), bate de frente com generais sobre a estratégia militar dos Estados Unidos no Afeganistão, trata da reforma de Wall Street, reage à devastadora explosão da plataforma petrolífera Deepwater Horizon e autoriza a Operação Lança de Netuno, que culmina com a morte de Osama bin Laden.
Uma terra prometida é extraordinariamente pessoal e introspectivo ― o relato da aposta de um homem na história, da fé de um líder comunitário posta à prova no palco mundial. Obama fala com sinceridade sobre os obstáculos de concorrer a um cargo eletivo sendo um americano negro, sobre corresponder às expectativas de uma geração inspirada por mensagens de "esperança e mudança" e sobre lidar com os desafios morais das decisões de alto risco. É honesto sobre as forças que se opuseram a ele dentro e fora do país, franco sobre os efeitos da vida na Casa Branca em sua esposa e em suas filhas e audacioso ao confessar suas dúvidas e desilusões. Jamais duvida, porém, de que no grande e incessante experimento americano o progresso é sempre possível.
Brilhantemente escrito e poderoso, este livro demonstra a convicção de Barack Obama de que a democracia não é uma benção divina, mas algo fundado na empatia e no entendimento comum e construído em conjunto, todos os dias.
domingo, 22 de novembro de 2020
Comentando Sobre o Filme 'High Life - Uma nova vida' e 'Por lugares Incríveis'
Olá pensadores, essa semana assisti e analisei a duas obras cinematográficas que traz uma reflexão sobre tabus e crises existenciais. Curiosos?
High Life - Uma nova vida
Há um certo clima de horror inerente em High Life. Logo na primeira cena, em uma conversa de Monte (Robert Pattinson) com sua filha, a câmera de Claire Denis parece gerar uma expectativa. A relação entre os ambientes, a perda de uma ferramenta, os computadores apitando. Tudo nessa relação espacial gera uma correlação meio tensa, nervosa de um universo destroçado. A vista do mesmo personagem a outras pessoas mortas dão ainda mais uma certeza de um medo. Mas o que e qual seria esse medo afinal? Bom, o terror provocado aqui é relacionado a nossa memória, ao passado de forma a gerar um fardo para os personagens.
No presente, o filme acompanha a história de Monte no espaço, mas também lembrando os acontecimentos que o levaram até ali. Sua ida para o espaço se deve a um programa do governo de levar criminosos para fora da Terra, com objetivo de realizarem uma missão. No comando de todos, Dibs (Juliette Binoche) passa o tempo tentando entender e perceber os instintos selvagens de cada um.
Esse horror toma conta de cada relação, cada conversa presente. Existe até um grande nível de estresse pelo lugar causado aos personagens – salientado pelos big closes em mãos, testas, olhos -, passado ao público. Tudo parece estar a um ponto de explodir nesse passado, algo salientado ainda mais por um presente complexo.
Entretanto, ao alcançar o futuro, o peso dessas escolhas e decisões deixam o personagem principal um pouco refém do tempo. Claire Denis foca, inclusive, em um lado mais observativo de Pattinson, ao parecer se questionar do que realmente aconteceu e de seu papel nisso tudo. Existe também um laço de falar sobre paternidade. Todavia, tais fatos acabam sendo mais passáveis adiante por causa de um conceito maior desse tempo sendo um fardo. Os relances anteriores acabam se potencializado no presente.
A tentativa de um debate mais aprofundado filosoficamente traz a história um elemento meio confuso. Quando se deixar tudo acontecer quase em preceitos aleatórios (algo muito presente no segundo ato) ocorre uma maior funcionalidade e naturalidade narrativa. Todavia, principalmente próximo ao fim, há uma tentativa de rememorar ‘Solaris’, de 1972, ao trazer quase uma eventualidade da morte e da loucura. É um caminho quase genérico, acontecido de maneira meio despretensiosa.
Enfim, “High Life” é confuso, (tanto pelo seu enredo complexo, quanto seus acontecimentos não lineares), mas talvez ainda mais intenso que esse sentimento, é a tristeza avassaladora que acompanha a sua odisseia espacial. Este é um estudo sobre aqueles que estão radicalmente sozinhos no mundo e acaba por se transmutar em algo maior e mais complicado, um grito gutural de reprodução em harmonia com um poema épico sobre o mergulho da Humanidade no ominoso desconhecido. Nas palavras da realizadora, é também um filme sobre ternura no espaço, sobre fidelidade, sinceridade e confiança. É um retrato do laço que une o pai e uma filha, o afeto e o amor que sobrevivem e perduram mesmo por entre a brutalidade de que o ser humano é capaz. Pode ser difícil encarar os seus mistérios, mas há glória cinematográfica à espera dos espectadores que aguentarem e foram generosos o suficiente. No final, a Terra está longe, talvez não exista, talvez tudo tenha morrido. No fim, só existe um pai, uma filha, e uma linha amarela. O infinito, o desconhecido abre seus braços negros e abraça-nos no reconforto do seu horror e da sua maravilha. Deixemo-nos ser abraçados.
Durante uma de suas corridas matinais pela cidade, Finch se depara com Violet em cima de uma ponte. A jovem perdeu a irmã e ainda não aprendeu a lidar com a ausência. Seus amigos não entendem a duração do luto e a própria Violet prefere se afastar até das atividades escolares. A relação entre ela e Finch se fortalece quando eles precisam fazer um trabalho em dupla sobre os "lugares incríveis" de Indiana.
A amizade dos dois cresce, Finch quebra a casca criada por Violet para se proteger apenas por saber ouvir e tentar se colocar no lugar dela. "Por Lugares Incríveis" é um filme sobre empatia, sobre se enxergar nos outros, mas também é um filme sobre saúde mental e doenças sociais.
Enquanto Violet é transparente em sua dor, Finch esconde a sua atrás de citações inteligentes e tiradas espertas. Aos poucos vamos, juntamente com Violet, conhecendo o personagem. O contraste entre eles é curioso e confere profundidade à trama. Algumas descobertas parecem repentinas, mas talvez seja assim que a vida funcione nesses casos; é aquela velha história de que a depressão não tem rosto e pode estar escondida por trás de sorrisos e piadas.
No início o longa é dinâmico e de cara fala para que veio, conforme a trama vai passando a história vai se arrastando até chegar ao final quase previsível. Enquanto Violet vesti uma couraça para o mundo exterior, Finch tem um olhar sofrido como se já tivesse vivido tempo demais.
Jennifer Niven cria ótimos personagens, complexos e encantadores, para mostrar ao mundo que os dramas adolescentes vão além da popularidade na escola. É também um alerta que nunca houve tantos problemas a serem enfrentados pelos jovens como há atualmente.
"Por Lugares Incríveis" é divertido, adorável, mas também é pesado sem se tornar explícito. O filme, assim como o livro, mostra que nunca se sabe pelo que o outro está passando, qual a dor de cada um.
Obs:Tenho que parabenizar a Netflix por estar fazendo filmes cada vez mais com uma pegada psicológica seja com temas clichês ou conceituais.
sábado, 14 de novembro de 2020
Mais esperto que o Diabo - Napoleon Hill
Você vai descobrir, após 75 anos de segredo, por meio dessa entrevista exclusiva que Napoleon Hill fez, quebrando o código secreto da mente do Diabo: Quem é o Diabo? Onde ele habita? Quais suas principais armas mentais? Quem são os alienados e de que forma eles ou elas se alienam? De que forma o Diabo influencia a nossa vida do dia a dia? Como a sua dominação influencia nossas atitudes? O que é o medo? Como nossos líderes religiosos e nossos professores são afetados pelo Diabo? Quais as armas que nós, seres humanos, possuímos para combater a dominação do Diabo? Qual a visão do Diabo sobre a energia sexual? Como buscar uma vida cheia de realizações, valorizando a felicidade e a liberdade? Essas perguntas e muitas outras são respondidas pelo próprio Diabo, que se autodenomina "Sua Majestade", de acordo com Napoleon Hill. O seu propósito, escrito com suas próprias palavras, é ajudar o ser humano a descobrir o seu real potencial, desvendando as armadilhas mentais que os homens e as mulheres deste mundo criam para si mesmos, sabotando a sua própria liberdade e o seu próprio direito de viver uma vida cheia de desafios, alegria e liberdade. Escrito em 1938, após uma das maiores crises econômicas, e precedendo a Segunda Guerra Mundial, este livro não somente é uma fonte de inspiração e coragem, mas deve ser considerado um manual para todas aquelas pessoas que desejam.
domingo, 8 de novembro de 2020
Com Sangue - Stephen King
Esta é uma história sobre amor, amizade, talento e justiça... em suas formas mais deturpadas. Em Com sangue, Stephen King reúne quatro contos com protagonistas inteligentes e complexos, que têm sua vida comum transformada por algum elemento inexplicável.
Brilhante em narrativas curtas, King já escreveu alguns contos que viraram sucesso em todo o mundo, como as histórias que inspiraram os filmes Conta comigo e Um sonho de liberdade. Neste livro, assim como em Quatro estações e Escuridão total sem estrelas, ele cria uma coleção única e emocionante, demonstrando mais uma vez por que é considerado um dos maiores contadores de histórias de todos os tempos.
"Claro que King ainda é o melhor quando falamos de terror, mas nesta coletânea o leitor se verá envolvido em quatro histórias sobre nossos maiores sonhos e vulnerabilidades." -- USA Today
"King continua produzindo histórias ricas e variadas, e seu trabalho permanece profundamente sensível e envolvente." -- The Washington Post
"Stephen King obviamente ama seus personagens, e o cuidado com que ele desenvolve suas personalidades atrai o leitor para experiências perturbadoras." -- Publishers Weekly