Stefan Zweig, foi um escritor com mil e uma funções e com alguns filmes contando sua vida e outras baseadas em suas obras.
Zweig nasceu em Viena, em 1881. Era o segundo filho do industrial Moritz Zweig, originário da Boêmia, e de Ida Brettauer, oriunda de uma família de banqueiros. Seu avô materno, Joseph Brettauer viveu em Ancona, Itália, onde sua segunda filha Ida nasceu e cresceu. Seu irmão mais velho, Alfred, foi educado desde sempre para ser o sucessor do pai em seus negócios, e ambos tiveram uma infância e uma educação privilegiada, graças à boa situação financeira de seus familiares.
Sua primeira coletânea de poemas,
Silberne Saiten ("Cordas de Prata"), foi publicada em 1902.
Apaixonado pelas literaturas inglesas e francesa, o escritor traduziu
para o alemão obras de Verhaeren, Keats, Morris, Yeats, Verlaine e
Baudelaire. Seu círculo de amizades incluía Rimbaud, Romain
Rolland, Rainer Maria Rilke, Thomas Mann, Émile Verhaeren e Sigmund
Freud, com o qual se correspondeu entre 1908 e 1939.
Seu sucesso como autor dramático
foi confirmado em 1912, quando suas peças "A Metamorfose da
Comédia" e "A Mansão à Beira-mar" foram
apresentadas em Viena. Durante a Primeira Guerra Mundial, em 1915,
casou com a escritora Friderike von Winsternit e comprou uma casa
em Salzburgo, onde viveu por quinze anos. Foi uma das fases mais
ricas de sua produção literária. Escreveu as biografias de
Dostoievski, Dickens, Balzac, Nietzsche, Tolstoi e Stendhal. Anos
mais tarde, lançou as biografias de Maria Antonieta, Fouché, Rilke
e Romain Rolland.
Conseguiu o reconhecimento como narrador, poeta e ensaísta durante os anos de 1920 e 1930. Desse período, destacam-se os romances "Amok" (1922), "Angústia" (1925) e "Confusão de Sentimentos" (1927), baseados na psicanálise.
No início da Primeira Guerra Mundial, o sentimento patriótico se disseminou com força entre os cidadãos da Alemanha e da Áustria, assim como entre suas populações judaicas. Zweig, bem como outros intelectuais judeus como Martin Buber e Hermann Cohen, aderiram à causa germânica. No entanto, jamais se alistou nas forças combatentes, e trabalhou no arquivo do Ministério da Guerra. Com o desenrolar do conflito e o banho de sangue subsequente, Zweig se tornou pacifista, assim como seu amigo Romain Rolland. Até o final da guerra e pelos anos seguintes, Zweig se manteve fiel ao pensamento pacifista, defendendo a unificação da Europa como solução para os problemas do continente.
Separou-se de sua primeira esposa, Friderike von Winsternitz, e uniu-se com sua secretária, Charlotte Elizabeth Altmann (mais conhecida como "Lotte"). Em 1933, Adolf Hitler chegou ao poder na Alemanha e instalou a ditadura nazista. Com suas políticas antissemitas se disseminando até além das fronteiras, não demoraria para Zweig se sentir afetado na Áustria. Em 1934 deixou o país e passou a viver na Inglaterra, entre Londres e Bath, onde se naturalizou cidadão britânico.
Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial e o avanço das tropas de Hitler pela França e em toda a Europa Ocidental, o casal atravessou o Oceano Atlântico em 1940 e se estabeleceu inicialmente nos Estados Unidos, em Nova Iorque. Em 22 de agosto do mesmo ano, fez sua primeira viagem para o Brasil.
Conseguiu o reconhecimento como narrador, poeta e ensaísta durante os anos de 1920 e 1930. Desse período, destacam-se os romances "Amok" (1922), "Angústia" (1925) e "Confusão de Sentimentos" (1927), baseados na psicanálise.
No início da Primeira Guerra Mundial, o sentimento patriótico se disseminou com força entre os cidadãos da Alemanha e da Áustria, assim como entre suas populações judaicas. Zweig, bem como outros intelectuais judeus como Martin Buber e Hermann Cohen, aderiram à causa germânica. No entanto, jamais se alistou nas forças combatentes, e trabalhou no arquivo do Ministério da Guerra. Com o desenrolar do conflito e o banho de sangue subsequente, Zweig se tornou pacifista, assim como seu amigo Romain Rolland. Até o final da guerra e pelos anos seguintes, Zweig se manteve fiel ao pensamento pacifista, defendendo a unificação da Europa como solução para os problemas do continente.
Separou-se de sua primeira esposa, Friderike von Winsternitz, e uniu-se com sua secretária, Charlotte Elizabeth Altmann (mais conhecida como "Lotte"). Em 1933, Adolf Hitler chegou ao poder na Alemanha e instalou a ditadura nazista. Com suas políticas antissemitas se disseminando até além das fronteiras, não demoraria para Zweig se sentir afetado na Áustria. Em 1934 deixou o país e passou a viver na Inglaterra, entre Londres e Bath, onde se naturalizou cidadão britânico.
Com a eclosão da Segunda Guerra
Mundial e o avanço das tropas de Hitler pela França e em toda a
Europa Ocidental, o casal atravessou o Oceano Atlântico em 1940 e se
estabeleceu inicialmente nos Estados Unidos, em Nova Iorque. Em
22 de agosto do mesmo ano, fez sua primeira viagem para o Brasil.
O
exílio no Brasil e o suicídio
Zweig e Lotte empreenderam três viagens ao Brasil. Na primeira, entre 1940 e 1941, para uma série de palestras pelo país, escreveu da Bahia para Manfred e Hannah Altmann, seus cunhados:
“Você não pode imaginar o que significa ver este país que ainda não foi estragado por turistas e tão interessante – hoje estive nas cabanas dos pobres que vivem aqui com praticamente nada (as bananas e mandiocas estão crescendo em volta) e as crianças se desenvolvem como se estivessem no Paraíso –, a casa inteira, desde o chão, lhes custou seis dólares e, por isso, são proprietários para sempre. É uma boa lição ver como se pode viver simplesmente e, comparativamente, feliz – uma lição para todos nós que perdemos tudo e não somos felizes o bastante agora, ao pensar como viver então.”
Foi nesta primeira viagem que Zweig, com a ajuda de Lotte, reuniu suas anotações pessoais e finalizou o ensaio “Brasil, país do futuro”. A alcunha de “País do Futuro”, criada por Zweig, se tornaria um apelido para o Brasil. De fato, apesar da depressão que já sentia por conta do desenrolar da guerra na Europa, o escritor tentava encontrar no Brasil as condições não apenas de recriar sua vida particular, mas também da antiga atmosfera de seu continente natal. Segundo Alberto Dines, autor de uma biografia do escritor, Zweig seria um dos últimos remanescentes da cultura e do modo de vida europeus do século XIX. Seu desânimo com o avanço do nazismo, na verdade, viria de muito tempo antes, desde a Primeira Guerra Mundial, quando os primeiros sinais de rompimento com a velha ordem imperial europeia se mostraram.
Zweig foi recebido com entusiasmo tanto pela comunidade intelectual local quanto pelas autoridades políticas. Para os intelectuais brasileiros, a presença de tão renomado escritor em terras nacionais trazia prestígio e oportunidades de um intercâmbio com outros escritores estrangeiros. Mas para as autoridades políticas, a chegada de Zweig, com sua bagagem liberal e antinazista, era contraditória. O governo de Getúlio Vargas se mantinha no poder graças às políticas autoritárias e muitos de seus ministros e assessores militares eram simpatizantes do nazifascismo. Isso não impediu que os elementos menos autoritários do estado brasileiro usassem Stefan Zweig para atingirem seus objetivos.
“Considerando que o nosso velho mundo é, mais do que nunca, governado pela tentativa insana de criar pessoas racialmente puras, como cavalos e cães de corrida, ao longo dos séculos a nação brasileira tem sido construída sobre o princípio de uma miscigenação livre e não filtrada, a equalização completa do preto e branco, marrom e amarelo”.
A partir da terceira viagem ao
Brasil, Lotte e Zweig se estabeleceram em Petrópolis, cidade na
serra do Rio de Janeiro, onde finalizou sua autobiografia, "O
Mundo que Eu Vi"; escreveu a novela "Schachnovelle: Conto
de Xadrez" e deu início à obra "O Mundo de Ontem",
um trabalho autobiográfico com uma descrição da Europa de antes de
1914.
A Morte
Em 22 de fevereiro de
1942, deprimido com o crescimento da intolerância e do autoritarismo
na Europa e sem esperanças no futuro da humanidade, Zweig escreveu
uma carta de despedida e suicidou-se com a esposa, Lotte, com uma
dose fatal de barbitúricos, na cidade de Petrópolis, no Brasil. A
notícia chocou tanto os brasileiros quanto seus admiradores de todo
mundo. O casal foi sepultado no Cemitério Municipal de Petrópolis,
de acordo com as tradições fúnebres judaicas.
A casa onde o casal cometeu
suicídio é, hoje, um centro cultural dedicado à vida e à obra de
Stefan Zweig.
Em
uma nota de despedida, Zweig escreveu:
“Cada dia eu
aprendi a amar mais este país e não gostaria de ter que reconstruir
minha vida em outro lugar depois que o mundo da minha própria língua
se afundou e se perdeu para mim, e minha pátria espiritual, a
Europa, destruiu a si própria.
Mas para começar tudo de novo, um homem de 60 anos precisa de poderes especiais e meu próprio poder desgastou-se após anos vagando sem um assento. Por isso, prefiro terminar a minha vida no momento certo, como um homem cuja obra cultural foi sempre a mais pura de suas alegrias e também a sua liberdade pessoal – a mais preciosa fruição neste mundo.
Deixo saudações a todos os meus amigos: talvez vivam para ver o nascer do sol depois desta longa noite. Eu, mais impaciente, vou embora antes deles. - Stefan Zweig, 1942.”
Obras Literárias.
A filosofia de Hippolyte Taine (Tese de Doutorado) 1904
O Amor de Erika Ewald (Contos) 1904
As Primeiras Grinaldas (Poemas) 1906
Tersites (drama teatral em três atos) 1907
Emile Verhaeren 1910
Segredo Queimado 1911
Primeira experiência. Quatro histórias de mundo infantil 1911
A casa junto ao mar. Um drama em duas partes (Em três atos) 1912
O comediante se virou. Um jogo do rococó alemão 1913
Jeremias - Poema dramático em nove cenas 1917
Memórias de Emile Verhaeren 1917
O Coração da Europa - Uma visita à Cruz Vermelha de Genebra 1918
Lenda de uma vida (Drama teatral em três atos) 1919
Viagens - Paisagens e cidades1919
Três mestres: Balzac - Dickens – Dostoiévski 1920
Marceline Desbordes-Valmore, A imagem de um poeta vivo 1920
Romain Rolland. O homem e a obra' 1921
Carta de uma desconhecida 1922
Amok. Histórias de paixão 1922
Os olhos do irmão eterno. Uma lenda 1922
Frans Masereel (com Arthur Holitscher) 1923
Os poemas reunidos 1924
A monotonia do mundo (Ensaio)1925
Ansiedade 1925
A batalha com o demônio, Hölderlin - Kleist – Nietzsche 1925
Ben Johnson ‘Volpone’. Uma comédia sem amor em três atos (Livremente editado por Stefan Zweig. Com seis pinturas de Aubrey Beardsley) 1926
O fugitivo. Episódio do Lago Genebra 1927
Adeus a Rilke. Um discurso 1927
A confusão de emoções. Três novelas (Vinte e Quatro Horas na Vida de Uma Mulher, O Naufrágio de um Coração e A Confusão de Sentimentos) 1927
Grandes momentos da humanidade. Cinco miniaturas históricas 1927
Três poetas de sua vida. Casanova - Stendhal – Tolstoi 1928
Rachel pede a Deus 1928
Joseph Fouché. Retrato de uma pessoa política 1929
O cordeiro do pobre. Tragicomédia em três atos 1929
A cura através do Espírito. Mesmer - Mary Baker Eddy e Freud 1931
Maria Antonieta. Retrato de um personagem central 1932
Triunfo e Tragédia de Erasmo de Rotterdam 1934
A Mulher Silenciosa. Ópera cômica em três atos 1935
Mary Stuart 1935
24 horas na vida de uma mulher 1935
Pequenas Histórias Selecionadas – ‘A cadeia’ e ‘Caleidoscópio’ 1936
Castellio ou Contra Calvino. Uma consciência contra a violência 1936
O candelabro enterrado 1937
Encontros com pessoas, livros e cidades 1937
Fernão de Magalhães. O homem e sua ação (Biografia) 1938
Cuidado da Piedade 1939
Brasil, País do Futuro (Ensaio) 1941
Tempo e lugar. Ensaios e Palestras selecionados – 1904-1940 (1943)
O Mundo que Eu Vi - Memórias de um Europeu 1942
Amerigo. A história de um erro histórico 1944
Lendas de Estocolmo 1945
Balzac. Romance de sua vida 1946
Fragmentos de um romance 1961
Ruído da transformação 1982
Cordas de prata (Poemas) 1901
Zweig escreveu também uma espécie de autobiografia, intitulada O Mundo Que Eu Vi (Die Welt von Gestern), na qual relata episódios de sua vida tendo como base os contextos históricos do período em que viveu (como, por exemplo, a Monarquia Austro-Húngara e a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais).
No cinema
Seu conto foi adaptado para o cinema no filme A Coleção Invisível lançado em 2012 nos festivais e 2013 nos cinemas.
O filme O Grande Hotel Budapeste (2014) foi inspirado em seus trabalhos.
O filme Stefan Zweig - Adeus, Europa estreou em junho de 2016 na Alemanha e retrata a fuga de Stefan Zweig da Europa em guerra. Embora traduzido como "Adeus, Europa" em português e o equivalente "Farewell to Europe" em inglês, o título original "Vor der Morgenröte" (em alemão) significa "Antes do Amanhecer". O filme foi dirigido por Maria Schrader e é estrelado por Josef Hader no papel de Stefan Zweig.
O filme Schachnovelle de Philipp Stölzl, lançado em 2021
Há um filme e um documentário sobre Zweig, ambos dirigidos por Sylvio Back, intitulado Lost Zweig. Quem interpreta Zweig é o ator Rüdiger Vogler, e sua esposa Lotte é representada por Ruth Rieser.
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