sexta-feira, 23 de abril de 2021
Sobreviventes enlutados por suicídio: Cuidados e intervenções - Karina Okajima Fukumitsu
Segundo a Organização das Nações Unidas, a cada 40 segundos uma pessoa se suicida no planeta. São quase 800 mil casos de morte autoinfligida por ano. Esses dados alarmantes têm chamado a atenção de profissionais de saúde, educadores e responsáveis pela elaboração de políticas públicas. Porém, além de prevenir esse tipo de ocorrência, é preciso cuidar daqueles que enfrentam o suicídio de um ente querido: os sobreviventes. Maior especialista brasileira no tema, Karina Okajima Fukumitsu reúne neste livro anos de pesquisa e de trabalho de campo com mães, pais, irmãos e amigos de pessoas que se suicidaram, desvendando o processo de choque, dor, agonia e tristeza pelo qual passam. Denominando posvenção o cuidado específico com esse público, a autora aborda os impactos do suicídio, detalha as dificuldades emocionais enfrentadas pelos sobreviventes, aponta caminhos para ressignificar a dor, apresenta propostas de prevenção e propõe políticas públicas para transformar a impotência individual em potência coletiva.
Sobre a Autora
Karina Okajima Fukumitsu é psicóloga, Gestalt-terapeuta e psicopedagoga. Doutora e pós-doutora em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), é mestre em Psicologia Clínica pela Michigan School of Professional Psychology (EUA). Coordena a Pós-Graduação em Suicidologia: Prevenção e Posvenção, Processos Autodestrutivos e Luto , da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) , e o Programa RAISE: Ressignificações e Acolhimento Integrativos do Sofrimento Existencial. É ainda cocoordenadora da Pós- Graduação Abordagem Clínica e Institucional em Gestalt-terapia da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul) . E vários outros projetos do genero.
domingo, 18 de abril de 2021
Comentando Sobre o filme "O Protocolo de Auschwitz"
Senta que lá vem história!
O protocolo de Auschwitz, é um filme com cenas fortes, tenso e triste. Em pensar só conhecemos que uma pequena parte das histórias vividas naquele lugar horrendo. Mais de setenta anos passaram-se, e ainda surge relatos nunca antes visto. Se aquele lugar falasse o mundo choraria, não só os envolvidos e sobreviventes, mas todas as pessoas. Precisamos de histórias como essa para sempre nos lembra que o Holocausto aconteceu sim, foi real. Para um futuro próximo, ou não, impedirmos que as histórias volte a repetir. Precisamos lembrar das milhares de pessoas que pagaram essa conta.
Sinopse:
Baseada na história real de Freddy e Walter, o filme apresenta a árdua saga de dois jovens judeus eslovacos que são deportados para Auschwitz em 1942.
"Em 10 de abril de 1944, após um planejamento meticuloso e com a ajuda e a resiliência de seus internos, eles conseguiram escapar. Enquanto os presos, que eles haviam deixado para trás, corajosamente mantiveram sua posição contra os oficiais nazistas, os dois homens são movidos pela esperança de que suas evidências possam salvar vidas. Emaciados e feridos, eles voltam pelas montanhas para a Eslováquia. Com a ajuda de encontros casuais, eles finalmente conseguem cruzar a fronteira e encontrar a resistência e a Cruz Vermelha. Eles compilam um relatório detalhado sobre o genocídio sistemático no campo. No entanto, com a propaganda nazista e ligações internacionais ainda em vigor, seu relato parece ser muito angustiante para acreditar", diz os chefões da Cruz Vermelha.
Comentando sobre
O Clímax final (depois de todo os horrores), fica nos minutos finais quando vemos esses dois homens (muito bem interpretados por Noel Czuczor e Peter Ondrejicka) praticamente em um processo de convencer pessoas do que está acontecendo em Auschwitz -- edindo, inclusive, para simplesmente bombardear o local e cortar o mal pela raiz. É doloroso, uma coisa impensável, só quem passou anos e anos de torturas iria pensar - suponho.
São personagens buscando desesperadamente por uma saída para viver. Para sobreviver. Não tem como sentir aquela dor, perceber como muitas vidas poderiam ter sido poupadas com um grande líder mundial, ou alguém com poder, por trás.
E a cereja do bolo estão nos créditos, quase como numa cena pós-crédito, quando Bebjak coloca falas de políticos e líderes mundiais com falas que praticamente reproduzem o que era dito naquela época de Auschwitz ou que negam o Holocausto. É um momento forte, quando o filme expõe um ciclo histórico.
O Protocolo de Auschwitz, é um filme que basicamente existe por conta do seu final. Todo ele é pensado, criado e dirigido para aquele baque nos últimos vinte minutos, ganhando ainda mais projeção nos créditos. Como diz uma frase inicial do longa-metragem, "tão importante hoje em dia, precisamos saber mais sobre a nossa História, nosso passado, para não repetir os mesmos erros".
domingo, 11 de abril de 2021
O ICKABOG : O mais novo livro da escritora J. K. Rowling
J.K. Rowling estava afastada das redes sociais, mas voltou durante a pandemia do novo coronavírus para divulgar "O Ickabog", seu novo livro infantil. Como parte do projeto, Rowling convidou crianças de todo o mundo para ilustrar capítulos da trama, que até tem um certo charme, mas não tem a força para se tornar um novo universo fantástico.
Longe de ser para o público mais adolescente, O Ickabog é, de fato, um livro infantil, que mostra como um reino lida com a lenda do monstro do título, que seria uma grande ameaça à paz e alegria vividas pelos habitantes daquele lugar. A história é boba, mas tem seus atrativos. É muito interessante terminar de ler um capítulo e ver as ilustrações, que revelam como cada criança imaginou o que foi narrado, e no geral ver também as camadas que Rowling conseguiu acrescentar em uma trama aparentemente simples.
Ao falar sobre um rei orgulhoso, que tenta ser bondoso, mas deixa seu ego falar mais alto, a autora toca em pontos como corrupção, governos que se baseiam no medo, impostos, e até, veja só, como fake news podem transformar uma história inventada em uma completa verdade aos olhos do povo. Claro, tudo isso é mostrado com um véu de fantasia por cima, mas é o tipo de leitura que pode gerar dúvidas interessantes na cabeça das crianças (e que, provavelmente, os pais precisarão responder). Curiosamente, a autora também toca de forma rápida no assunto de identidade de gênero, sobre o qual causou polêmica no Twitter. Ao ser questionado se era macho ou fêmea, o Ickabog indica que tem um gênero neutro.
Apesar de todos esses pontos, O Ickabog tem um ritmo lento para um público mais adulto. Isso porque os temas citados acima são colocados na trama em doses homeopáticas: são quase 300 páginas de uma história que não tem pressa para seguir e se explicar. Tudo caminha lentamente neste mundo, o que faz do livro uma boa pedida para as crianças embarcarem aos poucos.
Rowling floreia sua escrita com descrições, mas elas são rasas. É como se a autora conhecesse o mundo sobre o qual está falando, mas nunca tivesse realmente entrado dentro dele.
Como dito acima, O Ickabog tem seu charme e pode se mostrar uma leitura divertida para ser absorvida aos poucos.
domingo, 4 de abril de 2021
O Garoto que Seguiu o Pai para Auschwitz - Jeremy Dronfield
Em 1939, Gustav Kleinmann, um estofador judeu, e seu filho, Fritz, são capturados pelos nazistas em Viena e enviados a Buchenwald, na Alemanha. Esse é o início de uma história real, comovente, em que seus protagonistas serão vítimas dos maus-tratos mais cruéis, em busca da sobrevivência.
Quando Gustav recebe a notícia de que será transferido para Auschwitz, na Polônia, Fritz fará o possível para não se separar do pai. Frente ao horror cotidiano de que são testemunhas, só uma força os manterá vivos: o amor entre eles. Com base no diário secreto de Gustav e em uma meticulosa pesquisa documental, O garoto que seguiu o pai para Auschwitz é uma história de lealdade e luta.
"Uma história extraordinária." – The Times
Sobre o Autor
Jeremy Dronfield nasceu no País de Gales. Doutorado em Arqueologia, em Cambridge, é biógrafo, historiador e romancista. O seu primeiro romance, The Locust Farm, esteve na shortlist do Prémio John Creasey Memorial para primeiras obras de policial.