domingo, 19 de janeiro de 2020

Morre Christopher Tolkien, filho do criador de ‘O Senhor dos Anéis’, J. R. R. Tolkien



O primeiro leitor de O Hobbit morreu dia 16, na França aos 95 anos. filho do escritor de fantasia J.R.R Tolkien, criador de obras imortais como O Senhor dos Anéis (1954) e O Silmarillion (1977) que revolucionaram o gênero e deixaram uma marca inesquecível na cultura popular.

Responsável pela herança e guardião das essências da Terra Média criada por seu pai, Christopher Tolkien desempenhou um papel muito ativo na difusão das criações dele e atuou como editor de grande parte de sua obra após sua morte, em 1973 “Sabiamente, comecei com um mapa”, dissera J.R.R. Tolkien em mais de uma ocasião para se referir à complexidade do mundo que havia criado em suas obras, a maioria delas situada na Terra Média, um universo habitado por orcs, elfos, anões e outros seres cuja visão acabou por prevalecer sobre todos os outros. Pois bem, seu filho atuou como cartógrafo (muitas vezes literalmente) dessa vasta terra, esclarecendo aspectos, reunindo escritos e expandindo a imaginação do pai.


O que a morte de Christopher Tolkien significa para franquia O Senhor dos Anéis?

No entanto, além de ser da família de um dos maiores contadores de história do mundo, Christopher também era conhecido por “proteger” a obra de seu pai e barrar diversas tentativas de adaptações. Por isso, com a triste notícia de sua morte, é possível que os personagens da Terra Média apareçam cada vez mais no cinema, TV, etc.

Entre os quatro filhos de Tolkien, ele era um dos que tinha maior conhecido sobre os escritos do pai. Por conta disso, apesar de não ser o mais velho, ele foi escolhido por Tolkien para cuidar da obra após sua morte. O autor não gostava da ideia de ter sua história adaptada aos cinemas, mas, mesmo assim, vendeu os direitos de adaptação de O Senhor dos Anéis e O Hobbit no final da década de 60. Isso levou à trilogia feita por Peter Jackson, publicamente criticada por Christopher Tolkien. Para ele, os longas deixaram de lado a essência da obra de seu pai para agradar adolescentes, focando mais na ação e deixando de lado o “impacto filosófico” dos livros. Tais declarações fizeram muitos fãs da trilogia não gostarem de Christopher e o “culparem” por não ter outras obras do mesmo universo nas telas, como, por exemplo, uma adaptação de O Silmarillion.

Até 2017, Christopher Tolkien editou livros do pai e fazia parte do Tolkien Estate, que tem os direitos de adaptação da Primeira Era da Terra Média (incluindo O Silmarillion). Ele deixou o posto no mesmo ano em que a Amazon anunciou a série de TV sobre a Segunda Era, já indicando uma abertura maior para adaptações. Ainda assim, a empresa precisou atender certas exigências para levar a história para as telas. A Amazon não pode, por exemplo, alterar momentos-chave da Segunda Era, como invasão de Sauron a Eriador, sua ida para Númenor e como ele corrompeu aqueles que viviam lá. Isso mostra que, mesmo não estando à frente dos negócios, a presença de Christopher inibia que a obra de Tolkien fosse adaptada sem um grande cuidado.


Fonte: El País, Omelete.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ola pessoal, espero por suas opniões.
comentem!