Em novo filme, cineasta provoca a reflexão.
Bling Ring – A Gangue de Hollywood, seu quinto 
longa-metragem, não traz personagens tão marcantes quanto seus longas 
anteriores, mas extremamente representativos de uma geração. No fim das 
contas, seu novo filme funciona melhor como proposta para reflexões 
sobre a sociedade atual do que pelas propostas cinematográficas. O que 
não tira seu valor, muito pelo contrário. 
Trata-se de
 uma história real, tendo como base um artigo de Nancy Jo Sales, 
publicado na revista ‘Vanity Fair’. A ação começa quando o quieto Marc 
(o desconhecido Israel Broussard) se muda para Los Angeles. Hostilizado 
gratuitamente pelos outros alunos, encontra em Rebecca (Katie Chang, 
também desconhecida) sua única companheira no novo ambiente escolar. Mas
 ela tem um hobby pouco ortodoxo: gosta de entrar em casas de 
celebridades que moram nas luxuosas casas de Hollywood. Ela fuça, abre 
armários, deita na cama, age se aquela fosse sua própria vida. Marc a 
acompanha não por ter a mesma necessidade, mas para se sentir 
pertencente a um grupo, ter uma vida social, amigos, essas coisas que 
todo mundo gosta, sabe? 
A impressão que tive ao 
assistir a ‘Bling Ring – A Gangue de Hollywood’ foi que Sofia quis fazer
 um filme tão superficial quanto seus personagens. Sua câmera parece ser
 fascinada pelas joias, roupas de grifes, sapatos, maços de dinheiro, 
casarões e a vida dos famosos, assim como seus personagens. A história é
 a seguinte: um grupo de jovens entediados que vivem em Los Angeles 
resolvem invadir as pouco monitoradas casas dos famosos para roubar – 
sempre se informando sobre onde eles estão nos sites que noticiam cada 
detalhe da vida dos famosos.
Mas, mais do que assaltar
 as casas, eles se sentem como se vivessem a vida dos famosos que 
assaltam. Curtem o ‘cômodo-balada’ de Paris Hilton – e voltam à casa 
dela para curtirem e explorarem mais seu closet -, admiram os vestidos 
de Lindsay Lohan, tiram fotos para as redes sociais e, claro, esbanjam 
em boates da capital do cinema norte-americano. Ao aproximar o olhar 
sobre esse grupo de jovens ladrões, ‘Bling Ring – A Gangue de Hollywood’
 expõe o vazio de toda uma geração, que ama ostentar os frutos de seus 
roubos nas redes sociais e tem fascinação por celebridades. Existe uma 
superexposição não somente dos atores e atrizes de Hollywood, mas também
 dos personagens anônimos de ‘Bling Ring – A Gangue de Hollywood’.
Muito
 se fala da presença de Emma Watson no filme, coisas que uma série de 
sucesso como ‘Harry Potter’ no currículo fazem com um ator. Ela 
interpreta, de fato, uma das personagens mais interessantes: uma menina 
que não frequenta a escola e é educada pela mãe tendo como base 
preceitos do livro ‘O Segredo’. Não podia sair coisa boa daí. Cínica, 
passa a aplicar os ‘ensinamentos’ da obra em seus depoimentos à polícia e
 imprensa.
Em uma cena, uma das personagens conta que 
vai ficar ‘catando lixo o resto da vida’, punição após ter sido flagrada
 batendo um carro, o qual dirigia alcoolizada. Sentenciada, ela acaba se
 sentindo como as celebridades que admira nos tabloides. Afinal, se os 
famosos nos quais ela se espelha também estão sendo presos e julgados 
por crimes, cometê-los coloca esses personagens no mesmo patamar dos 
jovens que estão sempre sob os holofotes. 
‘Bling Ring
 – A Gangue de Hollywood’ se aproxima dos outros filmes do Sofia 
exatamente nesse vazio de seus ‘heróis’. O tédio de Maria Antonieta não é
 completamente do tédio destes personagens, que, sem valores morais 
definidos, assaltam como se fosse algo comum. É essa a geração que 
cresce nas ruas de Los Angeles, em meio a celebridades tão vazias quanto
 os próprios jovens. Não somente em Los Angeles, mas em qualquer grande 
cidade, como na casa vizinha à sua. Ou mesmo na sua.
fonte: msn.com.br

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