Imagine uma série que mistura Lost com O Senhor das Moscas. Então, é dessa forma que The Society pode ser descrita. A série nova que a Netflix está estreando nessa semana traz, por trás de sua cara de produção teen, uma discussão sobre moralidade que é bem interessante.
Para quem não conhece a história desse livro, que já foi adaptado duas vezes para o cinema, presta atenção: Depois de um acidente de avião, um grupo de estudantes chega a uma ilha. Eles acabam se dividindo em dois grupos. Enquanto um é organizado, o outro recorre à selvageria e usa o medo do desconhecido para controlar os outros.
Em The Society, a premissa é praticamente a mesma. Um grupo de jovens sai para viajar, e quando volta, descobre que os adultos desapareceram da cidade. E as coisas ainda pioram. A partir do momento em que entraram na cidade, não conseguem mais sair.
A partir daí, em um primeiro momento todo mundo aproveita a liberdade proporcionada pela falta da supervisão dos adultos. Só que, com o passar do tempo, eles vão ficando desesperados, e isso vai mexendo com o emocional deles. Por outro lado, também mexe com a própria noção de moralidade, justiça, democracia… Enfim, entre outras coisas que a gente sabe que existem em uma sociedade comum.
The Society, então, tem a sua dose de distopia futurista, aliada a um drama político e sentimental. Além, como fica óbvio, de proporcionar também um baita exame existencial. Assistindo aos dez episódios da série, a gente percebe que, mesmo com os problemas típicos de nossa sociedade, é importante mantê-la. Isso porque, na falta de uma organização bem definida, o caos e a barbárie acabam sempre predominando.
The Society série com grandes ambições
É uma série ambiciosa, sem dúvida. A história que ela apresenta aqui nessa primeira temporada deixa mesmo um espaço para uma segunda, terceira, quarta temporada, e assim por diante. Só que de nada ia adiantar se não tivesse um elenco de primeira. Boa parte da história gira em torno de Allie, que é interpretada por Kathryn Newton, uma garota que vivia na sombra de sua irmã até perceber que precisa se virar por conta própria. Ela segura bem as pontas mostrando todas as nuances que sua personagem precisa.
Mas não só ela tem seus momentos. The Society permite que os coadjuvantes também brilhem. Destaque para o atleta Grizz, papel de Jack Mulhern, que tem ótimas cenas dramáticas que precisam mesmo ser citadas. Também dá pra citar a personagem Becca, interpretada por Gideon Adlon, que se revela mais complexa do que parece no decorrer da série, e que tem uma boa amizade com Sam, interpretado por Sean Berdy, que é seu melhor amigo, e apesar de ser surdo e gay, se oferece para ajudar quando ela mais precisa.
Em suma: The Society é uma série interessante, que prende a atenção de uma forma intensa e que, no fim, deixa a gente intrigado. Para uma série teen, é bem interessante.
Fonte: Maze
Você também poderá: Viajando pelas Série #013 - Diablero.