domingo, 23 de novembro de 2025

Duas coroas retorcidas (O pastor rei - livro 2) - Rachel Gillig


NESTA CONCLUSÃO INICIADA POR "UMA JANELA SOMBRIA", ELSPETH DEVE ENFRENTAR AS CONSEQUÊNCIAS DE SUAS AÇÕES ENQUANTO ELA E RAVYN EMBARCAM EM UMA PERIGOSA BUSCA PARA SALVAR O REINO.

O reino de Blunder, dominado por uma magia sombria e um rei tirano, está em perigo. Elspeth e Ravyn conseguiram reunir a maior parte das doze Cartas da Providência, porém ainda falta a última — e mais importante delas, a Carta dos Anciões Gêmeos. O problema é que ninguém nunca a viu.

Para encontrar a última carta e salvar o reino em tempo hábil, eles precisarão viajar por meio da bruma e enfrentar perigos nunca antes vistos. O único que pode salvá-los de si mesmos é o monstro que habita a cabeça de Elspeth, o Pesadelo. E ele está ansioso para se libertar.

Uma história de vingança, delicadeza e força.

domingo, 16 de novembro de 2025

Laços de sangue - Jo Nesbø


Romance policial que explora com intensidade as zonas cinzentas da moralidade humana, conduzindo o leitor por uma trama onde culpa, lealdade e violência se entrelaçam.

A obra desenvolve a tensão típica do autor: crimes brutais que servem como porta de entrada para conflitos muito mais profundos. Nesbø utiliza cada assassinato, pista ou reviravolta como uma maneira de questionar quem somos quando somos levados ao limite. Em Laços de Sangue, isso aparece sobretudo na forma como o passado retorna para assombrar os personagens, revelando que ninguém está verdadeiramente livre de suas escolhas — nem mesmo o herói aparentemente mais competente.

A atmosfera é densa, marcada por descrições sombrias e um ritmo que oscila entre silêncio perturbador e explosões de ação. A relação entre personagens — sejam parceiros de trabalho, criminosos ou vítimas — é sempre mais complexa do que o esperado. O título se justifica não apenas pelos vínculos familiares literais, mas pelos elos invisíveis de responsabilidade e obsessão que puxam cada figura para dentro da teia central da trama.

Nesbø também utiliza o cenário como ampliação do drama humano: cidades frias, ruas enevoadas e ambientes tensos servem de metáfora para a própria solidão moral dos envolvidos. Harry Hole, como sempre, funciona como o espelho quebrado da história. Suas fragilidades — alcoolismo, culpa, impulsividade — contrastam com sua capacidade quase sobrenatural de enxergar padrões que ninguém mais vê. Isso cria um herói que nunca é idealizado, apenas profundamente humano.

Ao longo da obra, o suspense cresce de forma orgânica, construído peça por peça, enquanto o autor joga com a expectativa do leitor. Nada é óbvio. As motivações dos personagens — tanto os que buscam justiça quanto os que fogem dela — são reveladas lentamente, sempre com camadas adicionais que ampliam o impacto emocional.

No fim, Laços de Sangue não é apenas sobre desvendar um crime: é sobre compreender até onde os laços — familiares, psicológicos ou traumáticos — podem nos levar. Jo Nesbø cria um retrato contundente da violência que nasce das relações humanas e da fragilidade que conecta cada personagem ao outro, mesmo quando eles tentam desesperadamente se afastar. É um livro que fica reverberando na mente, tanto pela tensão quanto pelos questionamentos que provoca.

domingo, 9 de novembro de 2025

A depressão é uma borboleta azul - Sabrine Cantele


Sabrine mergulha em um turbilhão de emoções poéticas que exploram o labirinto da mente em busca de luz. Neste livro, a autora tece palavras como fios de esperança, revelando as aflições do mal do século, mas também a força inabalável da resiliência. Através de versos delicados, a obra conduz o leitor por uma jornada íntima de dor e superação, oferecendo conforto e inspiração para aqueles que enfrentam adversidades. Do abismo à ascensão, cada poema é um lembrete de que, mesmo nas sombras, há uma borboleta azul esperando para desabrochar. Com uma linguagem cativante e profunda, este livro é um farol para os que navegam pelas águas turbulentas da depressão, lembrando-os de que a luz sempre encontra um caminho.

domingo, 2 de novembro de 2025

Cine Pipoca #032


Olá pensadores e cinéfilo de plantão, selecionei alguns dos melhores longas que estão em cartaz nos cinemas. Vamos ver!


Quinze anos após os eventos de Tron: Legacy, as corporações ENCOM e Dillinger Systems disputam uma descoberta chamada “código da permanência”, que permitiria que programas digitais existissem de forma duradoura no mundo real. Ares, um programa-soldado altamente avançado criado pela Dillinger Systems, é enviado ao mundo humano para capturar esse código. Mas, ao entrar no mundo real, Ares começa a questionar sua programação e a desenvolver consciência própria.


Uma professora universitária se vê em uma encruzilhada ética e profissional quando uma das alunas acusa um colega professor de agressão sexual. Ao mesmo tempo, um segredo seu do passado ameaça vir à tona, colocando à prova seus valores, lealdades e convicções.



Num futuro distante, num planeta remoto, um jovem Predador é banido por seu clã. Ele encontra uma aliada inesperada, Thia, e juntos embarcam numa jornada perigosa para se proteger, melhorar suas habilidades, e confrontar um adversário à altura — em meio a uma terra onde todos estão prontos para matá-los.


Criado entre galinhas, Pena Dourada é uma águia que acredita não saber voar. Mas, junto de sua irmã Catraca, ele embarca em uma aventura até Bird City, onde irá explorar o mistério de seu nascimento. Lá, descobre familiares e verdades ocultas sobre sua origem, enquanto se vê diante de uma batalha histórica entre águias e galinhas. Para Pena Dourada, o futuro reserva escolhas que mudarão seu destino para sempre.


Totto-chan, uma menina de 7 anos, é expulsa de sua escola tradicional por ser considerada “problemática”. Ela então ingressa na Tomoe Gakuen, uma escola de métodos pouco convencionais, onde crianças têm mais autonomia e liberdade. No Japão, pouco antes da Segunda Guerra Mundial, Totto-chan vive essa nova experiência e aprende sobre empatia, responsabilidade e amizade — especialmente através do vínculo com um colega com poliomielite.

Você pode gostar de: Cine Pipoca 031.

domingo, 26 de outubro de 2025

O peso do pássaro morto - Aline Bei.


Romance de estreia de Aline Bei, O peso do pássaro morto narra a história de uma mulher dos 8 aos 52 anos — uma vida marcada por renúncias, perdas, traumas e sofrimentos. Esta nova edição inclui posfácio inédito de Marcelino Freire.

A protagonista deste livro não tem nome. Aos oito anos, ela tem um corpo que brinca, sonha e ama. Tem pais que se preocupam com ela. Tem uma melhor amiga com quem se diverte durante os intervalos da escola. Tem como vizinhos uma senhora querida que cozinha o melhor pudim do mundo e um enigmático benzedeiro de óculos escuros que cura tudo em um passe de mágica. Tem, sobretudo, um futuro repleto de possibilidades pela frente.
Porém, uma série de acontecimentos lhe ensina muito cedo sua falta de controle diante da imprevisibilidade da morte. Brutais e implacáveis, essas perdas logo passam a fazer parte de quem ela é. Anos mais tarde, com as cicatrizes dos traumas de infância inscritas no corpo, a protagonista é vítima de uma violência que mais uma vez a mudará para sempre. Em meio a muitas dores, mas também a pequenos momentos de delicadeza, essa mulher amadurece tentando entender seu lugar em um mundo — que parece relembrá-la, em igual medida, de sua fragilidade e de sua força.

Publicado pela primeira vez em 2017, O peso do pássaro morto se tornou um dos maiores fenômenos da literatura contemporânea, e se destaca por seu estilo híbrido entre a prosa e a poesia. Nessa estreia arrebatadora, Aline Bei faz uma investigação universal da existência humana, de nossa busca por afeto e de como os nossos sofrimentos — nem sempre nomeáveis — nos tornam quem somos.

"Nesta obra, todos aqueles que, em suas solidões, temem a morte, encontrarão o que há de mais indelével na existência: perceber-se humano ao sentir o peso que o outro suporta. Uma escrita que nos permite experienciar diversas maneiras de se findar — como um ensaio, como a pele que testa a quentura da água — pela escolha de continuar lendo, e sentindo, a beleza de chorar as dores de uma personagem. Aline Bei, aqui, nos entrega seu legado." — Jarid Arraes

"O peso do pássaro morto é um marco da ficção contemporânea brasileira. Aline Bei constrói a leveza e o peso de viver por meio de uma linguagem exuberante. Uma narrativa magistral sobre a perda, a solidão e a passagem do tempo." — Jeferson Tenório.

domingo, 19 de outubro de 2025

Círculo dos dias - Ken Follett


 

O livro Círculo dos Dias, de Ken Follett, é uma das obras mais recentes do autor e marca uma nova incursão na ficção histórica, explorando a origem da civilização humana e a força das ideias que moldam o mundo. Ambientado num passado distante, inspirado pelos mistérios que cercam monumentos como Stonehenge, o romance acompanha personagens que vivem num tempo em que fé, natureza e sobrevivência se misturam de forma inseparável. Follett constrói uma narrativa envolvente, que combina drama humano, conflito social e a eterna busca pelo sentido da existência.


A história gira em torno de Joia, uma sacerdotisa que tem visões sobre a construção de um círculo de pedras capaz de unir seu povo e simbolizar a ligação entre os homens e o divino. Essa visão, porém, exige mais do que inspiração: demanda trabalho coletivo, superação de medos e resistência diante da adversidade. Ao seu redor, outros personagens ganham destaque, como Seft, um mineiro determinado que viaja pela Grande Planície em busca de Neen, sua amada e irmã de Joia. A trajetória de Seft o coloca diante de um dilema entre o amor e o dever, entre o mundo prático e o espiritual.


Follett constrói esses personagens como representações das forças que movem a humanidade: o sonho e o esforço, a fé e o conflito, a emoção e a razão. Joia é o símbolo da inspiração e da crença na transcendência, enquanto Seft representa o homem comum, aquele que transforma a visão em realidade através do trabalho e da coragem. Essa oposição cria um equilíbrio narrativo que reflete a própria natureza humana — dividida entre a vontade de criar algo eterno e a necessidade de sobreviver ao presente.


O contexto da obra é marcado por escassez, seca e tensões entre comunidades com modos de vida diferentes: pastores, agricultores e habitantes das florestas. Essas diferenças culturais e econômicas tornam a convivência difícil e levantam questões sobre o poder, a liderança e a cooperação. O sonho de Joia de construir o círculo de pedras torna-se um espelho para os desafios humanos de viver em sociedade — a dificuldade de unir o coletivo em torno de um ideal comum, o medo da mudança e o conflito entre tradição e inovação.


A seca, elemento constante no enredo, funciona quase como um personagem: é a força da natureza que põe à prova a fé das pessoas, expõe suas limitações e obriga-as a escolher entre a esperança e o desespero. Follett usa o clima como metáfora para os tempos de crise — sejam eles antigos ou contemporâneos — mostrando que os grandes feitos da humanidade nascem justamente da adversidade. É quando tudo parece ruir que surge a necessidade de criar, acreditar e construir.


Ao longo do livro, o leitor é levado a refletir sobre a essência da civilização. O monumento sonhado por Joia não é apenas uma construção física, mas uma tentativa de eternizar o espírito humano, de deixar uma marca que ultrapasse o tempo e a morte. Follett sugere que o impulso de erguer monumentos e de contar histórias é o que define o ser humano — a busca por significado e por permanência. O círculo de pedras, nesse sentido, é tanto símbolo de fé quanto de identidade: representa o início da consciência de que, juntos, os homens podem construir algo que dure para sempre.


Ken Follett demonstra mais uma vez sua maestria em unir narrativa envolvente e profundidade histórica. Assim como em obras como Os Pilares da Terra, ele mostra que o progresso humano nasce do entrelaçamento entre sonho e esforço, entre inspiração e suor. Círculo dos Dias é uma celebração da imaginação, mas também um lembrete do preço que se paga por transformar ideias em realidade. O autor parece nos dizer que cada avanço da humanidade — seja uma catedral, um monumento ou uma simples pedra erguida em homenagem ao sol — é resultado de fé, sacrifício e da capacidade de sonhar coletivamente.


Mais do que uma história sobre o passado, o romance reflete o presente. As divisões entre povos, as mudanças climáticas e os desafios da convivência continuam a nos acompanhar. Assim, o livro de Follett se transforma em um espelho da condição humana: o círculo de pedras de Joia é, simbolicamente, o círculo dos dias que se repetem, das esperanças que renascem e dos sonhos que nos mantêm de pé. Em última instância, Círculo dos Dias é uma homenagem à força que nos faz construir, acreditar e continuar, mesmo quando tudo ao redor parece desabar.

domingo, 12 de outubro de 2025

As gêmeas de Auschwitz - Eva Mozes Kor


Em 1942, as gêmeas Eva e Miriam, duas judias romenas, foram levadas aos campos de concentração. Com apenas dez anos de idade as duas foram separadas dos pais e irmãos, que foram assassinados nas câmaras de gás, e entregues ao médico nazista Josef Mengele, conhecido como o “Anjo da Morte”, responsável por realizar experimentos cruéis em gêmeos. Também conhecido como 'o terror de Auschwitz'. 

Em seu relato, Eva descreve com detalhes o sofrimento físico e psicológico que enfrentou dentro do campo. As gêmeas foram submetidas a injeções misteriosas, exames dolorosos e condições desumanas, vivendo sob constante medo de morrer. Apesar de tudo, Eva demonstra uma força impressionante e um profundo instinto de sobrevivência, lutando não apenas pela própria vida, mas também pela de sua irmã. A esperança e a determinação se tornam suas maiores armas diante da crueldade e da perda.

Após a libertação de Auschwitz, em 1945, Eva e Miriam iniciam uma longa jornada para reconstruir suas vidas. O trauma causado pelas experiências no campo de concentração as acompanhou por toda a vida, mas Eva escolheu seguir um caminho inesperado: o do perdão. Décadas depois, ela decidiu perdoar publicamente os nazistas que a haviam torturado, não como um ato de esquecimento ou aceitação, mas como uma forma de libertar-se do ódio e da dor. Esse gesto causou controvérsia, mas também revelou uma mensagem poderosa sobre cura, humanidade e superação.

As Gêmeas de Auschwitz é mais do que um testemunho histórico, é uma lição de vida. O livro mostra o quanto o ser humano é capaz de resistir, mesmo diante da barbárie, e como a resiliência pode transformar a dor em aprendizado. Ao compartilhar sua história, Eva Mozes Kor não apenas preserva a memória do Holocausto, mas também inspira o leitor a refletir sobre a importância do perdão, da empatia e da paz. Sua mensagem final é clara e profunda: mesmo diante do mal extremo, a esperança e a coragem podem prevalecer.

domingo, 28 de setembro de 2025

Alchemised - SenLinYu


Livro de SenLinYu narra a história sombria de uma mulher sem memórias tentando sobreviver em um mundo dominado por necromancia e seres malignos.

Helena Marino é uma prisioneira de guerra ― e também da própria mente. Outrora considerada uma alquimista de futuro promissor, ela viu o mundo ruir e seus poderes se esvaírem quando seus aliados foram brutalmente assassinados. Após um longo e violento conflito, Paladia tem uma nova classe dominante, formada por guildas corruptas e necromantes depravados. Suas criaturas vis e mortas-vivas foram essenciais para a vitória na guerra, e o uso da necromancia se tornou o modus operandi. Os novos governantes mantêm Helena em cativeiro. De acordo com os registros, ela era uma figura de pouca importância na hierarquia. Mas, quando seus carcereiros descobrem que a memória da prisioneira foi alterada, surge a dúvida se o papel dela na Resistência era tão irrelevante quanto se imaginava. Talvez o esquecimento esconda algo poderoso, o gatilho para uma ofensiva derradeira. Para revelar o que as profundezas sombrias de sua memória ocultam, a mulher é enviada ao comando de um dos mais implacáveis necromantes do novo mundo. Aprisionada em meio a ruínas, Helena luta para proteger seu passado perdido e preservar os últimos resquícios de quem foi um dia. Mas o martírio está apenas começando, pois sua prisão e seu captor têm os próprios segredos… E ela terá que desvendá-los. Custe o que custar.

"... A guerra acabou.

O que acha que está protegendo

dentro desse seu cérebro?

Holdfast está morto.

A Chama Eterna foi extinta.

Não há mais ninguém para você salvar.”

domingo, 21 de setembro de 2025

O idiota - Fiódor Dostoiévski - Edição especial


Escrito originalmente em formato de folhetim, O idiota narra as desventuras do jovem epilético príncipe Míchkin. Dotado de uma pureza ímpar e expressando-se com sinceridade, este personagem choca-se com uma Rússia secular e desencantada, distante dos ideais cristãos de generosidade e movida por uma busca incessante por dinheiro e status.

Ao retornar a São Petersburgo após um tratamento médico, Míchkin envolve-se em triângulos amorosos da alta sociedade, centrados na disputa pela atenção de Nastássia Filíppovna, uma beldade multifacetada, muitas vezes interpretada como louca pelos homens que a cortejam. Apesar das boas intenções, a presença do príncipe provoca uma série de conflitos que dinamitam aquele círculo social dependente de aparências.

Em parte romance de ideias, em parte romance de costumes, que trata do nacionalismo russo e de um contexto sócio-histórico específico, a prosa de Dostoiévski reluz, em especial, ao contrapor o idealismo de Míchkin com o niilismo individualista de Ippolit, um rapaz tuberculoso despreocupado com a ética de suas ações.

Este livro oferece a análise severa e complexa que o mestre russo faz de uma sociedade moderna que perdeu seu norte moral ― crítica que se mostra relevante até hoje, no capitalismo tardio. Afinal, que espaço há para as boas ações, a compaixão e a caridade em um mundo onde o dinheiro é a força motriz? As agruras do protagonista representam com agudeza a visão desoladora que Dostoiévski tinha de seu entorno, o que levou o escritor a defender as ideias contidas no romance até o fim de sua vida.

“Nada fica fora do terreno de Dostoiévski (…) Tirando Shakespeare, não existe leitura mais interessante.” ― Virginia Woolf.

domingo, 14 de setembro de 2025

Gulag: Uma história dos campos de prisioneiros soviéticos - Anne Applebaum


A obra, escrita pela jornalista e historiadora Anne Applebaum, é uma das mais abrangentes análises sobre o sistema de repressão e encarceramento que marcou a União Soviética ao longo do século XX. Publicado em 2003, o livro se apoia em extensa pesquisa documental, entrevistas com sobreviventes e uma cuidadosa reconstrução histórica, resultando em uma narrativa que ultrapassa a mera descrição factual e assume um papel de denúncia e reflexão sobre os limites da violência política.

O ponto central da obra está na investigação do Gulag, a rede de campos de trabalhos forçados criada e mantida pelo regime soviético desde Lênin e expandida brutalmente durante o governo de Josef Stálin. Applebaum demonstra que o Gulag não foi um episódio isolado da história soviética, mas um instrumento sistemático de controle social, econômico e político, capaz de moldar a vida de milhões de pessoas, tanto dentro como fora dos campos.

Do ponto de vista analítico, Applebaum constrói sua narrativa a partir de testemunhos humanos. Sobreviventes relatam o cotidiano marcado pela fome, doenças, frio extremo e abusos psicológicos e físicos. Esses relatos, entrelaçados com documentos oficiais, criam uma imagem vívida da vida nos campos e reforçam a dimensão trágica da experiência. Ao dar voz às vítimas, a obra se aproxima de outras grandes investigações históricas sobre sistemas de opressão, como as análises sobre o Holocausto, estabelecendo um diálogo sobre a memória do século XX.

No entanto, a importância do livro não reside apenas na documentação do passado. Applebaum ressalta o silêncio histórico que envolveu o Gulag durante décadas, tanto dentro da União Soviética quanto no Ocidente. O apagamento da memória coletiva, a negação das vítimas e a dificuldade de reconhecer a magnitude da tragédia tornam-se temas centrais da reflexão. Ao recuperar essa história, a autora desafia a complacência e expõe a necessidade de lembrar para não repetir.

Em termos de impacto, Gulag: Uma história dos campos de prisioneiros soviéticos é um marco na historiografia contemporânea por unir rigor acadêmico e narrativa acessível, tornando-se referência para compreender a violência política no século XX. A obra não se limita a um estudo do regime soviético, mas levanta questões universais sobre o poder, a arbitrariedade da lei e a fragilidade da liberdade humana diante de sistemas totalitários.

domingo, 7 de setembro de 2025

Assassinos da lua das flores - David Grann


Escrito pelo jornalista investigativo David Grann, é uma obra que transcende os limites de uma simples narrativa histórica. Publicado originalmente em 2017, ele se insere no campo da não ficção ao reconstruir uma série de crimes que abalaram a comunidade indígena Osage, em Oklahoma, nos anos 1920. Mais do que relatar assassinatos, o autor explora temas universais como ganância, racismo estrutural, colonização e a fragilidade da justiça em sociedades desiguais.

A história gira em torno da tribo Osage, que foram sistematicamente assassinados após a descoberta de petróleo em suas terras. Os indígenas, que até então viviam marginalizados, tornaram-se momentaneamente o povo mais rico per capita do mundo devido às royalties do petróleo. Esse súbito enriquecimento despertou a cobiça de empresários, especuladores e, sobretudo, de indivíduos dispostos a tudo para se apossar de suas riquezas. A narrativa de Grann expõe como uma onda de crimes foi orquestrada contra os Osage, frequentemente com a cumplicidade das autoridades locais.

Nesse contexto, surge o papel do recém-criado FBI. A investigação desses assassinatos marcou um dos primeiros grandes casos da agência, sob a liderança de J. Edgar Hoover. Grann evidencia como a solução parcial dos crimes contribuiu para consolidar a imagem do FBI como uma instituição federal capaz de enfrentar o crime organizado e a corrupção local. Entretanto, o livro não deixa de ressaltar as limitações dessa investigação, pois muitos crimes permaneceram impunes e diversos cúmplices nunca foram julgados.

Do ponto de vista literário, Assassinos da Lua das Flores combina o rigor da pesquisa jornalística com a fluidez de uma narrativa quase romanesca. Grann recorre a documentos oficiais, relatos orais e arquivos históricos para reconstruir a trama, mas escreve com ritmo e tensão dignos de um thriller policial. O resultado é uma obra envolvente e perturbadora, que provoca no leitor tanto indignação moral quanto reflexão crítica.

O grande mérito está em recuperar uma parte esquecida da história norte-americana e dar voz às vítimas indígenas, cuja memória muitas vezes foi silenciada. Ele expõe, de maneira contundente, como a ganância e o preconceito resultaram em uma série de injustiças que ecoam até hoje. Além disso, mostra como a fundação de instituições modernas, como o FBI, está profundamente marcada por conflitos de poder, interesses econômicos e desigualdades sociais.

Em suma, é uma obra que transcende o relato histórico e se torna um espelho da sociedade contemporânea. Ao revelar a violência sofrida pelos Osage, David Grann nos convida a refletir sobre o peso do racismo, da exploração e da impunidade na formação das estruturas de poder. Assim, a dissertação que emerge da leitura do livro é clara: a história não pode ser esquecida, e a justiça só pode ser plena quando se reconhece a dignidade de todos os povos.

domingo, 31 de agosto de 2025

O homem que comprou o tempo - Thiago Nigro


Em O Homem que Comprou o Tempo, Thiago Nigro nos conduz por uma jornada única que entrelaça os mistérios do tempo, o valor do legado e os caminhos para o verdadeiro enriquecimento. Lídia, uma jovem que questiona seu lugar em um mundo moldado pelas expectativas de seu pai, herda um presente enigmático: a Tábua do Tempo. Esse artefato a transporta através do tempo, onde ela descobre as verdades que transcendem eras – a riqueza material é fruto de sabedoria, paciência e da compreensão do tempo como um ativo valioso.

Através de diálogos profundos e cenários históricos, a obra revela lições essenciais sobre como plantar as sementes da prosperidade, equilibrando tradição e inovação. Enriquecimento, aqui, não se trata apenas de acumular bens, mas de dominar o tempo, investir em relacionamentos e construir um legado que perdura. Com requinte narrativo e reflexões poderosas, O Homem que Comprou o Tempo é mais do que uma história de pai e filha – é um convite para entender o valor incalculável do tempo e o caminho para a verdadeira abundância.

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

A Aranha - Eles já estão presos em sua teia - Lars Kepler.


Três anos atrás, a detetive Saga Bauer recebeu um cartão-postal com uma mensagem perturbadora: “Eu tenho uma pistola Makarov vermelho-sangue. Há nove balas brancas no carregador. Uma delas está reservada para Joona Linna. A única pessoa que pode salvá-lo é você.” O tempo passou e a ameaça não se cumpriu, parecendo apenas uma provocação sem sentido. Até agora.Um corpo quase completamente dissolvido é encontrado em um saco, amarrado por cordas, nas cercanias do porto de Kapellskär, no mar Báltico. Uma bala branca também está na cena do crime. Logo a polícia percebe a conexão com a ameaça recebida por Saga, e se sucedem mais cartões-postais, apresentando enigmas que a polícia busca elucidar na tentativa de interromper a série de mortes.
Joona Linna e Saga Bauer tentam desesperadamente identificar o assassino, mas talvez já estejam tão enredados em sua teia que seja impossível impedir que ele faça cada vez mais vítimas.

Em mais um thriller arrebatador, Joona Linna e Saga Bauer trabalham lado a lado para resolver um intricado quebra-cabeças de pistas e salvar as vítimas de um serial killer antes que seja tarde demais.

“Impactante e inesperado, de um jeito que só Lars Kepler consegue.” ― Bookreporter

“Kepler tem um notável senso de crueldade, e sua capacidade de mergulhar na mente de um psicótico é realmente chocante.” ― Time

domingo, 17 de agosto de 2025

Setembro negro - Sandro Veronesi


Quando pensamos na infância, quase sempre vem à mente um tempo de descobertas, alegrias e inocência. Mas o que acontece quando esse paraíso se rompe de repente? É exatamente isso que Sandro Veronesi — vencedor do prestigiado Prêmio Strega — nos entrega em Setembro Negro, um romance sensível, nostálgico e profundamente humano.

A história se passa no verão de 1972, na ensolarada costa da Versilia, na Itália. Nosso guia é Gigio Bellandi, um garoto de doze anos que vive aquele período mágico de primeiras paixões, músicas que marcam, tardes de leitura e a sensação de que o mundo adulto está logo ali, prestes a ser alcançado.

Veronesi descreve esse cenário com maestria: sentimos o cheiro do mar, ouvimos os sons da praia, enxergamos as cores vivas do verão. É um convite a mergulhar numa memória quase universal — quem não guarda lembranças de um verão que parecia eterno?

Mas desde as primeiras páginas há um incômodo no ar. O autor nos deixa perceber, ainda que de forma sutil, que algo irá acontecer. E acontece: um trauma que corta abruptamente essa infância luminosa e deixa marcas para toda a vida de Gigio.

Essa tensão entre a leveza da lembrança e o peso da perda é o que dá ao romance sua força arrebatadora.

O livro não se limita a narrar um evento doloroso. Ele nos mostra como a memória funciona: nebulosa, fragmentada, mas carregada de emoção. Ao revisitar aquele verão, já adulto, Gigio nos faz pensar em nossas próprias perdas e no momento em que, pela primeira vez, sentimos que a vida não é tão segura quanto imaginávamos.

O lirismo de Veronesi transforma lembranças em verdadeiras paisagens sensoriais, fazendo com que cada leitor reviva um pedaço de sua própria juventude.

Indicado para leitores que gostam de narrativas marcadas pela nostalgia e pelo poder transformador da memória.

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

O fim está sempre próximo: momentos apocalípticos, do colapso da Idade do Bronze até ameaças nucleares - Dan Carlin.


Tempos difíceis formam pessoas mais fortes? A humanidade consegue lidar com o poder das armas que fabrica sem destruir a si mesma? A tecnologia e a capacidade humanas terão picos de sucesso para depois entrar em decadência? Um ataque biológico global ou uma nova doença podem acabar com a vida na Terra? 

Alguns desses cenários parecem dignos de filmes de ficção científica, mas Dan Carlin sabe que, na realidade, o fim está sempre próximo. Com pontos de vista polêmicos e inusitados, o autor analisa épocas em que a humanidade quase foi varrida do planeta, apresentando uma forma de encarar os desafios do futuro ao trazer à tona um grande questionamento: podemos aprender com os erros dos nossos ancestrais ou estamos fadados a repeti-los e sofrermos da mesma sina ― ou até com algo pior? Com a essência de um trabalho filosófico, Dan Carlin analisa como a fome, a praga, as guerras e outras calamidades afetaram a sociedade, questionando sobre a chance de elas acontecerem novamente. 

O autor utiliza uma abordagem inteligente, simples e acessível para falar sobre a história da humanidade, conectando o passado e o futuro de maneiras fascinantes. Ao mesmo tempo, suas perguntas geram uma reflexão a respeito de um elemento ainda mais importante, aquele que, desde o colapso da Idade do Bronze até os desafios da era nuclear, tem pairado sobre a sociedade: a sobrevivência humana.

domingo, 3 de agosto de 2025

Janela Sombria - Rachel Gillig.


Elspeth precisa de um monstro. E esse monstro pode ser ela

Para se manter em segurança no sinistro reino de Blunder, Elspeth Spindle precisa esconder um monstro. Ela o chama de Pesadelo, um espírito antigo preso em sua cabeça que a protege e mantém seus segredos a salvo. Mas nada vem de graça, especialmente quando se trata de magia.

Quando Elspeth encontra um misterioso bandoleiro na floresta, ela é lançada em um mundo obscuro e traiçoeiro. O bandoleiro é Ravyn Yew, sobrinho do rei e capitão da Guarda Real, os homens mais perigosos de Blunder. Envolvido em um esquema de traição contra o Estado, Ravyn deseja acabar com a maldição que se esconde na névoa do reino e só Elspeth é capaz de ajudar nessa missão.

Juntos, eles devem reunir as doze Cartas da Providência ― que são a chave para a cura. Mas a medida que os dois se aproximam e uma atração inevitável se intensifica, Elspeth vai ter que aprender a confiar no homem que sempre viu como seu maior inimigo enquanto enfrenta seu segredo mais sombrio: o Pesadelo está, aos poucos, tomando sua cabeça e ameaça devorar sua alma ― e pode ser que ela não seja capaz de detê-lo.

Uma janela sombria é o primeiro livro da duologia O Rei Pastor. Uma história fascinante e repleta de magia ideal para os fãs de Divinos rivais, Quarta asa e da série de mangá e anime Sakura card captors.

domingo, 27 de julho de 2025

Corrupção da linguagem, corrupção do caráter - Como o ativismo Woke está destruindo o Ocidente - Nine Borges e Patrícia Silva.


Você já ouviu falar no termo "woke"? Ele surgiu na década de 1930, nos Estados Unidos, dentro da comunidade afro-americana, como uma expressão que significava “estar acordado” ou vigilante contra injustiças sociais e raciais. A palavra ganhou força nas décadas seguintes, principalmente durante o movimento pelos direitos civis nos anos 1960, e passou por uma transformação profunda no século XXI.

Hoje, "woke" é usado para descrever uma consciência ativa sobre desigualdades sociais, envolvendo temas como racismo, gênero, sexualidade, meio ambiente e direitos das minorias. Porém, o termo passou também a ser usado de forma crítica ou pejorativa, apontando posturas vistas como radicais, moralistas ou censuradoras — especialmente quando há tentativas de impor certas ideias por meio da cultura, da mídia e da linguagem.

É exatamente essa crítica que guia o livro "Corrupção da linguagem, corrupção do caráter – Como o ativismo woke está destruindo o Ocidente", escrito por Nine Borges e Patrícia Silva. A obra apresenta uma análise contundente de como o ativismo woke — inicialmente voltado para justiça social — vem, segundo as autoras, se transformando em um movimento ideológico autoritário, que deturpa o significado das palavras e corrói os valores da civilização ocidental.

As autoras mostram como conceitos fundamentais vêm sendo resinificados para atender a vários posicionamentos. Palavras como “tolerância”, “inclusão” ou “diversidade” ganham usos estratégicos que, na visão das autoras, servem mais para intimidar e silenciar do que para promover diálogo verdadeiro. O livro alerta sobre o impacto dessa nova linguagem nas instituições, na educação, na cultura e na formação do caráter humano.

A obra traz exemplos práticos e análises filosóficas, conectando o discurso politicamente correto com uma tentativa de reengenharia moral e cultural, em que a linguagem deixa de ser um meio de comunicação para se tornar uma arma de controle ideológico

Gostando ou não das ideias expostas, o livro de Nine Borges e Patrícia Silva propõe um debate necessário sobre os rumos do discurso público e os efeitos da militância ideológica no convívio social. Ele nos convida a refletir: quando o combate à injustiça ultrapassa o limite da liberdade? Ao defender que linguagem e moralidade estão profundamente ligadas. A obra pode até não ter uma resposta clara, mas lança luz sobre um dos debates mais relevantes da atualidade e sem rodeios.

domingo, 20 de julho de 2025

Filmes para assistir nas férias 14.



Olá pessoal, o melhores filmes em cartaz nos cinemas/streaming estão aqui . Veja!



O lendário piloto Sonny Hayes deixa a aposentadoria após três décadas para treinar o novato Joshua Pearce na equipe fictícia ApexGP. Sua missão é transformar o time em um competidor de alto nível, enfrentando desafios pessoais e profissionais, incluindo a pressão do esporte, conflitos internos e os bastidores financeiros das escuderias. As cenas de corrida foram filmadas durante GPs reais, com participação de pilotos como Fernando Alonso e Lewis Hamilton, o qual também é produtor do filme. A narrativa vai além da velocidade, mostrando a tensão emocional e corporativa do meio automobilístico.



Em um universo retro futurista dos anos 1960. Após serem expostos a raios cósmicos durante uma missão espacial, eles ganham habilidades como elasticidade, invisibilidade, controle de fogo e imensa força. Agora, como família e super‑heróis, devem unir forças para salvar a Terra de Galactus e seu arauto, o Surfista Prateado, enfrentando ao mesmo tempo ameaças cósmicas e dilemas internos, com enfoque nos laços familiares e legado heroico.




Clark Kent/Superman (David Corenswet) vive em Metrópolis tentando equilibrar sua origem kryptoniana e seus valores humanos. Ao lado de Lois Lane (Rachel Brosnahan), enfrenta o ambicioso multimilionário Lex Luthor (Nicholas Hoult) em meio a dilemas éticos, clones e uma sociedade cética. A obra traz estilo único do diretor James Gunn: leveza, humor inteligente, emoção e até um toque curioso com Krypto, o supercão, inspirado no próprio cachorro de Gunn. O filme aposta numa versão compassiva, moderna e com metáforas sobre imigração e identidade.

Séries



A segunda, e última, temporada de Sandman retoma a jornada de Sonho. O senhor dos sonhos ao confrontar as consequências de suas escolhas. Ele tenta reconstruir seu Reino, enquanto enfrenta deuses, monstros, antigos aliados e inimigos — inclusive um reencontro decisivo com Lúcifer. Tomará decisões quase impossíveis para buscar redenção e proteger o mundo desperto — mesmo que isso lhe custe tudo.



Um casal em crise, Tim e Olivia, fica misteriosamente trancado em seu apartamento quando muros pretos e impenetráveis surgem do nada. Logo, descobrem que todos os moradores do prédio também estão presos. Sem comunicação ou saída, eles precisam se unir para entender o que está acontecendo.

Ao investigar, percebem que as barreiras são resultado de uma tecnologia de defesa com defeito, criada por uma empresa chamada Epsilon. Com ajuda de pistas deixadas por um morador morto, Tim recria um aplicativo que permite abrir uma passagem. Ele e Olivia escapam... apenas para descobrir que toda a cidade também está cercada pelos mesmos muros. - Série alemã Netflix.

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domingo, 13 de julho de 2025

A Extraordinária Livraria em York - Stephanie Butland

Loveday Cardew é dona da adorável e aconchegante livraria Lost For Words, em York, na Inglaterra. Apaixonada por livros, ela sabe que uma livraria não é somente um espaço físico ― o lado de dentro comporta um universo inteiro. E, mais do que ninguém, sente que há sempre um livro capaz de proporcionar o que cada pessoa necessita.

Até que a chegada inesperada da Covid-19 deixa a vida de Loveday, e a livraria, de cabeça para baixo. Justo quando as pessoas mais precisam de livros, as portas da Lost For Words estão fechadas. Sem seu público habitual, as finanças começam a despencar, e a situação da livraria precisa de uma solução urgente.

Após um pedido inusitado de uma antiga cliente, fica evidente para Loveday qual será o seu papel em meio à crise. Ela pode recomendar livros para ajudar as pessoas a enfrentarem as situações em que se encontram: medo, tédio, solidão, desejo de rir e de fugir. Loveday anuncia, então, sua ideia: uma farmácia de livros, que prescreve as obras ideais para cada pessoa. Afinal, um bom livro é capaz de curar feridas.

Uma ode ao poder da literatura, A extraordinária livraria de York presenteia o público com uma história sensível e reconfortante que mostra que, apesar das adversidades, a vida pode continuar.

Encantador obra de Stephanie Butland, explora o poder da literatura, sua capacidade de inspirar, curar e renovar a esperança. Uma história sensível e reconfortante que mostra que, apesar das adversidades, a vida pode continuar.

domingo, 6 de julho de 2025

Isso pode doer - Stephanie Wrobel



Sejam bem-vindos a Wisewood. Nós guardaremos os seus segredos se vocês guardarem os nossos.

Natalie Collins não tem notícias da irmã há mais de seis meses. Quando conversaram pela última vez, Kit estava tendo dificuldades para seguir em frente após a morte da mãe. Ela comenta, então, que planeja ir para Wisewood, um retiro em uma ilha isolada na costa do Maine. Esse retiro, porém, é fora do comum. Todos os hóspedes se comprometem a ficar por seis meses sem contato com o restante do mundo. O objetivo é mantê-los focados em enfrentar os próprios medos e alcançar o seu Eu Potencializado. Natalie não apoia a ideia, mas Kit decide, ainda assim, desaparecer do mapa.

Depois de seis meses, Natalie recebe um e-mail assustador de Wisewood, ameaçando revelar o segredo que ela esconde de Kit. Em pânico, Natalie corre até a ilha para confessar à irmã o que fez e trazê-la de volta para casa. O que ela ainda não sabe é que Wisewood é um lugar difícil de entrar e impossível de sair.


“Você será fisgado por essa exploração sagaz do medo e da vulnerabilidade até o desfecho impecável, que certamente vai querer comentar.” — Ashley Audrain, autora de O impulso, best-seller do New York Times.

“A mente genial por trás de O segredo de Rose Gold volta com uma segunda obra igualmente sombria.” — Newsweek

“Uma história visceral e eletrizante sobre vulnerabilidade e poder. Foi impossível parar de ler.” — Tarryn Fisher, autora de As Esposas, best-seller do New York Times.

domingo, 22 de junho de 2025

Resumão da Bienal 2025.


A primeira semana da Bienal do Livro no Rio de Janeiro foi marcada por um aumento significativo de publico e com isso vendas, com destaques para os gêneros de "romantasias", comédias young adult e livros de colorir. Ingressos esgotados, renovando assim a força do mercado editorial. Além da atração principal, livros, o evento também contou um Book Park, parque literário bastante lúdico para todos os públicos, roda gigante e outras atrações imersivas tecnológicas. Nesta edição criou um novo conceito de evento literário. Sem falar nas entrevistas com grandes autores e pensadores nacionais e internacionais. E não poderia faltar a tradicional sessões de autógrafos desejados por grande parte do público.

Estima-se um aumento nas vendas editorias de 70% em comparação ao evento de 2023. Os pseudos brindes e promoções de coleções também ajudaram as editoras e o público a encher as malas e suas ecobags. O que chamou a atenção foi a presença de pessoas com malas de viagem no intuito de enche-las de livros, penso.

Seguimos na segunda semana de bienal, mais multidões nos corredores dos pavilhões enquanto outros estavam simplesmente as moscas. Um publico mais jovem, mais ansiosos para ver tudo ao mesmo tempo no ritmo do Tik Tok, criando-se filas quilométricas em todas as atrações e serviços quase colapsando em seu horários de pico. 


Mas tarde uma palestra inspiradora com Krenak, bastante concorrida pelo público, em seguida foi a vez do autor de "torto arado", Itamar Vieira e outros de quase mesmos temas mediado por Pedro Pacífico e também chamado de @book.sister, a prosa segui com assuntos sensíveis e muito em pauta atualmente.


Para terminar a noite o evento da um show de luzes com a roda gigante e todo seu esplendor e os murais em homenagem a Ziraldo e outros.

O saldo foi alguns livrinhos que estava me chamando que falarei em outro momento. O evento é uma verdadeira celebração a literatura e a cultura seja clássica ou contemporânea. Até a próxima edição!

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Catarina e a beleza de matar fascistas - Tiago Rodrigues


A obra conta a história de uma família portuguesa que mantém uma tradição muito incomum e violenta: em cada geração, uma mulher chamada Catarina deve matar um fascista. Isso é apresentado como um ato de resistência política — uma maneira simbólica de combater as injustiças cometidas durante o regime ditatorial de António Salazar (que governou Portugal por mais de 40 anos com forte repressão).

Para essa família, matar um fascista virou uma espécie de ritual sagrado, uma forma de "fazer justiça" com as próprias mãos. Eles acreditam que essa violência é necessária para lembrar ao mundo que o fascismo não pode ser tolerado.

Mas aí acontece algo inesperado: a nova Catarina, que agora deve cumprir esse ritual, se recusa a matar.

Essa recusa quebra a tradição e abre um conflito dentro da família, que acredita que ela está traindo a memória dos antepassados e abandonando a luta contra o fascismo.

O leitor é forçado a refletir: quem são os verdadeiros “fascistas” hoje? O que significa resistir, e até onde vai o limite da resistência?

domingo, 1 de junho de 2025

Guerra, adorável guerra - Julie Berry

 

A trama se desenrola em 1917, quando o mundo está imerso no horror da Primeira Guerra. Hazel, uma tímida pianista, e James, um soldado que sonha em se tornar arquiteto, se conhecem em um baile em Londres. O vínculo que surge entre eles é instantâneo e profundo, mas a guerra os separa cruelmente quando James é enviado para a linha de frente.

Ao mesmo tempo, somos apresentados a Aubrey Edwards, um talentoso músico de ragtime nascido no Harlem, e Colette Fournier, uma órfã belga com uma voz encantadora. Suas vidas se cruzam em meio ao cenário devastador da guerra, onde o amor parece improvável ― mas é justamente nesses momentos de adversidade que as histórias mais comoventes se desenrolam.

Trinta anos após o destino dos casais se entrelaçar, a deusa grega Afrodite conta suas histórias ao marido, Hefesto, e ao amante, Ares, em um luxuoso quarto de hotel em Manhattan, no auge da Segunda Guerra. Na companhia desses e de outros deuses, como Apolo e Hades, ela busca responder à pergunta eterna: por que o amor e a guerra são eternamente atraídos um pelo outro?

Escrito pela renomada autora Julie Berry, Guerra, Adorável Guerra nos transporta para uma verdadeira epopeia literária. Aclamado pela crítica, o mais recente lançamento da marca DarkLove é uma jornada arrebatadora pelos meandros das Primeira e Segunda Guerras Mundiais, onde os deuses do Olimpo têm os destinos ― e os corações ― de quatro mortais na palma de suas mãos.

Celebrada como “uma mestra moderna da ficção histórica” pelo Bookpage e “uma contadora de histórias de inspiração celestial” pelo The New York Times, Julie Berry nos presenteia com um romance multifacetado com um toque divino. A autora dá voz aos deuses de forma única, retratando-os não como seres vingativos, mas como observadores sensíveis dos destinos humanos. Guerra, Adorável Guerra também discute a questão do racismo no regimento de soldados negros dos Estados Unidos, explorando as dinâmicas sociais da época e confrontando inequidades raciais.

Guerra, Adorável Guerra é uma celebração da força do amor que transcende as barreiras do tempo e da adversidade. Prepare-se para rir, chorar e se apaixonar profundamente enquanto a autora conduz você por uma jornada inesquecível rumo à beleza redentora do amor.


domingo, 25 de maio de 2025

O Mestre da Esgrima - Arturo Pérez-Reverte


 Madri, 1868. Na derrocada da monarquia espanhola, em plena agitação conspiratória contra os últimos resquícios da casa dos Bourbon, o velho professor de esgrima dom Jaime Astarloa sobrevive por um fio, com escassos recursos, aferrado a um código de ética que vai aos poucos caindo em desuso. Dom Jaime é um homem de antiga estirpe, para quem "morrer como se deve está cada vez mais difícil". O esgrimista sempre manteve o mundo à distância de um florete, mas agora a entrada em cena da encantadora Adela de Otero e uma série de traições e intrigas o colocam na condição de principal envolvido numa investigação policial. No outono da vida, obcecado pela busca do perfeito golpe mortal, o mestre de esgrima subitamente descobre que está imerso até o pescoço num mundo novo, ditado pela paixão, pela decadência e pela deslealdade.

domingo, 18 de maio de 2025

Medo do Silêncio - Robert Bryndza


Quando o marido de Maggie, Will, é encontrado morto a tiros em sua casa em Londres, a princípio parece um caso de invasão domiciliar. No entanto, a polícia revela que Will teria tirado a própria vida, algo que Maggie se recusa a acreditar. Consumida pelo luto e dúvidas, ela viaja para a casa de férias do casal em uma pequena ilha croata, buscando respostas. Lá, Maggie encontra uma carta perturbadora escrita por Will, contendo pistas sobre um segredo sombrio. À medida que desvenda os mistérios, ela descobre que a morte de Will está ligada a alguém de seu passado, alguém disposto a tudo para mantê-la em silêncio.

Sobre o autor

Robert Bryndza nasceu no Reino Unido e já morou nos Estados Unidos e no Canadá. Seu romance de estreia, The Not So Secret Emails of Coco Pinchard (2012), deu origem à famosa série de comédia romântica de Coco Pinchard. Em 2016, escreveu A garota no gelo (2016), primeiro volume da série de ficção policial da Detetive Erika Foster, best-seller nº 1 do The Wall Street Journal e do USA Today. O primeiro livro da série da Detetive Kate Marshall, O canibal de Nine Elms (2021), também foi publicado no Brasil pela Gutenberg. Seus livros já venderam mais de 3 milhões de cópias e foram traduzidos para 28 idiomas. Atualmente o autor mora na Eslováquia com seu marido Ján Bryndza, com quem escreveu o romance satírico Lost in Crazytown (2013).

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Doze contos peregrinos - Gabriel García Márquez (Nobel de Literatura)


Doze histórias que vão do mais simples cotidiano ao extraordinário escritas por um dos mais importantes autores do século XX Uma das mais importantes coletâneas da literatura mundial, Doze contos peregrinos são histórias de latino-americanos na Europa, peregrinos que não deixam de sonhar com a terra natal. Gabriel García Márquez, o mestre do realismo mágico, usa como pano de fundo Barcelona, Genebra, Roma e Paris para retratar a solidão através de histórias brilhantes de amor, poder e morte em um livro que passou 18 anos escrevendo.Começando com o conto “Boa viagem, senhor presidente”, sobre um velho líder de um país desconhecido do Caribe derrubado por um golpe militar e exilado em Genebra, onde busca a cura para seu problema na coluna; passando por “O verão feliz da senhora Forbes”, sobre duas crianças que passam o verão na ilha de Pantelaria, no sul da Sicília, sob os cuidados de uma preceptora extremamente rigorosa com elas, mas não tanto consigo mesma; e finalizando com “O rastro do teu sangue na neve”, a trágica história de dois jovens recém-casados em viagem de Madrid a Paris, Doze contos peregrinos é repleto de histórias dotadas da sensibilidade e do humor que são as marcas do grande mestre vencedor do Prêmio Nobel de Literatura. A capa pode variar.

domingo, 4 de maio de 2025

Comentando o filme "Síndrome da Apatia". 1ª Edição do Festival Europeu de Cinema Imovision.


 O filme A síndrome da apatia (Quiet life) é um verdadeiro soco da realidade. Caso baseado em fatos reais. Suécia 2018, pais refugiados carregados de tensão e stress estão sufocando os filhos levando-os a rompimento de percepção da realidade seguida de coma. Esse sintoma vem acontecendo desde 1998, só agora é que os órgãos de deportação e de medicina reconheceram como a síndrome da apatia. Estima-se um aumento exponencial com o tempo. Festival Europeu de cinema Imovision, produção do longa grega.

Abaixo vídeo comentado + trailer



domingo, 27 de abril de 2025

O urso que caçava nazistas: A história real de um garoto que sobreviveu ao Holocausto - Marcio Pitliuk


Nahum era apenas um jovem judeu nascido em Ryschka, uma pequena cidade na Ucrânia profundamente marcada pelo antissemitismo. Crescendo em um contexto de violência e perseguição, ele aprende desde cedo a importância de se defender e a força necessária para sobreviver em um ambiente hostil. Mas é apenas durante a Segunda Guerra Mundial que Nahum conhece sua verdadeira coragem, transformando-se de vítima potencial do Holocausto em um destemido opositor do exército nazista. Nascia, assim, o guerrilheiro que ficou conhecido como Urso.

Com a ascensão de Hitler e o início das perseguições sistemáticas aos judeus, Urso consegue escapar do gueto de Ryschka e se refugiar nas florestas, onde se torna líder de um grupo de guerrilheiros, todos fugitivos como ele. Enfrentando temperaturas extremas, fome, medo constante e batalhas desiguais, ele transforma a adversidade em força, usando sua astúcia e determinação para resistir ao poderio nazista e garantir a sobrevivência de seus aliados.

Baseado em eventos reais, O urso que caçava nazistas revela um lado muitas vezes esquecido da História durante o Holocausto: a luta armada de partisans judeus. Uma poderosa narrativa sobre coragem, resiliência e humanidade que não apenas narra a luta de Nahum, mas oferece um testemunho das atrocidades vividas pelos judeus e uma homenagem aos que se recusaram a se submeter.

domingo, 13 de abril de 2025

Conhecendo "Entre Vampiro e Demônio" - Beatriz Maia.


Em uma cidade moderna onde a linha entre o normal e o sobrenatural é tênue, dois mundos se chocam sem que os humanos percebam. A trama segue uma jovem chamada Amanda, que acaba de descobrir que é descendente de uma linhagem secreta de caçadores de vampiros. Ela vive uma vida comum até o dia em que é atacada por um vampiro de uma linhagem muito mais antiga e poderosa do que qualquer outro.

 Ao escapar do ataque, ela se vê envolta em uma teia de conspirações entre vampiros e demônios que disputam o controle do mundo humano. A cada passo que dá, ela encontra aliados improváveis: Jack, um vampiro renegado que abdicou de sua imortalidade, e Kael, um demônio caído que busca redenção. Juntos, eles descobrem que os vampiros e demônios estão de alguma forma conectados por um pacto antigo, e que Amanda é a chave para romper esse ciclo. 

À medida que Amanda se aprofunda nesse mundo de sombras e traições, ela começa a questionar a verdadeira natureza dos seres com os quais se alinha. Será que os vampiros são tão maus quanto dizem, ou há uma razão mais sombria para sua existência? E os demônios, com suas promessas de poder e redenção, podem realmente ser confiáveis?

Enquanto a batalha entre as facções sobrenaturais se intensifica, Amanda se vê dividida entre o desejo de vingança contra aqueles que destruíram sua família e a necessidade de entender seu verdadeiro papel nesse jogo perigoso. Mas uma força ainda mais poderosa está se movendo nas sombras — algo que nem os vampiros nem os demônios podem controlar.

Disponível em Amazon: https://www.amazon.com.br/



domingo, 6 de abril de 2025

História do novo sobrenome - Elena Ferrante - Livro II.

A continuação de A amiga genial. Segundo livro da Tetralogia Napolitana.

Após o repentino desaparecimento de Lila, aos 66 anos, Lenu repassa a vida da amiga, explorando os ecos desta em sua própria existência. Envolvente e com a costumeira cadência impecável, a narrativa de História do novo sobrenome dá espaço para reflexões profundas a respeito da subjetividade, da sexualidade, do amor e, sobretudo, do papel imposto à jovem mulher em meados do século XX ― contraponto construído entre as duas personagens centrais, às voltas com as restritas possibilidades de escolha, mas ao mesmo tempo surpreendidas pelas descobertas acerca de suas próprias capacidades e seus limites.

Lila, que teve os estudos interrompidos por questões familiares – muito cedo teve que trabalhar com o pai e o irmão, se casou cedo. Lenu, por sua vez, consegue se desvencilhar do destino certo das moças da época e não se casa, mas passa a se preparar para a faculdade, levando consigo as marcas definitivas da complexa relação de amizade com Lila – admiração misturada a identificação.

Os personagens vão ganhando espaço na história, não apenas nos acontecimentos cotidianos relatados por Lenu, como também nos comentários subjetivos da narradora. Lenu, sem poupar de nada o leitor, escancara cenas de casamento, de adultério, de supostas e reais traições dentro de uma amizade, mas também os pequenos momentos em que parece acertar as contas com ela mesma.

domingo, 30 de março de 2025

Os irmãos de Auschwitz - Malka Adler


Baseado em eventos reais e inspirado em relatos pessoais, Os Irmãos de Auschwitz é uma emocionante história de sobrevivência, coragem e resiliência durante um dos períodos mais sombrios da humanidade.

Dov e Yitzhak, dois irmãos judeus húngaros, levam uma vida tranquila em sua cidade natal até que a Segunda Guerra Mundial chega com força devastadora. Em 1944, eles são arrancados de sua casa e deportados para Auschwitz, o mais temido dos campos de concentração nazistas. Separados da família e submetidos a condições desumanas, eles são forçados a enfrentar o horror diário da fome, do frio, da violência e da incerteza, tentando, a cada dia, encontrar um motivo para continuar lutando.

Durante sua jornada pela sobrevivência, Dov e Yitzhak veem o melhor e o pior da humanidade. Entre a brutalidade dos guardas nazistas e o sofrimento indescritível dos prisioneiros, eles também encontram gestos de solidariedade e momentos de esperança. O amor fraternal se torna sua maior força, dando-lhes coragem para resistir e superar as provações que os cercam.

Após a libertação dos campos, os irmãos se veem diante de um novo desafio: reconstruir suas vidas em um mundo irreconhecível, marcado pela perda e pela dor. Carregando traumas profundos, eles embarcam em uma jornada emocional em busca de cura, tentando resgatar sua identidade e encontrar um novo propósito.

Com uma narrativa intensa e comovente, Malka Adler dá voz a uma história real, baseada em entrevistas com sobreviventes, trazendo à tona os horrores do Holocausto e o impacto duradouro da guerra na vida daqueles que conseguiram escapar.

domingo, 16 de março de 2025

Humanidade - Uma história otimista do homem - Rutger Bregman


Se existe uma crença que une a esquerda e a direita, psicólogos e filósofos, pensadores antigos e modernos, é a suposição de que os seres humanos são maus – e ponto final. É uma noção que pode ser vista diariamente nas manchetes dos jornais. De Maquiavel a Hobbes, de Freud a Pinker, essa crença moldou o pensamento ocidental. O ser humano é egoísta por natureza e age, na maioria das vezes, pensando no interesse próprio.

Mas... e se isso não for verdade? O best-seller internacional de Rutger Bregman oferece uma nova perspectiva sobre a história da humanidade com o objetivo de provar que estamos “programados” para a bondade, voltados para a cooperação em vez da competição e mais inclinados a confiar em vez de desconfiar uns dos outros. Na verdade, esse instinto tem uma base evolutiva que remonta ao início da história do Homo sapiens . Éramos assim até descobrirmos a agricultura, a propriedade e a competição. Esse é o conceito defendido pelo filósofo Jean Jacques Rousseau, um dos pais do iluminismo. Segundo o francês, o homem nasce livre – é a civilização que lhe coloca correntes...

A partir de inúmeras e importantes pesquisas, de uma argumentação revolucionária e convincente e exemplos reais, Bregman nos mostra que acreditar na humanidade, na generosidade e na colaboração entre as pessoas não é uma atitude otimista – é uma postura realista! E tal comportamento tem enormes implicações para a sociedade. Quando pensamos no pior das pessoas, isso traz à tona o que há de pior na política e na economia. Mas, se acreditarmos na bondade e no altruísmo da humanidade, isso formará a base para alcançarmos uma verdadeira mudança na sociedade.

domingo, 9 de março de 2025

Colheita Selvagem - Carl Hoffman


Uma história real sobre canibais, colonialismo e o misterioso desaparecimento de Michael Rockefeller na Nova Guiné.
Colecionador de arte primitiva e filho de Nelson Rockfeller, então governador de Nova York – na Nova Guiné holandesa, em 1961, ficou anos sem ser esclarecido. Apesar de buscas exaustivas, o corpo nunca foi encontrado.

E logo surgiram rumores de que ele teria sido morto e cerimonialmente canibalizado pelos asmats – uma tribo nativa de guerreiros cuja complexa cultura era construída sobre violência sagrada e canibalismo ritual.

Além de basear-se em extensa pesquisa, o premiado jornalista Carl Hoffman viajou às selvas da Nova Guiné para revelar não só alguns dos mistérios deste caso, como também uma cultura transformada por anos de dominação colonial, mas ainda moldada por crenças e hábitos antigos.

Combinando história, arte, colonialismo, aventura e etnografia, Colheita selvagem é um thriller arrebatador e um retrato fascinante do choque de duas civilizações que resultou na morte de um dos herdeiros mais ricos dos Estados Unidos.

Leia o trecho abaixo:

“Sem chegar a lugar nenhum e não nos sentindo bem-vindos, voltamos ao barco e retornamos à casa de madeira em Pirien. Era fim de tarde. Um grande porco preto apodrecia na lama sob a casa, agora vazia de visitantes. Cães latiam e lutavam. Crianças brincavam nos passadiços, mas eu não via adultos em lugar nenhum. Não conseguia manter as moscas longe do meu rosto, meus olhos, minhas narinas. Elas estavam começando a me enlouquecer.

— Eles estão com medo — disse Amates subitamente. — Com medo? De quê? — Um turista morreu aqui — respondeu Amates Owun. — Um turista americano chamado...

[…] O inglês de Amates era lento e as palavras eram difíceis de compreender, não importava o que ele dissesse. Ele repetiu o nome uma vez e então outra, mais lentamente, e era um nome muito difícil de pronunciar para um asmat, mas daquela vez compreendi inequivocamente: Michael Rockefeller. […]

— Como você ficou sabendo desse nome? — perguntei. — Eles me contaram — respondeu ele. — Hoje, quando estávamos conversando, eles me disseram que estavam com medo de que você estivesse aqui para perguntar sobre Michael Rockefeller. E estão com medo. Muito medo.

— Por quê? — Otsjanep o matou. Todo mundo sabe disso. Meu avô me contou a história quando eu era menino.”